Por que a grande mídia sai em defesa da indefensável reforma trabalhista?

Desde a manifestação pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiando a revogação de diversas medidas da reforma trabalhista da Espanha, implementada em 2012, a mídia tradicional e figuras do meio político reagem contra uma possível reversão de parte das medidas que alteraram a legislação trabalhista em 2017.

“É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na reforma trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sánchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”, tuitou Lula, que recebeu os cumprimentos do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, em postagem na qual afirmou que as novas mudanças são “um exemplo de que, com diálogo e acordos, podemos construir um país mais justo e solidário”.

Na quinta-feira (6), presidentes de seis centrais sindicais também se manifestaram de forma favorável à discussão sobre a revogação de medidas que não trouxeram benefícios nem aos trabalhadores, nem à economia, sem atingir os objetivos propalados à época pelo governo de Michel Temer. “Nesse período o desemprego aumentou, a precarização e a insegurança laboral se generalizaram, arrocho salarial, pobreza e desigualdade se expandiram, trazendo crescimento econômico rastejante e aumento das mazelas sociais”, disseram em nota.

No sentido contrário, parte da mídia tradicional vem intensificando a defesa das supostas virtudes da reforma. Em editorial publicado na edição deste domingo, o jornal O Estado de S. Paulo ataca o PT e Lula, algo corriqueiro para o periódico, e defende as mudanças de 2017. “A reforma trabalhista do governo de Michel Temer é um marco jurídico sofisticado, de raro equilíbrio social e econômico”, diz o editorial.

Já o jornal Folha de S. Paulo abriu espaço para o próprio Temer, em artigo, defender sua reforma que, segundo ele é “injustamente atacada”. “Ressalto que o combate ao desemprego depende de emprego, e este só se verifica se houver empregador. Não podemos alimentar a disputa permanente entre esses setores fundamentais para a economia nacional. Daí porque falta racionalidade à afirmação de que a modernização trabalhista trouxe prejuízos ao trabalhador e à economia”, escreveu. Em editorial, o jornal também já afirmou que não se pode atribuir à reforma as taxas de desocupação e precarização elevadas.

A movimentação midiática não passou despercebida. Pelo Twitter, o economista Uallace Moreira pontuou que “o mundo está revendo as reformas neoliberais, inclusive a trabalhista. A reforma trabalhista no Brasil é um desastre: precariza o mercado de trabalho e reduz a renda dos trabalhadores”.

“Michel Temer correu na Folha pra defender sua ‘reforma trabalhista’. Só não explica onde é que estão os milhões de empregos prometidos e a redução de renda do povo brasileiro! Só se deu bem empresário que sobrevive da exploração da mão de obra!”, disse o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) em seu perfil.

O juiz e professor universitário Rubens Casara também abordou o comportamento de veículos de comunicação. “A defesa da reforma trabalhista, que não atendeu a qualquer dos objetivos declarados à população (sucesso no que toca aos objetivos ocultos), confirma que a verdade não é um valor inegociável para a mídia hegemônica. Não aprenderam nada com a desgraça que ajudaram a produzir”, afirmou.

“A reforma trabalhista não trouxe benefícios, nem reduziu o desemprego – os números mostram isso. Apenas intensificou a precarização e teve como objetivo beneficiar empresários e prejudicar trabalhadores. Bem distante da referida regulação ‘justa’ das relações socioeconômicas”, postou a professora de Direito Penal e Criminologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luciana Boiteux.

Impactos negativos

Os números oficiais mostram a ineficácia da reforma e diversos estudos também apontam seus resultados negativos. Em agosto de 2021, foram lançados dois volumes da obra O Trabalho Pós-Reforma Trabalhista (2017), resultado de uma parceria do centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Rede de Estudos e Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (Remir). À época, José Dari Krein, do Instituto de Economia da Unicamp, falou à RBA sobre o impacto das mudanças de 2017.

“Afetou negativamente a renda do trabalho, o sistema de crédito. O que cresceu foram as ocupações informais e por conta própria. A desigualdade se acentuou. Também piorou o índice de Gini, ou seja, uma distribuição mais desigual do resultado do trabalho”, ressaltou.

Krein ressaltou ainda o histórico de desconstrução dos direitos trabalhistas no Brasil iniciado no anos 1990, prosseguindo com mais intensidade na reforma de Temer, que mudou formas de contratação e remuneração. As medidas ajudariam, segundo seus defensores, a formalizar contratos, dinamizar a economia, criar empregos e aumentar a produtividade. “Todas essas promessas não foram efetuadas”, lembrou.

Com informações da RBA

CIÊNCIA: Vacinas aplicadas no Brasil conferem proteção adicional a quem já teve covid-19

Um estudo publicado no dia 29 de dezembro no site Medrxiv aponta que as quatro vacinas aplicadas atualmente no Brasil apresentam efetividade de 39% a 65% para prevenir as formas sintomáticas da covid-19 em pessoas que já tiveram anteriormente a doença.

Ainda sem revisão de pares, a pesquisa mostra que, no caso das três vacinas com esquema de duas doses – Coronavac, AstraZeneca e Pfizer –, a segunda fornece uma efetividade significativamente maior quando comparada com a primeira. Segundo o estudo, a média de proteção contra hospitalização ou morte excede 80% após 14 dias do esquema vacinal completo, quando se compara com pessoas infectadas e não vacinadas.

A efetividade das vacinas contra a covid-19 já havia sido provada em pessoas que nunca haviam tido a doença, mas seus efeitos em indivíduos infectados anteriormente ainda não eram evidentes. “Para AstraZeneca e Pfizer, só havia um artigo sobre desfechos graves, e envolvia apenas 75 indivíduos. Não havia nada sobre Janssen e Coronavac para doença sintomática e casos severos”, explica o pesquisador da Fiocruz Julio Croda, um dos autores do estudo.

A importância do esquema vacinal completo

O estudo avaliou 22.565 pessoas acima dos 18 anos que apresentaram dois testes de RT-PCR positivos e 68 mil que tiveram teste positivo e depois negativo, no período de fevereiro e novembro deste ano. Após a infecção inicial, a efetividade para posterior doença sintomática 14 dias após o esquema vacinal completo é de 37,5% para a Coronavac, 53,4% para AstraZeneca, 35,8% para Janssen e 63,7% para Pfizer. A efetividade contra hospitalização e morte no mesmo período é de 82,2% com a Coronavac, 90,8% com a AstraZeneca e 87,7% com a Pfizer. Na Janssen, de dose única, é de 59,2%.

“A importância de ser vacinado é a mensagem principal, e a necessidade dessas duas doses para maximizar a proteção. Vemos que alguns países chegam a recomendar apenas uma dose para quem teve covid, por considerar que estes já contam com um certo nível de anticorpos neutralizantes. Mas esse tipo de avaliação de efetividade na vida real mostra que há um ganho adicional com a segunda dose. É um ganho substancial contra as formas graves”, explica Julio Croda.

Com informações da Agência Fiocruz

CENÁRIO: Perspectivas para a economia em 2022 são ‘limitadas’ e apontam estagflação

Depois de uma sequência de anos ruins, as perspectivas para 2022 seguem negativas, afirma Antonio Corrêa de Lacerda, presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e professor-doutor do Programa de Pós-graduação em Economia Política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Para ele, o cenário mais provável é o do chamada estagflação, com crescimento perto de zero e inflação ainda expressiva.

Sobre a alta de preços, Lacerda afirma que o novo ciclo de altas dos juros, promovido pelo Banco Central, além de não resolver o problema, terá efeitos colaterais adversos. ” A questão chave é que a atual pressão inflacionária se caracteriza nitidamente em um choque de oferta e não de excesso de demanda!”, ressalta.

Da mesma forma, a situação do mercado de trabalho não deve melhorar, na medida em que não haverá crescimento econômico. “Mais do que um problema social, o que por sí só já justificaria uma política pública anticíclica, é também uma questão econômica. Um desempregado a mais é um consumidor a menos.”

Depois de um primeiro ano fraco, um segundo ano devastado pela pandemia, um terceiro com estagnação, o que esperar do último ano do atual governo?

As perspectivas de crescimento no ano vindouro são limitadas, por dois motivos: primeiro porque a atual desaceleração deixa poucos vetores para o crescimento em 2022: desemprego elevado, queda da renda real, inflação persistente, alta da taxa de juros, baixa no consumo e fraco nível de investimentos não são bons incentivadores do crescimento futuro. Segundo, estatisticamente, ao contrário de 2021, que herdou um efeito estatístico positivo de 3,6% de 2020, o impacto de 2021 para 2022 será próximo de nulo.

O quadro mais provável para 2022 é de estagflação: crescimento do PIB próximo de zero, inflação mais baixa que em 2021, mas ainda relevante. O risco de eventual recessão aumentará a depender de variáveis como eventual necessidade de novas medidas sanitárias de restrição em função das novas variantes da covid-19. O Auxílio Brasil, embora necessário, não será suficiente para impulsionar o consumo.

A pandemia, obviamente, teve efeito sobre a economia brasileira. Mas nossa atividade já não andava baixa antes disso?

Sim, o desempenho após a recessão de 2015-2016 foi pífio, pouco acima de 1% ao ano, em 2017, 2018 e 2019. Em 2020, com os efeitos da pandemia e a péssima gestão do seu combate implicou uma recessão de quase 4% no ano. Assim, o crescimento de 2021 apenas nos devolve o nível de 2019, porém com desemprego muito mais elevado, queda na renda e uma inflação maior.

Nos últimos anos, reformas como as trabalhista e previdenciária foram apresentadas como necessárias para, segundo se falava, criar ambiente favorável e proporcionar segurança jurídica, para que a economia crescesse e empregos fossem criados. Agora, se repete o discurso, com a reforma administrativa, por exemplo. Essas reformas tiveram algum efeito positivo ao país?

Prevalece uma espécie de autoengano no papel a ser desempenhado pelas chamadas reformas. Na verdade, elas têm tido pouco efeito para o fim desejado, porque, não apenas por ter sua expectativa de resultado superestimado, mas também porque o “conjunto da obra” não colabora. Ou seja, a combinação de políticas econômicas adotadas estão longe de representar uma alternativa de desenvolvimento.

O que esperar, por exemplo, do mercado de trabalho? A taxa de desemprego parou de crescer, segundo o IBGE, mas a informalidade aumentou e a renda caiu.

Se somarmos os desempregos, mais os desalentados e os subocupados temos 30 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho no Brasil. Emprego e renda são variantes do nível de atividade. Como já temos uma situação desfavorável no final de 2021 e o crescimento da economia não ocorrerá, o quadro do mercado de trabalho tende a se manter retraído. Mais do que um problema social, o que por sí só já justificaria uma política pública anticíclica, é também uma questão econômica. Um desempregado a mais é um consumidor a menos. Como crescer sem mercado consumidor, lembrando que o crédito também está cada vez mais caro?

E quanto à indústria? A produção acumula cinco quedas mensais seguidas e há anos perde participação no PIB. O Brasil precisa de uma política específica para o setor? A desoneração da folha, que acaba de ser prorrogada, foi positiva?

Não temos uma política industrial no país. Aliás, sequer temos ministério da indústria, uma vez que na prática foi extinto, com a fusão realizada pelo atual governo dos antigos ministérios da Fazenda, Planejamento, MDIC e Trabalho e Emprego, este último só recentemente desdobrado. O tema política industrial está totalmente fora da agenda. Desoneração de folha de pagamento, assim como medidas pontuais, são apenas paliativos que não respondem às grandes questões impostas pela revolução tecnológica da Industria 4.0 e as telecomunicações 5G, para citar dois exemplos.

A inflação voltou a mostrar fôlego. As sucessivas altas da taxa de juros têm alguma eficácia, considerando que a inflação não decorre de consumo “excessivo”?

A pressão inflacionária recente tem “nome e endereço”. O aumento das cotações das matérias primas, especialmente petróleo e grãos (commodities) no mercado internacional associado à desvalorização do real têm pressionado os preços domésticos dos combustíveis, gás de cozinha e alimentação, dentre outros.

Fatores específicos do nosso mercado, que vão muito além da sempre apontada questão fiscal, também são relevantes: a política de paridade internacional dos preços praticada pela Petrobras, as estruturas de mercado em vários setores oligopolizados e a indexação, são alguns deles.

A questão da taxa de juros básica no Brasil representa um expressivo paradoxo, especialmente em face da situação em curso: diante da prevalência do Regime de Metas de Inflação e da inoperância de outros instrumentos de combate à inflação, o aumento da Selic se torna uma aparente alternativa única, com custos econômicos e sociais dramáticos!

A contradição presente é que a elevação de juros não irá resolver o problema atual da inflação brasileira, embora produza vários efeitos colaterais adversos. A questão chave é que a atual pressão inflacionária se caracteriza nitidamente em um choque de oferta e não de excesso de demanda!


O aumento dos juros não é neutro, provocando efeitos deletérios, no encarecimento do crédito e financiamento privados e na elevação do custo de rolagem da dívida pública. Isso aprofundará a queda de demanda, afetando negativamente os demais aspectos, com o agravante que dificultará a situação fiscal do País, assim como das famílias e empresas endividadas. Também favorece as aplicações financeiras em detrimento do investimento produtivo, o contrário do que precisamos!

Por fim, o atual governo já falou várias vezes em “retomada” e “recuperação em V”. O senhor vê sinais disso no horizonte?

Infelizmente, não. Todos os fatores já apontados denotam um cenário de estagflação.

Espanha revoga reforma trabalhista que precarizou trabalho e não criou empregos

A Espanha começa 2022 com nova legislação, que revoga os efeitos nocivos da reforma trabalhista de 2012. A mudança faz parte de negociação que envolveu empresas, sindicatos e partidos que compõem a coalização que dá suporte ao Partido Socialista Espanhol (Psoe). Depois de aprovada pelo conselho de ministros na última terça-feira (28), o projeto foi convertido em “real decreto-lei” – um espécie de medida provisória, que coloca as regras em vigor até que sejam ratificadas pelo Legislativo.

Essa nova reforma trabalhista na Espanha, agora com objetivo de resgatar direitos, é parte do acordo entre o partido do governo e o Podemos, partido mais à esquerda esquerda. O acordo ajudou a formar a maioria necessária ao Psoe para indicar o primeiro-ministro Pedro Sánchez, após a eleição de abril de 2019.

A reforma trabalhista da Espanha de uma década atrás foi uma das “inspiradoras” da “reforma” feita no Brasil em 2017, sob o governo de Michel Temer. Lá como aqui, o pretexto de baratear as contratações para se criarem mais empregos, fracassou. Isso porque a principal consequência foi a precarização do trabalho e a criação de vagas mal remuneradas, com menos direitos e condições ruins de trabalho.

Dez anos depois, a Espanha volta atrás. O decreto de 30 de dezembro atende ainda a um compromisso do primeiro-ministro Pedro Sánchez com a Comissão Europeia, para garantir a próxima parcela de fundos da União Europeia. Atualmente, o país conta com taxa de desemprego de 14,5%, uma das mais altas do bloco econômico.

Trabalho temporário e terceirizações

O principal objetivo da nova reforma espanhola é acabar com abuso de contratações temporárias, que hoje responde por mais de um quarto das ocupações no país. A ideia é estimular a contratação por prazo indeterminado, que dão mais segurança aos trabalhadores e, portanto, à economia. Além disso, a nova regra extingue a chamada contratação “por obra ou serviço”, equivalente ao “trabalho intermitente” da reforma de Temer.

Os prazos de contratações temporárias passam a ser limitados a seis meses, podendo chegar a um ano, caso haja autorização em negociação coletiva. Em situações temporalmente previstas – como datas festivas ou atividades agrícolas – o período máximo é de 90 dias.

Outro aspecto importante da nova lei é o de tentar coibir as terceirizações. Com isso, trabalhadores contratados por meio de empresas de terceirização terão obrigatoriamente de receber salários iguais aos dos empregados diretos. Por exemplo, no setor financeiro, um terceirizado deverão receber conforme a convenção coletiva firmadas entre bancos e os sindicatos de bancários.

O decreto-lei de proíbe ainda demissões de funcionários por motivos econômicos e institui de forma permanente o Expediente de Regulação do Trabalho Temporário. A medida foi criada durante a pandemia para evitar que trabalhadores percam o salário e o emprego devido à suspensão da atividade nas suas empresas.

Negociações coletivas

A reforma espanhola pretende reequilibrar os parâmetros de negociação coletiva, revogando a limitação de ultratividade – a perda de vigência de um acordo coletivo quando expira seu prazo de validade. A medida dificultava as negociações entre empresas e sindicatos. E agora, então, o novo texto estende a vigência dos acordos coletivos, até a conclusão de nova negociação.

Por outro lado, há extensão de regras então criadas para auxiliar empresas afetadas pela Covid-19. Em situações críticas, causadas por crises macroeconômicas se permitirá redução de obrigações previdenciárias. Também poderão se socorrer de mecanismos de flexibilização, com facilitações de folgas compensatórias.

Com informação do site Revisão Trabalhista

CTB intensifica campanha de solidariedade às vítimas das enchentes

Em reunião realizada no dia 30, o presidente e o secretário geral da CTB Nacional, Adilson Araújo e Ronaldo Leite, a presidenta da CTB Bahia, Rosa de Souza, e outras lideranças da Central classista naquele estado, debateram a campanha de solidariedade que a CTB e entidades associadas estão desenvolvendo em solidariedade às milhares de vítimas das enchentes.

As enchentes são uma ameaça para vários estados, mas neste momento têm flagelado mais os baianos. De acordo com os dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), divulgados no domingo (26), são 72 municípios em estado de emergência e 52 cidades submersas pela chuva. Nesta quinta (30) o número de mortos subiu a 24, desabrigados já chegam a 37.324, e 53.934 foram desalojados. O número total de atingidos passa de 629.000 pessoas.

Enquanto o drama se desenvolve, o presidente Bolsonaro assiste da praia e se mobilizou para rejeitar ajuda humanitária oferecida pelo governo argentino com o objetivo solidário de amenizar a crise social gerada pelas enchentes. O motivo da recusa, comunicada pelo Itamaraty, foi ideológico: o governo argentino é considerado “comunista” pelos bolsonaristas. Já o “auxílio” da União anunciado para a Bahia foi declarado insuficiente pelo governador Rui Costa.

Solidariedade versus insensibilidade

“Em contraposição à insensibilidade do presidente Bolsonaro, que está promovendo aglomerações e se divertindo na praia enquanto o povo padece, a CTB tem o dever de intensificar a campanha de solidariedade às famílias que estão sendo sofrendo neste momento”, afirmou o presidente da CTB. “É da essência do sindicalismo classista a solidariedade”.

Assim que a tragédia se abateu sobre os municípios baianos, sindicatos filiados à CTB na Bahia se mobilizaram, não aguardando a iniciativa da direção. “É muito positivo que as entidades tenham dado uma resposta imediata, mobilizando apoio”, comentou Araújo.

Rosa de Souza, presidenta da CTB Bahia, observou que as enchentes ocorrem num momento de dispersão e recesso no movimento sindical, em que é mais difícil mobilizar. “Mas estamos redobrando nossos esforços e muitas iniciativas estão sendo tomadas a partir das bases”.

Entre as iniciativas narradas por sindicalistas que participaram da reunião, a Assufba (Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia) lançou uma campanha de solidariedade em sua base e doou 200 cestas básicas às vítimas.

Em Itabuna, um dos municípios mais atingidos, o Sindicato dos Bancários organizou uma exitosa campanha de arrecadação por PIX, recebendo doações de várias entidades. Comerciários e outras categorias também estão envolvidos.

O Sinpojud arrecadou quase uma tonelada de alimentos, roupas, água e produtos destinados à população castigada pelas cheias. A situação, segundo os sindicalistas, é de caos, com a paralisação das atividades econômicas, atrasos no pagamento dos salários, dezenas de sindicatos fechados, alguns inclusive com documentação perdida.

Os dirigentes da CTB ressaltaram a necessidade de intensificar a campanha de solidariedade, buscando na medida do possível unificá-la e enviar informações sobre as iniciativas que estão sendo e serão tomadas em seu âmbito para as direções estaduais e nacional.

“A reunião refletiu sobre o estado de emergência, o drama que aflige milhares de famílias que se encontram desabrigadas e desalojadas em diversas cidades atingidas pelas fortes chuvas por todo país e a necessidade de um reforço a Campanha Nacional de Solidariedade com atenção para uma ação dirigida coordenada pela CTB Nacional com a mais ampla participação das suas entidades de bases”, assinalou o presidente da CTB.

“Em sintonia com as entidades associadas, a CTB vai reforçar as ações de solidariedade e nessa nova fase reunir 1.000 colchões para as famílias necessitadas, ao mesmo tempo em que se organizam as condições para uma ajuda voltada à reestruturação dos lares, já que muitas vítimas perderam e seu teto e praticamente tudo. Frente a esta calamidade, a CTB convoca todas e todos a intensificar a Campanha Viva a Vida com Solidariedade, em apoio às famílias desabrigadas e desalojadas”, complementou Araújo.

As doações podem ser feitas através de PIX ou depósito bancário para:

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
PIX – CNPJ: 09.328.728/0001-11
Banco do Brasil

Depósito | Transferência
CNPJ: 09.328.728/0001-11
Caixa Econômica Federal
Agência: 2903
Conta Corrente: 320-3

OP: 003

URGENTE: Vacinar crianças é essencial para evitar mortes, afirma Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz divulgou no dia 28 de dezembro uma nota técnica sobre a necessidade de disseminação da vacina contra a covid-19 em crianças. A Fiocruz, referência em epidemiologia no Brasil e reconhecida globalmente, assinalou a importância. “A publicação, embasada em estudos e critérios científicos, ressalta que a imunização da faixa etária de 5 a 11 anos vai colaborar com a mitigação de formas graves e óbitos por covid-19 nesse grupo, reduzirá a transmissão do vírus. E será uma importante estratégia para que as atividades escolares retornem ao modo presencial”, informa.

O posicionamento está em consenso com a comunidade acadêmica global. Em 39 países, o processo já iniciou. No Brasil, o avanço da vacinação enfrenta a oposição do presidente negacionista Jair Bolsonaro. O presidente atuou durante toda a pandemia para impedir a mitigação das mortes. Além disso, disseminou mentiras sobre a eficácia e segurança de vacinas; em especial para os mais jovens. Opositor à ciência, Bolsonaro mesmo afirma não ter se vacinado e diz que não deixará sua filha mais nova, de 11 anos, tomar o imunizante.

A posição da Fiocruz também é compatível com análise da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão do governo vem sofrendo perseguição do presidente e de apoiadores após seguir a ciência e recomendar a vacinação. “Mais uma vez reiteramos que os pais de crianças de 5 a 11 anos devem ser claramente informados dos benefícios da vacinação e respeitados em suas decisões, quaisquer que sejam as decisões que tomem, quanto a aplicação da vacina contra a covid-19 em seus filhos”, disse a Anvisa em extensa nota técnica divulgada na última quinta-feira (23).

Negacionismo mata

“A desinformação ameaça o sucesso dos programas de vacinação em todo o mundo”, afirma a agência, defendendo ações coordenadas para combater rapidamente a disseminação de notícias falsas sobre as vacinas. “Não podemos assistir ao desmonte na confiança em usar um produto que salva vidas”, completou o órgão.

A Fiocruz ressalta que indicadores “de mundo real”, ou seja, sobre a aplicação de vacina em crianças em andamento, são positivos e inddubitáveis. “Os mais recentes indicadores mostram que, nos EUA, cerca de 5 milhões de crianças entre 5 e 11 anos de idade já foram imunizadas, sem eventos adversos significativos. O sistema de vigilância de eventos adversos dos EUA registrou 8 casos de miocardite em mais de 7 milhões de vacinados, todos com evolução favorável”.

Caso sério

Ao contrário do que dizem os negacionistas apoiados por Bolsonaro, a covid-19 representa um sério risco para crianças. Além da possibilidade mais alta da chamada covid longa, com efeitos duradouros, nestas faixas etárias, o Brasil é um dos recordistas de mortes de crianças. “No Brasil, até a Semana Epidemiológica 48, em 4 de dezembro de 2021, foram hospitalizados por SRAG, confirmados por Covid-19, 19,9 mil casos abaixo de 19 anos. Na faixa etária de menores de 1 ano foram notificados 5.126 casos, de 1 a 5 anos 5.378 casos e, de 6 a 19 anos, 9.396 casos. Em relação aos óbitos, notificados 1.422 por SRAG confirmados por Covid-19, 418 em menores de 1 ano, 208 de 1 a 5 anos e 796 de 6 a 19 anos”, aponta a Fiocruz.

Também pesa sobre as crianças, a prevalência de casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica associada à Covid-19 (SIM-P). “64% das crianças e adolescentes acometidos tinham entre 1 e 9 anos de idade, com necessidade de internação em UTI de 44,5% das crianças hospitalizadas e letalidade de 6%. A SIM-P é uma grave complicação da infecção pelo Sars-CoV-2 em crianças, uma condição que gera inflamações em diferentes partes do corpo, incluindo coração, pulmões, rins, cérebro, pele, olhos ou órgãos gastrointestinais”, alertam os cientistas.

Saúde mental das crianças

As crianças também possuem um papel especial na disseminação do vírus. Em razão da frequência escolar e da natureza das atividades comuns, como brincadeiras, elas acabam servindo de vetores do vírus. Sem controle da disseminação, o mundo fica suscetível ao surgimento de novas variantes, que se beneficiam da circulação intensa. “Embora crianças adoeçam menos por Covid-19 e menos frequentemente desenvolvam formas graves da doença, elas transmitem o vírus na comunidade escolar e também fora dela”.

A ONU já classifica a covid-19 como “desastre geracional” em relação às perdas educacionais. Uma vacinação ampla para os mais jovens, aliada a medidas como uso de máscaras, garante a segurança necessária para a continuidade do convívio e dos estudos. “A vacinação de crianças é, portanto, uma alternativa robusta para garantir a continuidade de oferta de escola na forma presencial (…) O retorno às atividades escolares presenciais de forma regular permite a identificação e o cuidado de alunos com diferentes vulnerabilidades, muitas acentuadas pela pandemia. Dentre elas, as questões emocionais e o resgate das situações de evasão escolar após longo período sem escola”.

Balanço

Desde setembro o Brasil enfrenta a pandemia “às cegas” sem dados concretos sobre a realidade do surto. Mesmo assim, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) apontou hoje (28) 171 mortes no país. Durante a pandemia de H1N1, em 2009, por exemplo, as mortes pelo vírus no país estavam na casa de 20 por dia. Desde o início do surto de covid-19, em março de 2020, ao menos 618.705 pessoas morreram, número seguramente subnotificado. Também nas últimas 24 horas, houve registro de 8.430 novos casos, totalizando 22.254.706.

FONTE: RBA

Salário mínimo de 2022 segue desvalorizado. Maus presságios para a economia

A proposta de Orçamento da União prevê o valor de R$ 1.210 para o salário mínimo a partir de janeiro de 2022. O valor inclui um reajuste de pouco mais de 10%, baseado no índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a inflação oficial estimada para todo este ano. Acontece que o INPC só será conhecido em 11 de janeiro, o que pode implicar em algum pequeno desvio decimal entre o previsto e o consolidado. O que importa , porém, é que, pelo terceiro ano consecutivo, o salário mínimo não terá aumento real. E como as previsões de inflação do governo não têm batido com a realidade, o piso nacional corre o risco de ficar até abaixo da inflação.

Para se ter ideia da importância desse mecanismo de recomposição da renda, é preciso saber o que a lei define como salário mínimo. A Constituição Federal de 1988, no capítulo dos Direitos Sociais, define que o salário mínimo deve cobrir todas as necessidades do trabalhador e de sua família, deve ser unificado em todo o território nacional e ser reajustado periodicamente para garantir seu poder aquisitivo. (Para conhecer melhor essa história visite a página do Dieese.)

Custa a subir, cai rapidamente

Mas, entre os anos 1970 e 1990, a inflação devorou o poder de compra do salário mínimo, dificultando que esse papel constitucional fosse cumprido. Para que isso um dia venha a se concretizar, é preciso promover gradualmente, a cada ano, aumentos reais (acima da inflação). Era o que vinha ocorrendo desde 2003 (primeiro ano do governo Lula) até 2019 (primeiro ano do governo Bolsonaro).

Preço da cesta básica sobe em todo o país e custa quase 60% de um salário mínimo

Nesse período, uma política de valorização do salário mínimo conseguiu assegurar ganhos de 78% acima da inflação. De acordo com o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Dieese, isso representou a entrada de R$ 250 bilhões ao ano na economia brasileira. Ou seja: esse montante entrava no bolso dos trabalhadores, e se transformava em consumo das famílias. Por sua vez, esses recursos abasteciam o comércio, mantinham as encomendas da indústria e do agronegócio – todos criavam empregos – e faziam a roda da economia girar.

Por exemplo, em janeiro de 2003, uma pessoa que recebia o piso nacional precisava trabalhar sete meses para alcançar o valor que a Constituição considerava necessário para um mês. Em janeiro de 2015, último ano em que a lei de valorização do salário mínimo foi renovada até 2019, esse esforço havia caído para quatro meses.

Enfim, o Brasil caminhava, ainda que lentamente, para fazer valer a lei. Mas, com o fim da política de valorização, voltou a andar para trás. Atualmente, o salário mínimo necessário é quase seis vezes maior do que o valor realmente pago.

Fica para o próximo

Segundo Clemente Ganz Lúcio, esse retrocesso no salário mínimo é um mau presságio para a economia do país em 2022. “A falta de valorização é uma ausência importante na economia. Isso explica em parte a queda da massa salarial. Nós deixamos de ter essa inversão de ânimo econômico e poder de compra da base salarial”, afirma.

Ganz Lúcio, que é assessor do Fórum das Centrais Sindicais, informa que a revisão dessa política para o salário mínimo é um dos principais pontos da agenda sindical no início de 2022. “Não é por outro motivo que a agenda das centrais sindicais, a ser apresentada em maio aos candidatos a cargos eletivos nas eleições do próximo ano, defenderá a retomada de uma política de valorização do salário mínimo”, disse em entrevista a Glauco Faria na Rádio Brasil Atual.

A queda na renda nacional, além de um drama para quem vê o dinheiro ficar cada mês mais curto, é um dos principais entraves para a retomada do crescimento econômico. Basta se observar a relação entre os indicadores de emprego e renda divulgados ontem (28) pelo IBGE.

Renda mais baixa desde 2012

“Para se ter ideia, vejamos esses últimos 12 meses (de outubro de 2020 e deste ano). Apesar dos 10 mil postos de trabalho fechados no ano passado, da pandemia, de lá cá 8,7 milhões foram repostos. É uma quantidade expressiva, mas, por incrível que pareça, esse contingente a mais não foi capaz de elevar a massa salarial, a soma de todos os salários na economia.” Clemente se refere aos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a Pnad Contínua, que revelou ter ocorrido queda de 11,1% na renda média dos ocupados, embora a taxa de desemprego tenha caído alguns pontos. “Portanto, mesmo com 8,7 milhões a mais trabalhando, a massa salarial caiu. Isso significa que houve um brutal arrocho, que está refletido na menor média de remuneração desde 2012.”

De acordo com o sociólogo, esses resultados da Pnad mostram uma pequena retomada de postos de trabalho fechados durante a crise agravada pela pandemia da covid-19. “Mas ainda estamos em patamares inferiores à situação de antes da crise. Ou seja, essa dinâmica de reposição não é positiva nem virtuosa. Predomina na recuperação o surgimento de postos de trabalho precários, sem carteira e autônomos sem CNPJ nem proteção social”, explica. “A criação de postos de trabalho com carteira assinada é tímida.”

Além disso, boa parte das vagas criadas nesse período, sobretudo nos setores de comércio e serviços, tendem a fechar novamente em janeiro. Assim, os indicadores dos próximos meses devem refletir a redução dessas ocupações após o ligeiro aquecimento sazonal de final de ano.

Maus empregos, economia travada

“E esse mundo do trabalho mais precarizado está refletido na renda. Estamos com o menor nível salarial desde que essa pesquisa começou, justamente por causa da predominância desse tipo de ocupação que vem surgindo. O que se observa são postos de trabalho frágeis, com remuneração muito baixa. E, além disso, corroídas por uma inflação mais elevada”, observa o sociólogo.

A massa salarial é importante de ser observada porque representa o poder de compra da economia. “Mais de 60% da nossa capacidade de recuperação e sustentação econômica vem da renda das famílias”, afirma Ganz Lúcio. Ou seja, se a economia coloca pessoas no mercado e não é capaz de aumentar a capacidade de consumo das famílias, patina. “Não há como sustentar um crescimento econômico. E isso é o que está indicado para 2022, um mundo do trabalho muito precário, com baixa capacidade de geração de empregos. E continuando a conviver com esses números: quase 13 milhões de desempregados, quase 30 milhões de subocupados, fora o desalento ou a informalidade.”

salário mínimo 2022

O ex-diretor do Dieese reforça que as empresas produzem quando observam que a economia aumenta os postos de trabalho, os salários e, portanto, o poder de consumo de toda a sociedade. “Desse modo, as empresas produzem para uma sociedade que tem capacidade de absorver novas demandas. Se isso não acontece, a economia não tem crescimento mais duradouro, porque dependerá quase que exclusivamente de sua capacidade de exportação. Não aumentando o poder de compra de toda a sociedade não se anima o setor produtivo”, ele explica. Por isso, não é nada boa a perspectiva de enfrentamento desses problemas para 2022.

FONTE: RBA

Não ser incomodado nas férias é direito do trabalhador, aponta auditor fiscal

Mesmo antes da pandemia, muitas pessoas estavam, de forma exagerada, sendo procuradas por seus patrões em mensagens de aplicativos fora de horário de trabalho. Na pandemia, com as medidas de proteção contra a Covid-19, as coisas ficaram ainda piores, mas pelo bem da saúde mental e o direito ao descanso remunerado, o trabalhador tem direito de dizer que não quer participar de grupos, de não ser incomodado em seu período de descanso e não ser discriminado em seu ambiente de trabalho por essa opção.

A afirmação foi feita ao Portal CUT pelo auditor fiscal, Francisco Luis Lima. Segundo ele, são cada vez mais comuns os relatos de pessoas incomodadas por serem obrigadas pelas empresas a participar de grupos de trabalho pelo WhatsApp durante o seu período de descanso após 12 meses de trabalho. Além disso, ele destaca a importância do total descanso para a saúde mental.

“É o mal do século 21. Você vai a um restaurante e estão todos olhando para o celular, respondendo mensagens. As pessoas estão ‘plugadas’ no trabalho 24 horas por dia. Com a desculpa de vestir a camisa da empresa, vão acabar vestindo uma camisa de força”, afirma Lima.

Sem medo

O temor de perder o emprego por não responder as mensagens dos chefes, mesmo no período de férias, tem sido comum, especialmente em épocas de recordes de desemprego, diz o advogado José Eymard Loguercio.

“É comum ouvir do trabalhador que sofre pressão psicológica de que se não atender a chefia, mesmo em férias, ele poderá ser dispensado e sua insegurança aumenta ainda mais com o alto índice de desemprego”.

Ele conta que o chamado ‘período de desconexão’ tem sido cada vez mais desrespeitado com a facilidade de comunicação, seja por e-mail corporativo ou pelo WhatsApp.

“O desrespeito é tão comum que alguns países regulamentaram o direito de ‘desconexão’ do trabalhador. No Brasil, não temos isso previsto na legislação, mas no período de férias está implícito este direito”, explica o advogado.

Confira o que diz a CLT sobre o direito das férias

  • Todo trabalhador e trabalhadora tem direito a 30 dias de férias, após 12 meses de trabalho
  • Só é permitida a ‘venda’ de 10 dias de férias
  • O empregador deverá efetuar o pagamento das férias até dois dias antes do período
  • A partir da 6ª falta não justificada durante o período aquisitivo, o trabalhador pode ter esses dias descontados do período das férias
  • Integrantes da mesma família que trabalhem na mesma empresa têm direito a tirar férias no mesmo período
  • Estudantes têm o direito de conciliar as férias escolares com a do trabalho
  • Demitido sem justa causa antes de completar 12 meses de trabalho têm direito à remuneração relativa ao período incompleto
  • O início das férias não pode coincidir com a antevéspera ou a véspera de feriados e do repouso semanal remunerado – a ideia é que o empregado não seja prejudicado com férias de períodos curtos, que de alguma forma já incluam feriados e o repouso, e assim ele tenha menos dias de descanso. Férias a partir deste período só por necessidade do próprio trabalhador.
  • O trabalhador não pode prestar serviço a outra empresa, exceto se essa condição estiver exigida em outro contrato de trabalho regular.

FONTE: PORTAL CUT

VACINAS SALVAM: Chance de morrer por covid-19 é até 60 vezes maior entre não vacinados

Estudo do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indica que a chance de pessoas não vacinadas morrerem de covid-19 pode ser 60 vezes maior que a de vacinados. De acordo com dados coletados nos últimos meses, foram detectadas 61 mortes por milhão de pessoas não vacinadas no país. Mas esse número cai para cinco por milhão entre vacinados com duas doses; e para um por milhão para quem que recebem a terceira dose de reforço. Sobre a suscetibilidade a infecções, autoridades apontam para 4.510 casos por milhão entre não vacinados; para 1.340 para pessoas com duas doses; e 480 entre os que receberam o reforço.

Os dados reforçam a importância da vacinação diante das diferentes variantes do coronavírus. Em grande parte dos Estados Unidos, a variante ômicron é dominante. Logo, os imunizantes seguem apresentando resultados robustos mesmo diante da cepa mais recente, identificada pela primeira vez na África do Sul. Diante dos dados irrefutáveis sobre a necessidade da vacinação, a cidade de Nova York adota, a partir de hoje (27), uma medida ousada. Isso porque entrou em vigor medida que obriga todos os trabalhadores da cidade a se vacinar, sob pena multa de R$ 5,6 mil.

Vacinados e conscientes

Diante dos dados, a neurocientista coordenadora da Rede Análise Covid-19 Mellanie Fontes-Dutra reafirma a necessidade da vacinação. “A melhor escolha é a prevenção. Vacine-se. Busque a 1ª, 2ª e 3ª dose, dependendo de seu status vacinal. Portanto, não é tarde para fazer boas escolhas. Use máscaras PFF2, some com distanciamento físico e ambientes bem ventilados sempre que possível. Conscientize as pessoas próximas.”

O Brasil enfrenta problemas na notificação de casos e mortes de covid-19 desde setembro, após resolução do Ministério da Saúde, que deixou o país “às cegas”. Mesmo assim, o país segue como líder nas mortes em 2021 em decorrência do vírus. São 618.534 vítimas desde o início da pandemia, em março de 2020, sem considerar ampla subnotificação. Nas últimas 24 horas, morreram 86 pessoas de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Além disso, o país chegou a 22.246.276 de casos, sendo notificados 6.840 novos contágios nesta segunda. Por falhas no sistema, não estão contabilizados dados de São Paulo.

No país, 67% das pessoas estão com esquema vacinal completo com duas doses. Receberam ao menos a primeira 75%. Cerca de 20 milhões de brasileiros habilitados ainda não retornaram para a segunda dose, 1 milhão destes no estado de São Paulo e 413 mil na capital.

Amplitude vacinal

A amplitude da cobertura vacinal é um dos pontos essenciais para a resposta dos países aos desafios que a pandemia ainda impõe. O coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt, aponta três eixos que levam países a enfrentar novas ondas de covid-19: “Estagnação da cobertura vacinal; cobertura vacinal não homogênea; e flexibilizações de medidas eficazes (máscaras/aglomerações de muitas pessoas)”.

O coordenador argumenta que quem estagnou em uma cobertura menor (cerca de 60%) está tendo uma onda maior do que quem estagnou em coberturas mais altas (cerca de 80%). “Aqui no Brasil nós ainda não vemos a estagnação nos gráficos de vacinação, mas estamos nos 60%, cobertura onde alguns países começaram a estagnar. Agora, é correr pra vacinar as crianças e convencer aquele amigo/parente a tomar a segunda dose”, completa.

O cientista lembra da importância de vacinar as crianças como uma estratégia coletiva para colocar fim à pandemia. Barreiras neste sentido dificultam o avanço da imunização, bem como outros fatores. “O motivo da estagnação pode ser bem diferente entre cada país. Vacinaram todos os vacináveis e faltam as crianças; Tem muita gente hesitante, maior cultura anti vacinas; Dificuldade de comprar doses; Dificuldade de distribuir doses”.

FONTE: RBA

Desemprego atinge 12,9 milhões, informalidade cresce e renda cai

A taxa de desocupação do trimestre agosto-outubro caiu 2,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período no ano passado. Desse modo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atingiu o índice de 12,1%. A situação afeta uma população de 12,9 milhões de pessoas. Entretanto, o trabalho informal representa 40,7% da população ocupada, uma piora de 2,4 pontos percentuais em relação ao trimestre agosto-outubro de 2020. Isso significa, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) divulgada nesta terça (28), 38,2 milhões de pessoas desempenhando ocupações sem direitos e nenhum tipo de proteção.

Além disso, a sutil “recuperação” no índice de emprego não representou melhora na renda do trabalho. De acordo com a Pnad Contínua, o rendimento real habitual caiu 4,6% caiu 11,1% em um ano. A renda média dos ocupados, de R$ 2.556 em outubro de 2020, ficou em R$ 2.449. Entre os trabalhadores com carteira assinada, a redução no ganho mensal foi de 8% e entre os informais foi de 11,9%. Em todas as demais formas de ocupação consideradas pelo IBGE os rendimentos também caíram: trabalhador doméstico (-5,1%), do setor público (-10,6%), empregador (-15%) e trabalhadores por Conta própria (-4%).

Na comparação anual, também não houve crescimento no rendimento em nenhum grupamento de atividade verificado pelo IBGE. Ao contrário, em seis deles houve reduções: Indústria (-16,1%), Construção (-7,4%), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (- 10%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (-9,3%), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-11,6%) e Serviços domésticos (-5,1%).

Maus empregos

Os empregos com carteira seguem crescendo muito menos dos que os sem carteira assinada. Em outubro, segundo o IBGE, enquanto o primeiro grupo aumentou 8,1% em um ano, o segundo cresceu 19,8%. O cenário acaba refletindo – além da queda na renda do trabalho – na qualidade dos empregos. O país tem ainda 7,7 milhões de pessoas trabalhando menos horas do que precisariam, a chamada subocupação de mão de obra. Isso representa um aumento de 17,7% dessa taxa em um ano – pois em outubro de 2020 eram 6,5 milhões.

Já a população subutilizada ainda apresenta números alarmantes. São 29,9 milhões de pessoas nessa condição, apesar da redução de 3,2 milhões de pessoas em relação ao ano anterior. O desalento – quando a pessoa desiste de procurar trabalho por falta de condições – também segue afetando 5,1 milhões de pessoas.

Com informações da Agência de Notícias do IBGE