O Sintrahg também está engajado no Novembro Azul, é o mês de conscientização do câncer de próstata, que atinge cerca 65 mil brasileiros por ano e é responsável por 13,6 mortes para cada 100 mil homens, de acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Embora as taxas de incidência e mortalidade sejam altas, de acordo com especialistas, os números não são o que mais aflige os brasileiros, mas sim o medo de ficar impotente sexualmente, o que não acontece em todos os casos.
Além do receio de perder a ereção, há dúvidas sobre as reais causas para o desenvolvimento do câncer de próstata, sobre como fazer o diagnóstico e os tipos de tratamento. Abaixo, esclarecemos os principais questionamentos sobre a doença.
Tire dúvidas sobre câncer de próstata
O câncer de próstata é mais comum em idosos. Estima-se que seis entre dez casos registrados no mundo ocorrem em homens com 65 anos ou mais. No entanto, homens de todas as idades devem ficar atentos aos fatores de risco pessoais e conversar com seus médicos para a realização de exames que permitam a detecção precoce da doença.
Ir ao urologista regularmente é o caminho para a detecção precoce. A recomendação médica é que se façam exames de PSA e toque retal a partir dos 50 anos. Para pessoas com parentes próximos que tiveram a doença mais jovens, os exames podem começar um pouco antes.
O câncer de próstata geralmente surge como uma doença silenciosa e indolor. Além disso, muitas vezes os sintomas podem ser confundidos ou atribuídos a outras doenças. Os sinais são frequentemente detectados pela primeira vez durante exames de rotina.
Os sintomas mais comuns incluem necessidade frequente de urinar, dificuldade em iniciar ou interromper a micção, fluxo fraco ou interrompido de urina, dor ou ardor, dificuldade para ter uma ereção, ejaculação dolorosa, sangue na urina ou no sêmen, dor frequente e rigidez na parte inferior das costas, quadris ou coxas. Se tiver qualquer um destes sintomas, procure seu médico para diagnóstico e tratamento, se for necessário.
O aumento da próstata e o câncer de próstata são coisas diferentes. Os sinais e sintomas do aumento do tamanho da glândula incluem dificuldade de esvaziar completamente a bexiga, necessidade frequente de urinar durante a noite e incontinência urinária. O aumento da próstata acontece com a maioria dos homens à medida que envelhecem e esta condição não aumenta o risco de câncer de próstata.
Os hormônios masculinos estimulam o crescimento dos tumores, por isso existe esse temor. No entanto, especialistas apontam que, até o momento, não há evidência suficiente para dizer que a reposição de testosterona aumente o risco de câncer de próstata.
O câncer de próstata, assim como qualquer outro tipo de câncer, se desenvolve a partir da proliferação desordenada de nossas células, causada por mutações no código genético. Não é, portanto, transmitido de uma pessoa para outra, pois não é infeccioso ou contagioso.
Os exames de PSA medem os níveis do antígeno prostático específico na próstata, não o câncer. O PSA é produzido pela próstata em resposta a uma série de alterações que podem estar presentes, incluindo uma infecção ou inflamação (prostatite), o aumento de tamanho da próstata (hiperplasia benigna da próstata) ou, possivelmente, o câncer.
O PSA é o primeiro passo no processo de diagnóstico para o câncer. Ele é útil para a detecção da doença em estágios iniciais, quando é possível ser tratada. Especialistas acreditam que o exame de PSA salva a vida de aproximadamente 1 em cada 39 homens que realizam o exame.
Mas ele não dispensa o exame de toque retal. O exame de PSA é mais eficaz quando é feito concomitante ao toque retal e quando se leva em consideração também a avaliação dos fatores de risco do paciente.
O melhor tratamento para cada caso depende do estadiamento da doença (estágio em que ela se encontra), da idade e do estado geral de saúde do paciente. De maneira geral, cirurgia, radioterapia e terapia hormonal costumam ser as opções mais comuns.
Nem todos os tipos de câncer de próstata requerem tratamento imediato. O tratamento do câncer de próstata depende da idade, do estadiamento do tumor, da quantidade de células cancerígenas presentes no tecido da biópsia, dos sinais e sintomas apresentados e do estado de saúde geral do paciente. Homens diagnosticados com câncer de próstata devem conversar com seu médico sobre a necessidade de tratamento.
Alguns necessitam de tratamento ativo, que pode incluir cirurgia ou radioterapia, e outros podem fazer o que se denomina vigilância ativa. A vigilância ativa é quando o médico monitora o paciente e a evolução da doença ao longo do tempo, intervindo quando necessário. Antes de iniciar qualquer tratamento, converse com o seu médico sobre os riscos e benefícios para que você possa tomar uma decisão de qualidade sobre o que é melhor para o seu caso.
Existem diferentes tipos de câncer de próstata, alguns de crescimento muito lento e outros mais agressivos. Uma vez confirmado o diagnóstico de câncer na próstata pelo patologista, o médico tem condições de caracterizar o potencial de agressividade do tumor e indicar o melhor tratamento com base em vários fatores, incluindo a idade do paciente e seu estado de saúde geral. Os pacientes precisam entender a complexidade da doença e tomar decisões em relação a seu tratamento em conjunto com seu médico.
Em alguns tratamentos para o câncer de próstata, como a cirurgia, os nervos que rodeiam a próstata e controlam a ereção peniana podem ser lesionados. No entanto, a extensão dessa lesão depende de uma série de fatores, como localização e tamanho do tumor e do tipo de tratamento realizado.
Em números, cerca de metade dos homens com bom desempenho sexual antes do tratamento do câncer de próstata ainda terá uma boa função após o tratamento da doença. Outros homens apresentarão impotência moderada a severa, mas a maioria tem apenas uma pequena perda da função sexual, que muitas vezes volta ao normal dentro de alguns meses a um ano após o tratamento. No entanto, a idade pode ser um fator complicador e, à medida que os homens envelhecem, já têm algum comprometimento da função sexual.
Nem todos os pacientes ficam com essa sequela. Um em cada cinco homens tratados de câncer de próstata apresentam incontinência urinária como consequência do tratamento, e os pacientes mais jovens geralmente evoluem melhor. São adotadas técnicas como a reabilitação com fisioterapia do assoalho pélvico com utilização de eletroestimulação.
Praticar atividade física regularmente, manter um peso saudável, diminuir ou evitar o álcool e não fumar são recomendações importantes para minimizar o risco da doença. Uma alimentação pobre em gorduras de origem animal e rica em frutas, verduras, grãos e cereais integrais pode diminuir o risco de câncer, bem como o de outras doenças crônicas.
Além disso, estudos já apontaram os benefícios do licopeno, presente, por exemplo, no molho de tomate, na prevenção desse e outros tipos de câncer.
Fonte: Viva Bem