Mudança do IR na reforma tributária pode prejudicar quem ganha menos

Ainda não há consenso sobre as mudanças que o governo pretende implementar na cobrança do Imposto de Renda (IR). O relator da proposta, deputado Celso Sabino (PSDB-BA), estuda, inclusive, enviar ao Congresso Nacional uma quarta versão do projeto de reforma tributária. Contudo, segundo o economista João Sicsú, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essas eventuais mudanças não alteram a regressividade do sistema brasileiro. Ao contrário, há risco de aumento de impostos para os mais pobres.

Em seu relatório preliminar, Sabino manteve limite de 40 mil reais de rendimentos anuais para a declaração simplificada. Hoje, esse desconto padrão pode ser usado para quem ganha até R$ 83.700. Tal mudança acarretaria em aumento da carga tributária para aqueles que ganham entre R$ 3.300 e R$ 6.900 por mês.

“Não sabemos exatamente o resultado que vai dar. Mas o risco é aumentar a regressividade, prejudicando aqueles que ganham menos”, disse Sicsú, em entrevista a Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta quarta-feira (28). Ele disse não se tratar de uma reforma propriamente, mas apenas um “ajuste” para facilitar o recolhimento de impostos.

“No Brasil, quem paga imposto de fato é a classe média e os pobres. Os ricos não pagam imposto. É um paraíso fiscal para os ricos. O governo deveria ter uma concepção mais profunda, uma ideia de como utilizar o sistema tributário para fazer justiça social”, declarou o economista.

Reforma e progressividade
Sicsú classificou como positiva a proposta de tributação de lucros e dividendos. Em contrapartida, a atual proposta pretende reduzir a cobrança do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, o que, segundo Sicsú, também não altera o perfil regressivo do sistema tributário brasileiro.

O economista cita o Imposto Territorial Rural (ITR) como outra grave distorção. Tal tributação, que deveria incidir sobre os grandes proprietários de terra, responde por apenas 0,04% do total arrecadado, segundo Sicsú. Por outro lado, motoboys são obrigados a arcar com alíquota de 2% do IPVA, enquanto jatinhos, jet-skis e helicópteros permanecem isentos.

Para fazer justiça social, é preciso regulamentar o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), previsto na Constituição e ausente na proposta de reforma tributária. Sicsú cita que, na França, esse tributo é chamado de Imposto de Solidariedade. Lá, como em outros países, como a Alemanha, com alíquotas que variam de 0,1% a 0,3%, esse tipo de tributo é responsável por “vistosas arrecadações”, sem comprometer a capacidade de investimento dessa camada.

“Enquanto temos milionários e bilionários, temos milhões e milhões de miseráveis e de pobres que precisam sair dessa condição. É preciso a contribuição dos ricos para a superação do subdesenvolvimento brasileiro”, defende o economista. Ele inclusive afasta a possibilidade de que a incidência desse tributo possa acarretar a fuga de capitais.

FONTE: RBA

FALSAS PROMESSAS: Quatro anos de ‘reforma’ trabalhista

Aprovada há quatro anos, a Lei 13.467, de “reforma” da legislação trabalhista e sindical, tramitou sob sucessivas promessas governistas de criação de postos de trabalho e segurança jurídica. Os empregos não vieram até hoje, e a lei continua sofrendo questionamentos, inclusive jurídicos. “As promessas da reforma eram falsas”, afirma a desembargadora aposentada Magda Barros Biavaschi. “Não é se flexibilizando, retirando direitos, isso todas as pesquisas mostram, que se dinamiza a economia”, acrescenta.

Para o professor Marcio Pochmann, há pelo menos cinco anos o país “perdeu o rumo do ponto de vista da perspectiva de voltar a crescer”. São quatro fases de recessão desde os anos 1990. “Iniciamos 2021 com a economia 7% menor do que era em 2014”, comenta. E a “reforma” trabalhista, termo que ele considera inadequado, configurou o “maior ataque” em décadas contra os trabalhadores, atingindo também o movimento sindical.

“Deformação” do sistema


Magda e Pochmann participaram, na semana que passou, de curso sobre os efeitos da reforma implementada em 2017. O evento, que vai até a próxima quinta-feira (29), é organizado por entidades ligadas à Justiça do Trabalho na 2ª e na 15ª Região, em São Paulo (Aojustra, Sindiquinze e Ejud2).

Para o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), as mudanças implementadas ainda no governo Temer, em 2017, não foram uma reformulação, mas “uma deformação do sistema corporativo de relações do trabalho”. E enfraqueceram as próprias condições, políticas e materiais, que haviam viabilizado a CLT. Mudanças, assinala o economista, que refletem algo que já vem acontecendo no Brasil há pelo menos três décadas, com a inserção do país na chamada globalização.

Entrada passiva na globalização
“A partir de 1990, o Brasil se inseriu de forma passiva e subordinada a esse movimento a que muitos países se integraram, conduzido por grandes corporações transnacionais. reduzindo a capacidade de decisão do país”, diz Pochmann. Nesse período, foi se desindustrializando. “Não só esvaziamento da manufatura na atividade econômica, mas sobretudo seus efeitos sistêmicos sobre a sociedade, movimento que leva à ruína da antiga sociedade urbana e industrial.”

Assim, emenda o professor, ocorreu uma “desconstrução” de classes sociais: tanto a burguesia industrial como a classe operária industrial. “Em 1980, por exemplo, o Brasil tinha a sexta maior indústria do mundo. Em 2020, a indústria brasileira está na 16ª posição do mundo.” Isso também levou ao enfraquecimento do que ele chama de “eixo estruturador do novo sindicalismo brasileiro, que era basicamente a classe operária industrial”.

Empresário virou rentista


Nessa “metamorfose”, empresas foram vendidas ou fechadas, e o sistema financeiro passou a prevalecer. “O empresário industrial se tornou um sócio dos juros, um rentista.” Assim, em muitos casos o Brasil passou, em vez de produção própria, a ter centros de montagem de produtos importados.

Ele observa ainda que o Brasil sempre teve uma massa de trabalhadores fora da formalidade do registro. “Os sindicatos, na verdade, representavam uma parcela importantíssima, mas havia uma classe trabalhadora inorgânica. Autônomos, por conta própria, desempregados, sem registro.” Esse processo de desassalariamento chegou a ter certa interrupção na segunda metade dos anos 2000, quando se dizia que não havia mais espaço para isso, mas o emprego com carteira cresceu.

Tentativas de mudança


Enquanto isso, o Brasil perdeu oportunidades de reformular, de forma negociada, seu sistema de relações do trabalho. Pochmann cita tentativas de implementar o contrato coletivo, quando Walter Barelli era ministro do Trabalho, no início dos anos 1990, ou o tripartite Fórum Nacional do Trabalho, implementado pelo governo Lula em 2004. Até chegar à atual “alteração dramática, profundamente desfavorável aos trabalhadores”, com forte concentração no setor de serviços.

Magda Biavaschi também fez uma digressão histórica do sistema de trabalho brasileiro, “construído com muitas dificuldades a partir de 1930, pari passu ao processo de industrialização”. De um “fazendão”, como diz, o país se tornou a oitava economia mundial. Formou um sistema público de proteção social, com normas e instituições. Um sistema que enfrentou desafios, “idas e vindas”, como a ditadura e o período do chamado Consenso de Washington, já no início da década de 1990: livre comércio, liberalização de patentes, desregulamentação.

Flexibilizar e desregulamentar


Mais recentemente houve, além da “reforma” de 2017, a aprovação de uma série de leis no sentido da flexibilização, como a que ampliou a terceirização. Nesse sentido, a desembargadora ressalta o papel do Supremo Tribunal Federal (STF). “O Supremo passou a deslegitimar a voz do próprio TST (Tribunal Superior do Trabalho). Criando condições materiais, até, para a reforma trabalhista que veio em 2017. Por isso que nós dizemos que o STF, por maioria de votos, passou a constituir a antessala da reforma trabalhista”, diz Magda. O processo se consolidou com o “presente de Natal” de Temer aos trabalhadores, apresentando seu projeto de reforma em 23 de dezembro de 2016, centrado na premissa de prevalência do negociado sobre o legislado.

“Ou seja, no transtrocar das fontes do Direito do Trabalho”, afirma a desembargadora. Com isso, o contrato individual “poderá e será a fonte prevalente, podendo se sobrepor, sobretudo, à regulação pública universal”, constata. “Só que isso desregulamenta, mercantiliza. Mercatilizando, precifica e coloca nas forças do mercado o poder de dispor sobre o uso da força de trabalho.” E isso também atingiu as instituições públicas, a própria Justiça do Trabalho e os sindicatos.

Desemprego e desalento


Tudo isso com o discurso de que era preciso “retirar a rigidez” da legislação, porque isso afastava investimentos e inibia o crescimento econômico. O que se viu, conclui Magda, foi “aumento substantivo do desemprego, da informalidade, desalento, terceirizados não incorporados”.

E, além dos atuais 14,8 milhões de desempregados, um enorme contingente de pessoas fora da força de trabalho: 76,4 milhões, segundo o dado mais recente a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Os excluídos, para quem, diz Magda, é preciso pensar em um sistema público de proteção. E também em uma organização sindical que represente essa “massa nova” de trabalhadores da economia brasileira.

Pelos dados da Pnad Contínua, em 2020 a taxa média de desemprego foi de 13,5%, ante 8,5% em 2015. O total estimado de desempregados aumentou de 8,5 milhões para 13,4 milhões – o dado mais recente aponta 14,8 milhões. E o número de excluídos da força de trabalho subiu de 63 milhões para 75 milhões.

FONTE: Por Vitor Nuzzi, da RBA // Rede Brasil Atual
https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2021/07/quatro-anos-reforma-trabalhista-excluidos-sociais/

Centrais entregam manifesto em defesa do Mínimo Regional para o governo do RS

No início da tarde desta quarta-feira (14), o governo do Estado recebeu uma comissão das Centrais Sindicais para falar sobre o reajuste do Salário Mínimo Regional.

Na ocasião, o presidente da CTB, Guiomar Vidor, juntamente com os representantes das centrais sindicais, fizeram a entrega do Manifesto em Defesa da Valorização do Salário Mínimo Regional, aprovado na plenária realizada no último dia 05 de julho. Na pauta, a principal reivindicação junto aos secretários da Casa Civil, Artur Lemos, e do Planejamento, Governança e Gestão, Cláudio Gastal, foi a da reposição da inflação não concedida no ano passado de 4,5% e os 5,53% apurados no último ano.

Segundo o presidente da CTB: “É inadmissível que esta parcela de trabalhadores que menos ganha e mais precisa não tenha o mínimo reajustado nestes percentuais, tendo em conta que neste período a cesta básica teve um reajuste de 32,5%”, destacou Vidor.

Vidor lembra ainda que são mais de 1,5 milhão de trabalhadores atingidos diretamente pelo Mínimo Regional. “Diante dos argumentos levantados, as centrais esperam que o encaminhamento do projeto contemple estes reajustes mínimos em regime de urgência”, aponta.

CTB e centrais sindicais convocam classe trabalhadora para atos contra o governo Bolsonaro no dia 24

A CTB e as demais centrais sindicais enviaram às entidades filiadas (Sindicatos, Federações, Confederações), nesta terça-feira (13) as orientações para a mobilização das bases e participação nos atos que serão realizados no dia 24 de julho contra o governo Bolsonaro em todo território nacional.

Leia a íntegra do texto assinado pelos presidentes das centrais:

24 de Julho: Orientações aos Sindicatos, Federações, Confederações

As Centrais Sindicais, protagonistas históricas da sociedade, representantes legítimas dos trabalhadores e trabalhadoras, convocam para os Atos Programados no Dia 24 de Julho (#24J) em todo o País, reforçando nossa luta por Auxílio de 600 reais, Vacina Já para todos, Contra o Desemprego e Carestia e Fora Bolsonaro!

O Brasil vive um momento difícil e trágico, com o descaso do governo na saúde, crise política, uma nefasta política econômica, com aumento recorde do desemprego e falta de renda, enquanto os preços dos alimentos, combustíveis, gás de cozinha e energia não param de subir, o que deixa a vida de nosso povo em numa condição de extrema vulnerabilidade.

É preciso dar uma Basta já a essa política autoritária e incompetente. O próximo dia 24 de julho (#24J) é, portanto, mais um grande momento de irmos às ruas para gritar em alto e bom som: Chega! No marco da construção dessa luta, nós, as Centrais Sindicais brasileiras, subscrevemos o “superpedido de impeachment” e exigimos que o presidente do Congresso Nacional paute imediatamente esse processo em defesa da vida, dos direitos, da democracia e das liberdades do povo brasileiro.

Portanto, no Dia 24 de Julho (#24J), é importante fortalecer e intensificar a presença da classe trabalhadora organizada nas manifestações de ruas, nas assembleias, atos e passeatas.

Aproveitamos para registrar todo nosso repúdio a qualquer ameaça às liberdades democráticas de nosso povo, conquistadas com tanta luta e sob a morte, perseguição e tortura de tantas lideranças democráticas de nosso país. Ditadura nunca mais!

Todos às ruas no #24J!

Fora Bolsonaro!
Vacina para todos já
Auxílio emergencial de 600 reais
Emprego e direitos
Não à Reforma Administrativa e às Privatizações.

Pedimos que levem coletes, faixas e bandeiras com as reivindicações e identificação da Central ou do seu Sindicato.

Sérgio Nobre, presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT
Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical – FS
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores – UGT
Adilson Gonçalves de Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB
José Reginaldo Inácio, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST
Ubiraci Dantas Oliveira, presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
Atnágoras Lopes, Secretaria Executiva Nacional da CSP – Conlutas
Edson Carneiro Índio, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
Emanuel Melato, Coordenação da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
José Gozze, presidente – Pública Central do Servidor

57% dos brasileiros perderam alguém da família ou amigo próximo para a covid-19

Pesquisa presencial com 1.500 eleitores, feita pela Quaest em parceria com a Genial Investimentos, mostra que 57% dos brasileiros dizem ter alguém da família ou amigo próximo que faleceu devido à Covid-19, contra 43% que dizem que não. Além disso, são 84% que dizem que pretendem tomar a vacina, contra 13% que dizem que não.

Segundo dados da última terça-feira (6/7), o Brasil registrou 1.787 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas. O registro total de óbitos desde o início da pandemia chegou a 527.016.

Na amostragem da pesquisa, 16% dizem ter tomado as duas doses da vacina, 35% afirmam ter tomado uma dose e 50% contaram ainda não terem sido vacinados.

A CPI da Pandemia também foi testada na pesquisa. São 43% os que declararam não saber da existência da CPI enquanto 39% disseram ter conhecimento.

FONTE: CTB

Projeto que criminaliza a violência psicológica contra a mulher é fundamental

O Projeto de Lei (PL) 741/2021, que torna crime a violência psicológica contra a mulher, é considerado “fundamental” para especialistas no atendimento às vítimas da violência de gênero. Aprovada na última quinta-feira (1º) pelo Senado, a proposta pode levar à reclusão de seis meses a dois anos. Caso a conduta não consista em crime mais grave também será aplicada multa. O PL inclui a violência psicológica contra a mulher ou seus dependentes na Lei Maria da Penha como critério para que o agressor seja afastado do lar ou da convivência com a vítima.

Encaminhado para análise do Executivo, o projeto ainda depende de sanção de Jair Bolsonaro. A psicóloga e integrante do Observatório da Mulher, Rachel Moreno, defende que a proposta é necessária. Segundo ela, a violência psicológica pode ser o início de uma série de outras agressões. “A gente sabe que a violência vai crescendo e ela começa como violência psicológica”, explica em entrevista à repórter Júlia Pereira, da Rádio Brasil Atual.

“É fundamental poder detectar que violência psicológica também emperra o direito de ir e vir, ridiculariza, causa prejuízo à saúde psicológica”, afirma. “É importante sabermos isso e todas as mulheres e homens também, porque afinal de contas os homens não são espontaneamente autores de violência.”

X na mão é sinal de pedido de ajuda!

A proposta também prevê a união entre estabelecimentos comerciais e os poderes Executivo e Judiciário no programa “Sinal Vermelho”. Entre eles, Ministério Público, Defensoria Pública e órgãos de segurança. A ideia é estabelecer um canal silencioso para denúncia e atendimento às vítimas da violência doméstica. Por meio dele, funcionários deverão encaminhar as mulheres que os procurarem com um “X” desenhado na palma da mão, preferencialmente em vermelho, para atendimento especializado. O “X”, nesse caso, será um código para indicar que ela é uma vítima da violência de gênero.

Outras medidas
O texto também acrescenta ao Código Penal reclusão de um a quatro anos no caso de lesão corporal contra a mulher. A presidenta da Comissão da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Cláudia Luna, aponta como positivo o reconhecimento da violência psicológica. De acordo com ela, danos ao emocional ainda são invisíveis para muitas autoridades públicas. A advogada avalia, porém, que a proposta também deve fornecer capacitação às entidades que irão compor a rede de apoio.

“De nada adiantará um projeto de lei dessa magnitude se não houver capacitação das entidades e autoridades que integram o sistema de justiça. Magistratura, Ministério Público, advocacia, delegados de polícia, delegacias de polícia. É preciso que todas, todos e todes que estão na rede, atendendo mulheres nessa situação, passem por uma formação e capacitação para que possam garantir atendimento mais efetivo às mulheres em situação de violência. E, sobretudo, para que não potencializem e utilizem-se de seus espaços de poder e decisão, de seus cargos, como meio de causar mais violência contra essas mulheres”, afirma.

A psicóloga Rachel Moreno também adverte que outras medidas, além das penais, são necessárias para romper o ciclo da violência contra a mulher. De acordo com ela, é preciso campanhas institucionais que tratem do tema e também apoio financeiro para as entidades que desenvolvem algum tipo de ação e ainda são invisíveis aos olhos do Estado.

Mais de cem entidades lançam o Fórum em Defesa do Mínimo Regional

Convocado pelas Centrais Sindicais, CTB, CUT, CGTB, NCST, FS, CSB, UGT, CSP-CONLUTAS, PÚBLICA, INTERSINDICAL , FÓRUM, foi realizado na tarde desta segunda-feira (5/7) uma grande plenária que aprovou o manifesto em Defesa da Valorização do Salário Mínimo Regional. Participaram do encontro os ex-governadores, Germano Rigotto, Olívio Dutra e Tarso Genro, senador Paulo Paim, bem como os presidentes do TRT-4, Desembargadora Carmen Gonzales, da AMATRA, Tiago Mallmann, Procuradora do MPT – Mônica Delgado Paseto, presidente AGETRA, Felipe Carmona, Deputados estaduais, Pepe Vargas, Zé Nunes, Elton Weber, Valdeci de Oliveira, dentre outros. Todos com manifestações firmes em defesa da valorização do Mínimo Regional.

O ato foi coordenado pelo presidente da CTB, Guiomar Vidor, que destacou os 20 anos da Lei Estadual n°11.677, de julho 2001, que criou o Mínimo Regional, e sua importância, ainda no governo Olívio Dutra. Lembrou que o Mínimo beneficia mais de 1,5 milhões de trabalhadores domésticos, rurais, comércio, serviços, indústria e que já estamos há dois anos sem reajuste, período em que a cesta básica sofreu um aumento de 32,5%.

Vidor destacou o objetivo da instalação do Fórum. “Lutar pela valorização do piso e denunciar o descaso das autoridades públicas com a vida destes trabalhadores que são os que menos ganham e mais precisam do Estado como instrumento da busca do equilíbrio social, principalmente num período de pandemia”, destacou Vidor.

Ao final do encontro foi aprovado o manifesto de criação do Fórum pela Valorização do Mínimo Regional e a solicitação de agendas com o Governador Eduardo Leite e o Deputado Gabriel Souza, presidente da ALERGS bem como a construção de uma Frente Parlamentar em Defesa do Salário Mínimo Regional.

Na avaliação do presidente da CTB, este ato recoloca a luta pela valorização do Mínimo Regional nas prioridades das reivindicações dos trabalhadores e da sociedade gaúcha e que uma resposta urgente será cobrada junto ao Governador Eduardo Leite.

Abaixo, confira o texto do manifesto na íntegra:
Manifesto_Forum_em_Defesa_do_Minimo_Regional-II

#3J: Milhares de pessoas vão às ruas exigir o impeachment de Bolsonaro

Milhares de brasileiros foram às ruas neste sábado (3) para exigir o impeachment de Jair Bolsonaro. De acordo com levantamento prévio das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, mais de 800 mil pessoas participaram dos protestos em 312 cidades no Brasil e 35 no exterior.

A terceira onda de manifestações foi ainda maior que as anteriores, nos dias 29 de maio e 19 de junho. Para as centrais sindicais e os movimentos populares, passou da hora de o presidente da Câmara Federal desengavetar um dos mais de 120 pedidos de afastamento do Presidente já protocolados na Casa.

As mobilizações reivindicam também comida no prato e vacina no braço, auxílio emergencial de R$ 600 e são contra as privatizações, denunciam a miséria, fome, desemprego, retirada de direitos e vários ataques do governo, são contra o genocídio do povo brasileiro, capitaneado por Bolsonaro. Além de atos no Brasil, protestos foram realizados em outros países.

Rio Grande do Sul

O Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, ficou tomado pelos cerda de 50 mil manifestantes que, após a concentração, seguiram em caminhada pelas Avenida Júlio Castilhos, Mauá e Loureiro da Silva até o Largo Zumbi dos Palmares.

Pelotas, Rio Grande, Cruz Alta, Caxias do Sul e Guaíba estão entre as cidades gaúchas nas quais houve protestos neste sábado.

COM AGÊNCIAS

Avanço da vacinação mostra como Brasil poderia ter reduzido danos da pandemia

O Brasil registrou 2.081 mortos por covid-19 nas últimas 24 horas. Apesar do número elevado, as médias móveis de mortes e casos seguem em ritmo de regressão. A média diária dos últimos sete dias, 1.565, é a menor desde 8 de março, quando o país vivia o que, informalmente, ficou conhecida como “segunda onda”. Assim como o número médio de mortos recuou, especialmente após o dia 19 de junho, os casos diagnosticados de contágio pela covid-19 seguem a mesma tendência.

Nos últimos sete dias, a média móvel diária de infectados regrediu de 77.328 para 55.323 e, pelo que indicam os números, o avanço da vacinação no país mostra resultados consistentes. Isso porque o aumento do contingente de pessoas coincide com a queda nas internações em UTIs em todo o país, especialmente entre as faixas etárias já vacinadas.

Já o número de novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas foi de 43.836, levando o acumulado desde o início da pandemia a 18.557.141. O total de óbitos chegou a 518.066. Os dados são do painel do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Vacinação

Outro dado que aponta para bons resultados relacionados à vacinação é a taxa de transmissão no país, que está no menor nível em 40 dias. Pela primeira vez em mais de um mês, a covid-19 encontra-se com disseminação com tendência de melhora. De acordo com o Imperial College de Londres, que divulga o índice semanalmente, hoje, a taxa brasileira é de 0,98. Isso significa que, de 100 pessoas contaminadas, elas transmitem a doença para 98. Na última semana, a taxa estava em 1,13.

Quase 100 milhões de doses de vacinas foram aplicadas em brasileiros. Destas, 36,16% foram administradas como primeira dose e 13% como segunda. A segunda dose é necessária para a imunização completa com as vacinas da AstraZeneca, CoronaVac e Pfizer, enquanto o imunizante da Janssen é indicado para aplicação em dose única. Os bons indicadores da vacinação indicam quantas vidas poderiam ter sido salvas caso o governo federal não tivesse dispensado contratos em uma possível prevaricação, que motiva processos de impeachment contra Jair Bolsonaro e é alvo de investigações na CPI da Covid.

Lentidão

O Brasil tem um ritmo de vacinação considerado lento em relação aos padrões mundiais. Até o momento, cerca de 3 bilhões de doses já foram administradas, mais de 1 bilhão na China. No índice global de países com vacinação em andamento, calculada as doses aplicadas proporcionalmente à população, o país fica atrás de 80 outras nações.

Dados do rastreador de vacinação da Bloomberg apontam que, para atingir a imunidade de rebanho necessária, com 75% da população imunizada, faltariam nove meses. “Infelizmente a vacinação no Brasil continua devagar. Nossa média volta a ficar abaixo de um milhão de doses por dia. No total de doses por população nossa colocação no ranking da Bloomberg de países e territórios é 81”, lamenta o cardiologista da USP Marcio Bittencourt.

FONTE: RBA

Nota da CTB: É hora de impeachment

A Direção Executiva Nacional da CTB divulgou na tarde desta terça-feira uma nota sobre o impeachment de Bolsonaro. Leia:

A crise política ganhou nova dimensão e centralidade na conjuntura nacional após as revelações dos irmãos Miranda à CPI da covid. Elas deixam claro que por trás da política sanitária genocida, como seu complemento natural, existe um rumoroso caso de corrupção e tentativa de superfaturamento na compra da vacina indiana covaxin.

O presidente foi informado sobre a irregularidade no dia 20 de março, e chegou a afirmar aos denunciantes que o deputado Ricardo Barros, líder do seu governo na Câmara Federal, era o responsável pelo malfeito. Prometeu aos dois irmãos que encaminharia imediatamente o caso para a Polícia Federal. Mas lá se vão mais de três meses e ele nada fez.

A conduta de Bolsonaro configura crime de prevaricação.

Esta não é a única ilegalidade praticada pelo chefe do Executivo. É certamente a mais clamorosa, a mais evidente e aquela que, até este momento, despertou maior repulsa e indignação na sociedade.

O presidente não teve coragem de negar a veracidade do relato feito pelos Miranda aos senadores. Receia que a conversa tenha sido gravada e está em franca defensiva.

Mas continua difundindo Fake News e fingindo que “nada fizemos de errado”. Quer tapar o sol com peneira. Os fatos, porém, são irrefutáveis e não serão alterados por frases e narrativas mentirosas, que são a especialidade do Clã Bolsonaro.

O novo escândalo suscitou uma notícia-crime de três senadores contra o líder da extrema direita, manifestações populares espontâneas nas ruas pelo Fora Bolsonaro e a antecipação para o próximo sábado, 3 de julho, do ato contra o governo convocado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Movimentos sociais e partidos de oposição vão apresentar nesta quarta (30) um “superpedido” de impeachment contra o presidente, unificando mais de 120 pedidos do gênero protocolados na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

Bolsonaro tem a morte por bandeira e uma agenda focada na destruição das conquistas democráticas e sociais, assim como do meio ambiente; no entreguismo; na dilapidação dos recursos e serviços públicos; na implantação de uma ditadura e no retrocesso ao voto impresso.

Seu governo é apoiado e respaldado pelo que há de pior na política nacional. Por isto governa à base de um toma-lá-dá-cá cada vez mais descarado e é inevitável que rumorosos casos de corrupção venham à tona.

É o que vemos hoje em contratos de compra de vacinas ou nas relações promíscuas do ex-ministro Ricardo Salles com madeireiros e ruralistas mafiosos.

Suspeita-se na CPI da covid que o dinheiro também estaria por trás da defesa obscurantista da cloroquina e outros medicamentos ineficazes para tratamento da covid. Afinal, a insanidade resultou em gordos lucros para empresários bolsonaristas do ramo farmacêutico. A tudo isto se soma o envolvimento dos Bolsonaros com a milícia carioca e os assassinos da vereadora Marielle Franco.

A temperatura da crise política cresce num ambiente sanitário e econômico degradado. Até esta segunda-feira (28) o Brasil registrava 513 mil mortes por covid-19.

Centenas de milhares de vidas teriam sido poupadas se o governo seguisse as orientações da OMC e da comunidade científica no enfrentamento da pandemia. Verificou-se o contrário, o que justifica o adjetivo genocida atribuído ao presidente e à sua política sanitária.

A classe trabalhadora, cuja maioria é forçada a sair de casa para trabalhar presencialmente, é a maior vítima da política genocida, antitrabalhista e antinacional do governo neofascista. É castigada não só pela doença, mas também pelo desemprego em massa, a redução da renda do trabalho, as privatizações, a progressiva destruição do Direito do Trabalho, o congelamento dos gastos públicos.

O número de desempregados subiu a mais de 20 milhões, somando o que o IBGE classifica de desemprego direto à multidão de mais de 6 milhões de desalentados, que desistiram de procurar emprego. Subutilizados são 32,4 milhões e mais de 50% da população brasileira em idade ativa não tem ocupação, o que configura um desperdício colossal da força produtiva nacional que deveria estar sendo usada em proveito do desenvolvimento.

Frente a esta realidade, a Direção Executiva Nacional da CTB reitera seu apoio à campanha nacional Fora Bolsonaro e considera que o caminho que se desenha para alcançar este objetivo é o impeachment. Já não é mais aceitável a permanência do líder da extrema direita na Presidência da República. Seu governo é um crime continuado que precisa ser interrompido.

Dirigentes e militantes da nossa central classista devem redobrar os esforços de mobilização para as manifestações convocadas pela CTB, as outras centrais sindicais e os movimentos sociais para o próximo sábado em todo o país. É hora de impeachment e a ampla mobilização social é indispensável para viabilizá-lo.

Direção Executiva Nacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)