A inflação oficial no Brasil se mantém em disparada, e teve em outubro sua maior variação em 20 anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,25% no mês passado. Agora, está acumulado em 8,24% no ano – quase as taxas dos dois anos anteriores, somadas (9,02%). Em 12 meses, já chega a 10,67%. Assim, se mantém dois dígitos pelo segundo mês seguido, atingindo o maior índice em mais de cinco anos, de acordo com os dados do IBGE.
Segundo o instituto, que divulgou os resultados nesta quarta-feira (10), os nove grupos pesquisados tiveram alta em outubro. Destaque, mais uma vez, para itens como gasolina, gás de botijão e energia elétrica, além de alguns alimentos.
Gasolina: sexta alta
Assim, o grupo Transportes, por exemplo, com alta de 2,62% no mês, contribuiu com 0,55 ponto percentual na taxa geral. Apenas a gasolina, que subiu 3,10%, foi responsável por 0,19 ponto. Depois da sexta alta seguida, esse combustível acumula 38,29% em 2021 e 42,72% nos últimos 12 meses. Também aumentaram os preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%).
Ainda nesse grupo, o IBGE apurou alta de 33,86% nas aéreas, atingindo todas as regiões pesquisados. Além disso, o transporte por aplicativo voltou a subir (19,85%). Assim como os preços dos automóveis, tanto novos (1,77%) como usados (1,13%). Esses dois itens acumulam, em 12 meses, variação de 12,77% e 14,71%, respectivamente.
Comer fora está mais caro
Em Alimentação e Bebidas (1,17%), o item alimentação no domicílio teve alta de 1,32%, com vários aumentos em outubro. O IBGE cita tomate (26,01%), batata inglesa (16,01%), café moído (4,57%), frango em pedaços (4,34%), queijo (3,06%) e frango inteiro (2,80%). O instituto apurou queda nos preços do açaí (-8,64%), leite longa vida (-1,71%) e arroz (-1,42%).
Já comer fora de casa ficou 0,59% mais caro, em média, principalmente por causa do lanche (0,78%). Já a refeição teve alta um pouco menor que no mês anterior (0,74%).
Conta de luz também sobe
No grupo Habitação (1,04%), a influência principal veio do aumento da energia elétrica, embora com menor variação do que em setembro: de 6,47% para 1,16%. “Em outubro, foi mantida a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos”, lembra o IBGE. Houve aumentos em Goiânia e São Paulo, com redução tarifária em Brasília e Campo Grande.
Já o gás de botijão (3,67%) subiu pela 17ª vez seguida. Acumula alta de 44,77% desde junho do ano passado. E a taxa de água e esgoto subiu 0,225, com reajuste em Vitória.
Altas em todo o país
Com aumentos nos preços das roupas femininas (2,26%), infantis (2,01%) e masculinas (1,70%), o grupo Vestuário teve alta de 1,80% no mês. Também subiram os preços médios de calçados e acessórios (1,44%), superando as altas de setembro. Em outro grupo, Artigos de Residência (1,27%), o IBGE registrou elevação nos itens mobiliário (1,89%) e eletrodomésticos e equipamentos (1,54%). Preços dos artigos de TV, som e informática (0,99%) subiram pelo nono mês seguido – e contribuíram com 0,01 ponto na taxa geral.
O IPCA teve alta em todas as áreas pesquisadas. O maior índice da inflação oficial em outubro foi apurado na região metropolitana de Vitória e no município de Goiânia: 1,53% em ambos. O menor, em Belém (0,64%). Em 12 meses, a taxa oficial de inflação varia de 9,27% (Belém) a 13,48% (Grande Curitiba). Está acima de dois dígitos em Vitória (12,22%), Rio Branco (11,94%), Porto Alegre (11,92%), São Luís (11,58%), Campo Grande (11,41%), Fortaleza (11,34%), Goiânia (11,03%), Belo Horizonte (10,46%), Salvador (10,38%), Recife (10,29%) e São Paulo (10,22%).
INPC soma 11,08%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 1,16%, também no maior resultado deste indicador de inflação para o mês de outubro desde 2002. Agora, acumula alta de 8,45% no ano e 11,08% em 12 meses.
Segundo o IBGE, os produtos alimentícios subiram 1,10%, ante 0,94% no mês anterior. Já os não alimentícios foram de 1,28% ara 1,18%. Todas as áreas registraram alta.
FONTE: REDE BRASIL ATUAL