Ato em defesa da soberania reúne mais 5 mil pessoas em Porto Alegre

Nem mesmo a onda de frio que está presente no Rio Grande do Sul tirou o entusiasmo das mais de 5 mil pessoas que compareceram no ato em defesa da soberania, realizado nesta quarta-feira (1º), em Porto Alegre, com o ex-presidente Lula (PT) e o pré-candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). Lula se contrapôs ao ódio que marca o modo Bolsonaro de governar e defendeu que o povo brasileiro deve ser amado e cuidado por meio de um Estado forte e atuante em defesa dos direitos da população.

O evento, repleto de calor humano, lotou o Pepsi on Stage, e teve muitas lideranças políticas e dos movimentos sociais, como a ex-presidenta Dilma, a vice-presidenta do PCdoB, Manuela d’Ávila, entre outras.

O Brasil vem sendo destruído

“Estamos vendo o governo brasileiro destruir o patrimônio que foi construído ao longo de quase todo o século passado e deste século 21. Estamos vendo que a soberania não é apenas cuidar das nossas fronteiras seca e marítima e do nosso espaço aéreo. Não é só cuidar das riquezas minerais em nosso solo e subsolo, das riquezas que estão em nossas águas, no nosso mar. É muito mais do que isso. Porque um país pode ter todas as riquezas do mundo, mas se o povo não tiver direito de tomar café de manhã, almoçar e jantar, esse país não é soberano. Pode ter toda riqueza do mundo, mas se o povo não tiver emprego e um salário que dê para sustentar sua família, onde está a soberania?”, questionou Lula sobre o tema central do ato.

Ao tratar deste tema, Lula abordou também a política de petróleo sob o governo Bolsonaro, que elevou sobremaneira os preços dos combustíveis e do gás de cozinha, aumentando ainda mais a inflação sobre itens básicos para a subsistência. “A gente se tornou autossuficiente em petróleo e não pode sequer comprar um botijão de gás. Durante todo o nosso governo (Lula e Dilma), a gente não aumentou o gás porque ele é um elemento da cesta básica; a pessoa precisa ter dinheiro para comprar a comida e o gás para cozinhar”.

Defesa da Eletrobrás

Sobre a sanha privatista do atual governo, Lula salientou: “Precisamos ficar muito alertas. Agora querem privatizar a Eletrobras e vão dizer que se tiver mais empresas concorrendo, (a energia) vai ficar mais barata”. E acrescentou: “se a gente deixar privatizar a Eletrobras, se preparem porque as empresas não vão tomar conta apenas do preço da energia, mas também da água dos nossos rios”. Nesse cenário, disse, “nunca mais haverá um programa como o Luz para Todos, no qual nosso governo colocou R$ 20 bilhões para fazer um programa que atendeu 16 milhões de pessoas de graça. Quero saber qual a empresa privada que vai levar energia de graça à casa do pobre, às favelas, ao interior, à Amazônia”. Na sequência, Lula enfatizou: “não quero um Estado fraco, pequeno. Quero um Estado forte que seja responsável pela educação, pela saúde, pela geração de emprego, por aumentar o salário mínimo, por dar cidadania aos cidadãos e cidadãs deste pais e é isso que vamos fazer”.

Direitos dos trabalhadores

Lula declarou ainda que “a única coisa que quero é garantir que todo e qualquer cidadão trabalhador tenha o direito de comprar aquilo que ele produz, a ter uma casa para morar; que tenha o direito de ir ao teatro e ao cinema, de ir ao restaurante, fazer o seu churrasco e formar os filhos. Não estamos exigindo nada demais. Estamos querendo o que está na Constituição, na Declaração Universal dos Direitos Humanos; e a Bíblia diz isso também. Por isso, se preparem: não vamos usar uma arma, não vamos dar um tiro. Vamos dedicar nosso amor e a nossa indignação na luta contra a injustiça”.

Para o presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, o momento exige unidade em torno de um programa de reconstrução do Brasil, que tenha como centro a valorização do trabalho e a recuperação dos direitos da classe trabalhadora, com a revogação da famigerada “Reforma Trabalhista”. “Desde o golpe em 2016, e com o atual governo, os trabalhadores e as trabalhadoras vêm sofrendo os maiores ataques aos seus direitos na história do nosso país; toda essa destruição tem trazido desemprego, miséria e desalento. Chegou a hora de mudar, e para isso precisamos de uma ampla unidade em defesa da democracia e dos direitos sociais, precisamos unir a classe trabalhadora, todos os setores progressistas e a sociedade”, defendeu.

Um Brasil humanista

Por fim, Lula salientou: “Este país é de todos e não de meia dúzia”. Ele defendeu um Brasil “civilizado, humanista, solidário, um país que quer distribuir livro de graça e quer proibir venda de armas, e quer evitar o genocídio e a violência policial” e fez alusão ao assassinato de Genivaldo Santos semana passada em Sergipe e às chacinas no Rio de Janeiro.

Além de Lula e Alckmin, o evento contou com discursos e a presença de diversas lideranças políticas, como a ex-presidenta Dilma Rousseff; a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann; a vice-presidenta do PCdoB, Manuela d’Ávila; dirigentes e parlamentares do PT, PCdoB, PV, Solidariedade e Psol; os ex-governadores gaúchos Olívio Dutra e Tarso Genro; o ex-governador do Paraná, Roberto Requião.

Com informações PORTAL VERMELHO
Fotos: Ricardo Stuckert

SINTRAHG
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.