Novo Nobel de Economia mostrou que aumentar salário mínimo não significa aumento do desemprego

O economista canadense David Card, um dos três laureados com o Prêmio Nobel de Economia nesta segunda-feira (11), demonstrou por meio de estudos empíricos que aumentar o salário mínimo não provoca, necessariamente, um crescimento do desemprego.

Card nasceu em 1956 em Guelph, no Canadá, e é professor de economia na Universidade da Califórnia, nos EUA.

Uma de suas principais obras, Myth and Measurement: The New Economics of the Minimun Wage [em português, “Mito e medição: a nova economia do salário mínimo”], assinada junto ao economista Alan Krueger, Card realiza uma investigação detalhada dos efeitos do reajuste do salário mínimo sobre o desemprego e a pobreza.

O vencedor do Nobel concentrou seus estudos entre jovens e trabalhadores com menor qualificação. No caso de trabalhadores de redes fast-foods, por exemplo, ele demonstrou que o efeito sobre a geração de empregos pode ser o contrário do que uma visão convencional poderia prever: o número de empregados aumentou, porque jovens que antes não saíam de casa para procurar trabalho foram atraídos pela melhora geral nos salários.

As conclusões de Card e Krueger remetem ao Brasil da última década, em que políticas de valorização do salário mínimo coincidiram com anos de redução dos níveis de pobreza e desemprego. Após o golpe de 2016, quando essa política foi rompida, o desemprego disparou, mostrando que a relação imediata de causa e efeito entre as duas variáveis é muito menos intuitiva do que imaginavam os autores do texto da reforma trabalhista de 2017, por exemplo.

Além de Card, que recebeu o prêmio por suas contribuições empíricas para a economia do trabalho, foram laureados nesta segunda-feira o estadunidense Joshua D. Angrist e o holandês Guido W. Imbens, por suas contribuições metodológicas para a análise das relações causais.

“Os estudos de Card sobre questões centrais para a sociedade e as contribuições metodológicas de Angrist e Imbens mostraram que experimentos naturais são uma rica fonte de conhecimento”, disse Peter Fredriksson, presidente do Comitê do Prêmio de Ciências Econômicas da Academia Sueca.

FONTE: Brasil de Fato

SINTRAHG
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