Por Guiomar Vidor, presidente da CTB RS
A defesa do Salário Mínimo do RS, o “piso regional”, tem sido uma constante na luta da CTB nos últimos anos e, neste momento, tornou-se ainda mais crucial diante das ameaças de sua extinção, como propõem os empresários, e da urgência de reposição das perdas dos últimos anos devido a crise da pandemia e ao avanço da carestia que corrói a renda dos mais de 1,5 milhão de trabalhadores e trabalhadoras que dependem do piso no nosso estado.
Realizamos uma intensa campanha, iniciada pela CTB, “Não deixe o Piso Regional Acabar”, que foi incorporada pelo Fórum das Centrais Sindicais, e conseguimos fazer com que a proposta encaminhada inicialmente pelo governo de 2,73% fosse modificada. Após meses de muita mobilização e trabalho de sensibilização dos deputados e da Casa Civil, o reajuste proposto foi para 5,53%, o que significa o dobro daquele percentual inicial.
Trata-se de um avanço importante, mas ainda insuficiente para que os trabalhadores e as trabalhadoras que ganham o piso tenham assegurada a recuperação da inflação dos últimos dois anos nos quais o piso regional ficou sem reajuste, cujo índice acumulado foi de 10,3%. Ou seja, com o reajuste de 5,53% ainda ficou para trás 4,5%.
Outro fator é que a inflação, que se acentuou nos últimos meses, irá refletir-se na próxima data-base do piso, que é em fevereiro de 2022. Então teremos a necessária reposição da inflação mais os 4,5% que ficaram para trás. Isto deve voltar a ser colocado na mesa nas próximas negociações já no inicio de 2022.
Agora, nossa mobilização deve continuar para a votação que ocorrerá na Assembleia Legislativa nos próximos dias. O índice precisa ser aprovado para que os trabalhadores e as trabalhadoras que esperam há mais de 2 anos pelo reajuste do mínimo regional sejam atendidos.
Esse resultado, mesmo significando uma vitória parcial, demonstra a importância da nossa luta: conseguimos fazer avançar a proposta inicialmente apresentada pelo governo e impedir que a política dos setores empresariais mais retrógrados, de acabar com o mínimo regional, tivesse êxito.
A luta não para. A defesa da recuperação e valorização do piso regional será ainda mais intensa e prioritária em 2022, assim como a luta dos trabalhadores e trabalhadoras por um novo projeto nacional de desenvolvimento que tire o Brasil do atraso e dos retrocessos, que recupere a nossa democracia, a soberania, os direitos e empregos, valorize o trabalho e combata as desigualdades.