SINTRAHG engajado no Outubro Rosa: a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama

O SINTRAHG está presente nesse esforço de conscientização do Outubro Rosa. É um movimento já conhecido mundialmente como o mês marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, e celebrado anualmente desde os anos 90. O objetivo da campanha é compartilhar informações sobre o câncer de mama e, mais recentemente, câncer do colo do útero, promovendo a conscientização sobre as doenças, proporcionando maior acesso aos serviços de diagnóstico e contribuindo para a redução da mortalidade.

O que é?
É o tipo de câncer mais freqüente na mulher brasileira. Nesta doença, ocorre um desenvolvimento anormal das células da mama, que multiplicam-se repetidamente até formarem um tumor maligno.

Como a mulher pode perceber a doença?
O sintoma do câncer de mama mais fácil de ser percebido pela mulher é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. A pele da mama pode ficar parecida com uma casca de laranja; também podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço. Deve-se lembrar que nem todo caroço é um câncer de mama, por isso é importante consultar um profissional de saúde.

Como descobrir a doença mais cedo?
Toda mulher com 40 anos ou mais de idade deve procurar um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente, além disso, toda mulher, entre 50 e 69 anos deve fazer pelo menos uma mamografia a cada dois anos. O serviço de saúde deve ser procurado mesmo que não tenha sintomas!

O que é o exame clínico das mamas?
É o exame das mamas realizado por médico ou enfermeiro treinado para essa atividade. Neste exame poderão ser identificadas alterações nas mesmas. Se for necessário, será indicado um exame mais específico, como a mamografia.

O que é mamografia?
È um exame muito simples que consiste em um raio-X da mama e permite descobrir o câncer quando o tumor ainda é bem pequeno.

O que pode aumentar o risco de ter câncer de mama?
Se uma pessoa da família – principalmente a mãe, irmã ou filha – teve essa doença antes dos 50 anos de idade, a mulher tem mais chances de ter um câncer de mama. Quem já teve câncer em uma das mamas ou câncer de ovário, em qualquer idade, também deve ficar atenta. As mulheres com maior risco de ter o câncer de mama devem tomar cuidados especiais, fazendo, a partir dos 35 anos de idade, o exame clínico das mamas e a mamografia, uma vez por ano.

O auto-exame previne a doença?
O exame das mamas realizado pela própria mulher, apalpando os seios, ajuda no conhecimento do próprio corpo, entretanto, esse exame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso a mulher observe alguma alteração deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo de sua residência. Mesmo que não encontre nenhuma alteração no auto-exame, as mamas devem ser examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde!

O que mais a mulher pode fazer para se cuidar?
Ter uma alimentação saudável e equilibrada (com frutas, legumes e verduras), praticar atividades físicas (qualquer atividade que movimente seu corpo) e não fumar. Essas são algumas dicas que podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer.

Direção Nacional da CTB convoca militância para manifestação do próximo sábado contra Bolsonaro

Leia a resolução política aprovada na reunião realizada nesta terça-feira (28) pela Direção Nacional Plena da CTB:

1- A cada novo dia do governo comandado por Jair Bolsonaro, presenciamos o crescimento do número de vítimas da tragédia sanitária e o aprofundamento da crise econômica, política e institucional que perturba o país;

  1. Após o fracasso da empreitada golpista no 7 de setembro ele recuou das ameaças contra o STF. Mas não demorou muito para voltar a exibir seu DNA fascista;

3- Durante a semana passada, nos EUA, patrocinou espetáculos grotescos, submetendo o Brasil a dias de doloroso vexame internacional. Seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 21 de setembro, foi recheado de mentiras. Afirmou que seu governo patrocina um auxílio emergencial de US$ 800,00, valor equivalente a R$ 4,5 mil; que protege o meio ambiente e é amigo dos indígenas; que o Brasil estava às portas do socialismo antes de sua posse. Disse que a economia brasileira vai de vento em popa e atribuiu a governadores e prefeitos a culpa pela carestia, não só no Brasil, como “em todo o mundo”. Fez questão de exibir seu negacionismo e prescrever remédios ineficazes para o tratamento da Covid-19;

4- As fantasias reacionárias do chefe da extrema direita traduzem uma completa inversão da realidade. No Brasil real, a fome já castiga cerca de 20 milhões e ronda os lares de 117 milhões de brasileiros e brasileiras. A renda média do trabalho é a mais baixa desde 2017 e cerca de 33 milhões de pessoas estão desempregadas, desalentadas ou subempregadas. Nada menos que 2 milhões de famílias (41 milhões de pessoas) foram lançadas à condição de extrema pobreza entre janeiro de 2019 e junho deste ano;

5- Aos dramas do mercado de trabalho, marcado também pela crescente precarização, aliam-se a carestia, a estagflação, a crise hídrica, a fuga de capitais, a alta do dólar e a tragédia sanitária, com o Brasil hoje se aproximando de 600 mil mortes pela Covid-19 e uma média ainda superior a 500 mortes por dia. Tudo isto é coroado por um assombroso esquema de corrupção descoberto pela CPI da Covid, envolvendo negociações para aquisição das vacinas indianas covaxin e astrazeneca com a intermediação de empresas comandadas por empresários picaretas como a Prevent Senior, a Precisa e o FIB Bank;

6- Os fatos mostram que a permanência de Bolsonaro na Presidência da República cobra ao povo um preço muito alto e deve ser interrompida para o bem da nação;

7- Por esta razão, a Direção Nacional da CTB reitera a centralidade da campanha Fora Bolsonaro. Afastar Bolsonaro é, neste momento, o principal objetivo do sindicalismo classista e do povo brasileiro;

8- A orientação à militância e às direções estaduais é de redobrar os esforços de conscientização e mobilização das trabalhadoras e trabalhadores para a participação nos atos convocados para os dias 2 de outubro e 15 de novembro da campanha Fora Bolsonaro, que ganhou as ruas após as manifestações nacionais realizadas em todo o país desde maio;

9- Para alcançar esses objetivos, é imperioso ampliar o movimento, incorporando novas forças políticas e concretizando a formação de uma frente ampla na campanha Fora Bolsonaro, à margem e acima das diferenças partidárias e ideológicas;

10- A Direção Nacional da CTB reitera a proposta de realizar, no curso do próximo ano, uma nova Conclat com o objetivo de fortalecer e ampliar a unidade do movimento sindical, atualizar a agenda da classe trabalhadora aprovada no 2º CONCLAT, realizado em junho de 2010, e elaborar uma plataforma unificada para as eleições de 2022;

11- Na agenda legislativa são prioridades as lutas contra a PEC 32 (a Reforma Administrativa de Bolsonaro) e os projetos entreguistas de privatização dos Correios e da Eletrobras;

12- A reunião também foi marcada pela posse da nova direção nacional da CTB, eleita no 5º Congresso, que tem pela frente o desafio de intensificar a luta em defesa da classe trabalhadora e da democracia, barrar o retrocesso e o perigo fascista e criar condições para a retomada de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com democracia, soberania e valorização do trabalho.

A PEC 32 PODE ACABAR COM O SERVIÇO PUBLICO, DIGA NÃO!

O serviço público é essencial na vida de todos nós e sabemos que sua qualidade depende de funcionários qualificados e experientes. Mas a chamada reforma administrativa do governo Bolsonaro pode liquidar com o serviço público em nome dos interesses de políticos corruptos, prejudicando a população e a própria carreira dos servidores.

Quem cuida da sua saúde, da sua segurança e da educação dos seus filhos é um funcionário público. Não podemos permitir que esses serviços tão essenciais à população sejam prejudicados pela reforma administrativa.Ajude a defender o serviço público do Brasil, diga não à PEC 32!

Entenda:

• A reforma facilita a corrupção, com as rachadinhas, por exemplo, e as indicações políticas sem critérios técnicos, causando a perda da qualidade dos serviços e a eficiência no atendimento;

• A falta de continuidade com a substituição dos servidores sem estabilidade irá prejudicar a evolução dos serviços e o atendimento à população;

• O serviço público será transformado numa ferramenta de governo com interesses políticos e privados.

Trabalhador do Hotel Siena ganha o SAMSUNG A10 na promoção da pesquisa

SORTEADO! Nesta ano, o SINTRAHG trouxe uma importante inovação: a pesquisa virtual sobre a campanha salarial. Cerca de 250 trabalhadores e trabalhadoras da base participaram. No geral, deram apoio ao conjunto de reivindicações, com destaque para o reajuste de piso e dos salários. Ou seja, a grande preocupação da categoria neste ano está na perda da renda em virtude da inflação.

Para o presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais, a pesquisa proporcionou criar um processo participativo e inovador para estimular a democracia e a transparência na gestão sindical. “Ficamos muito satisfeitos com a participação da categoria, por isso vamos seguir experimentando essas novas formas de interação para aproximar cada vez mais o sindicato da nossa base”.

Ganhador

Foi sorteado um Smartphone Samsung A10 entre os participantes da pesquisa, e o ganhador foi um trabalhador da hotelaria (Hotel Siena), Flávio Michel Fontes Júnior Junior, que recebeu o seu prêmio das mãos do presidente do SINTRAHG, Rodrigo Callais.

Campanha salarial 2021: assembleia aprova pauta de reivindicações 

Assembleia geral dos trabalhadores e trabalhadoras em hotelaria e gastronomia de Gramado, ocorrida nesta quinta-feira, 23, aprovou a pauta da categoria para este ano, com destaque para a consulta virtual realizada pelo Sintrahg que ajudou a subsidiar a lista de prioridades a serem reivindicadas.

Índice

Para o reajuste dos salários, ficou definido que a reivindicação será pela reposição integral da inflação (INPC) com base no mês de novembro, que deverá ficar acima dos 10%, mais 3% de aumento real.

Outra prioridade, e que foi o item mais votado da pesquisa virtual, será a valorização do piso de categoria, que hoje está em R$ 1.355. O valor pedido será de R$ 1.600.

Direitos da Convenção Coletiva Trabalho – CCT

Além do reajuste, o Sintrahg vai defender a manutenção e ampliação dos direitos da CCT da categoria, veja as principais reivindicações:

– Reajuste no auxílio-creche de 100%: nosso auxílio-creche ainda possui um valor baixo, por isso vamos reivindicar que ele dobre tendo em vista ser muito importante para as mães e crianças

– Reajuste no adicional por tempo de serviço: anuênio e quinquênios

– Reajuste no auxílio-educação

– Reajuste no abono qualificação profissional

– Pagamento de grau máximo de insalubridade (40%) para as camareiras

– Auxilio combustível no valor de R$ 150 e redução no desconto do vale-transporte para 3%

– Pagamento do salário no máximo até o 5º dia do mês, independente se cai no sábado, domingo ou feriado

– Aumento no adicional noturno para 40%, das 22h até o termino da jornada de trabalho

– Ampliação da estabilidade para 90 dias após o período da Licença Maternidade

Pesquisa

Nesta ano, o Sintrahg trouxe uma importante inovação: a pesquisa virtual sobre a campanha salarial. Cerca de 250 trabalhadores e trabalhadoras da base participaram. No geral, deram apoio ao conjunto de reivindicações, com destaque para o reajuste de piso e dos salários. Ou seja, a grande preocupação da categoria neste ano está na perda da renda em virtude da inflação.

Para o presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais, a pesquisa proporcionou criar um processo participativo e inovador para estimular a democracia e a transparência na gestão sindical. “Ficamos muito satisfeitos com a participação da categoria, por isso vamos seguir experimentando essas novas formas de interação para aproximar cada vez mais o sindicato da nossa base”.

Ganhador

Foi sorteado um Smartphone Samsung A10 entre os participantes da pesquisa, e o ganhador foi um trabalhador da hotelaria (Hotel Siena), Flavio Michel Junior.

Valorização padrão Gramado

As negociações da campanha, que neste ano tem como slogan queremos Valorização Padrão Gramado, terá um primeiro encontro com a patronal na próxima segunda-feira, 27, para entrega da pauta de reivindicações.

“Se Gramado é reconhecida como um polo turístico no Brasil e na América Latina, isso também se deve a dois segmentos profissionais muito importantes que, com sua dedicação e a qualidade do seu trabalho, fazem a cidade funcionar e receber bem os visitantes: são os trabalhadores e as trabalhadoras da hotelaria e da gastronomia”, disse o presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais.

Callais acrescenta que espera uma negociação de alto nível com a patronal, tendo em vista que é um momento de sensibilidade porque a inflação esperada para novembro pode ser a maior desde 1997 e a categoria sempre esteve na linha de frente, e foi das que mais sofreu com a pandemia. “Agora é preciso valorizar essa dedicação. Nossos salários vêm sendo corroídos pela inflação e perdendo poder de compra. Só em 2021, a cesta básica no RS teve aumento de mais de 25%. Além disso, é preciso manter e valorizar nossos direitos sociais da Convenção Coletiva – são os direitos que o Sindicato conquistou e que a nova Lei trabalhista não garante mais”, completou.

MTST ocupa Bolsa de Valores em protesto contra a fome, a inflação e o desemprego

Ativistas do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocuparam no início da tarde desta quinta-feira a B3, sede da Bolsa de Valores brasileira, no centro São Paulo, em protesto contra a fome, a inflação e o desemprego.

O local foi escolhido por simbolizar a “especulação” e a “desigualdade social”, segundo líderes do movimento. “Ocupamos a Bolsa de Valores de São Paulo, maior símbolo da especulação e da desigualdade social. Enquanto as empresas lucram, o povo passa fome e o trabalho é cada vez mais precário. Quem segura o Bolsonaro lá são os donos do mercado!”, publicou o perfil da organização no Twitter.

“Os lucros recordes dos bancos, o aumento de grandes fortunas e o surgimento de 42 novos bilionários no mesmo país onde a insegurança alimentar atinge mais de 116 milhões de pessoas e a fome já é uma realidade para mais de 19 milhões precisa acabar”, continuaram.

Em nota, o movimento disse que essa manifestação dá início a uma campanha que irá realizar ações nos próximos meses em todo o país.

FONTE: CTB

SINTRAHG recebe troféu Seleção Jornal Integração

O Sintrahg recebeu o troféu Seleção Jornal Integração como destaque no segmento sindicatos de trabalhadores em Gramado. A entrega do prêmio ocorreu no dia 15 de setembro, em jantar realizado na Sociedade Recreio Gramadense.

O Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado, Sintrahg, foi escolhido a partir de uma pesquisa realizada pelo Jornal Integração na qual perguntara à comunidade quais as marcas mais lembradas no segmento: o SINTRAHG foi o mais votado.

Estiveram representando o SINTRAHG na premiação o presidente da entidade, Rodrigo Callais, o Diretor de Mobilização e Propaganda, Silvano “Narizinho”, e o Tesoureiro, Moacir Wasem.

Para Callais, o reconhecimento da comunidade representa o trabalho sério que o sindicato vem realizando ao longo da sua trajetória como entidade classista comprometida com a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e com o desenvolvimento da região.

Sintrahg regulariza Taxa de Serviço em duas empresas de Gramado

O Sintrahg realizou duas assembleias importantes nesta semana: na Porto do Cara de Mau Pizzeria e no Monte Felice Hotelaria. Em ambos foi regularizado o funcionamento da Taxa de Serviço, com aprovação do Acordo Coletivo de Trabalho e a incorporação dos valores na folha de pagamento dos trabalhadores e das trabalhadoras das respectivas empresas.

Sindicato presente: trabalhadores definem democraticamente funcionamento da Taxa

Além disso, o presidente do Sindicato, Rodrigo Callais, e o Diretor de Mobilização e Propaganda, Silvano “Narizinho”, falaram sobre a campanha salarial deste ano “Queremos Valorização Padrão Gramado”, e mostraram os serviços e atendimentos que o Sintrahg oferece aos associados.

Sobre a Taxa de Serviço, Callais destacou que “é importante que as empresas entendam que estes valores não podem ser pagos ‘por fora’, sendo essa pratica proibida por Lei. O Sindicato tem feito um trabalho forte nesse sentido, inclusive buscando a justiça, quando necessário, para que estes valores sejam repassados corretamente para os trabalhadores.”

O que explica a disparada no preço dos alimentos e até quando vão subir?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quinta-feira (9) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação, fechou o mês de agosto em 0,87%, a maior taxa para um mês de agosto desde 2000. No acumulado dos 12 meses, chegou a 9,68%, o maior percentual desde fevereiro de 2016, quando o acumulado de 12 meses estava em 10,3%.

Segundo o IBGE, a alta nos preços foi generalizada, com 8 dos 9 grupos de produtos registrando alta, com exceção de saúde e cuidados pessoais. Os maiores vilões foram os grupos dos transportes (alta de 1,46% apenas no mês de agosto), puxada pelo aumento da gasolina, e de alimentação e bebidas (1,39%).

A subida no preço dos alimentos não é novidade para o brasileiro, que tem sido obrigado nos últimos meses a procurar substitutos para diversos produtos que apresentaram forte alta nos preços.

Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais, a cesta básica subiu em 13 destas cidades no mês de agosto. Em agosto, o valor médio da cesta básica em Porto Alegre foi de R$ 664,67, o maior do país.

Contudo, o Brasil se encaminha para fechar o ano com recordes de produção. O mesmo IBGE estimou, em agosto, que a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deverá fechar o ano em 256,1 milhões de toneladas, o que seria a maior da história. O que explica então a alta no preço dos alimentos?

Pandemia e preço internacional

O professor Alessandro Donadio Miebach, do Departamento de Economia e Relações Institucionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que o primeiro elemento que precisa ser levado em conta para explicar a inflação brasileira é o impacto da pandemia no preço internacional dos alimentos.

De acordo com o Indicador de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), a média dos preços iniciou 2020 em um patamar acima, mas ainda próximo, do que fora registrado em 2018 e 2019. Após uma leve queda nos primeiros meses do ano, começou a subir a partir de maio e manteve uma trajetória de alta que perdurou até maio de 2020, atingindo patamares mais de 30% superiores aos do início da pandemia.

Índice de preços dos alimentos medido pela FAO | Foto: Reprodução
A trajetória apontou para queda em junho e julho, mas já voltou a subir globalmente em agosto. Na avaliação de Miebach, em razão das incertezas geradas pelo variante Delta do coronavírus. Mas por que a pandemia influenciou o preço dos alimentos? “Ninguém sabia o que era a pandemia de março de 2020, o que os países foram fazer? Compor estoques e garantir a segurança alimentar. Isso explica para nós o pico nos preços. Tu não tem outro motivo para a subida de preços nessa magnitude que a gente viu”, diz.

Se o preço dos alimentos sobe no mercado internacional, sobe no Brasil também. Contudo, há um agravante para o cenário brasileiro: a disparada no dólar verificada nos últimos anos tornou mais atrativo para o produtor nacional vender para o exterior. “A nossa agricultura é mercantil, visa lucro, então ‘eu vou vender onde eu tenho um preço mais alto’. Se o preço internacional subiu, eu vou subir aqui também, não vou vender mais barato para o mercado doméstico. Se o mercado doméstico quiser comprar o meu cereal, vai ter que pagar o mesmo preço”, diz o professor.

Patrícia Costa, economista e Supervisora de Pesquisa de Preços do Dieese, explica que essa priorização das exportações gera um segundo elemento inflacionário, que é a falta de oferta de produtos para o mercado interno. “A gente começou a exportar muito feijão, muito arroz, carne bovina, soja, óleo de soja, açúcar, e tudo isso vem elevando o preço dos alimentos, porque grande parte da nossa produção é para fora e aqui dentro não tem oferta suficiente para cumprir a demanda, então você tem aumento de preço”, explica.

Um terceiro elemento, também relacionado à variação de preços no mercado internacional e ao dólar, é a alta de combustíveis e derivados do petróleo, como gasolina, diesel e gás de cozinha, que são insumos essenciais tanto para o produção de alimentos como para o transporte. “A política da Petrobras mudou para priorizar o lucro dos acionistas e quem paga esse lucro é a população brasileira, porque vai comprar o gás e a gasolina na bomba”, diz a economista.

Soma-se a isso a alta em mais um insumo essencial, a energia elétrica, que está relacionada à crise hídrica e à falta de planejamento do governo federal para enfrentá-la.

“A gente precisa lembrar que luz, combustível e gás também são custos de produção. Milho e soja, que a gente também está mandando para a fora, são insumos para a produção de gado, que produz carne e leite. Então, os problemas da economia brasileira neste momento estão do lado da oferta dos produtos. Porque, do outro lado você tem uma demanda extremamente reprimida, as pessoas não têm renda, tem muita gente pulando refeições porque não tem dinheiro para comprar as três refeições para a família, tem muita gente que está cozinhando com lenha porque não tem dinheiro para o botijão de gás. O produtor olha para o Brasil e vê um país empobrecido e olha para o mercado internacional, vê a demanda da China e ainda recebe o dólar, então é extremamente vantajoso para ele exportar esses alimentos”, diz Patrícia Costa.

Por outro lado, Costa e Miebach apontam que o Brasil deixou de usar instrumentos que tinha à disposição para controlar a variação dos preços internacionais, como os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma reportagem do publicada pelo portal UOL em setembro de 2020 apontou que o Brasil registrava uma redução de 96% na média anual dos estoques públicos de alimentos em uma década. A soja, por exemplo, não era armazenada desde 2013.

“Flutuações nos mercados de preços de alimentos são comuns. O que os países como China, EUA e outros fazem? Tu faz estoques de alimentos para preservar o preço e também para proteger os agricultores, porque tu pode ter o contrário, uma queda pronunciada do preço, aí o estoque regulador entra comprando e sustenta o preço. Quando o preço sobe, ele entra vendendo e joga para baixo”, diz Alessandro Miebach.

Segundo o professor, a redução de estoques passar por uma decisão política dos últimos governos federais, que, nutridos pela lógica liberal, passaram a defender que o mercado seria mais eficiente para reger a economia sem a participação do governo. “É uma concepção muita ingênua. O que acontece? Todo o choque de preço é transmitido direto, sem mediação. Mais ou menos o que acontece com a gasolina, toda a variação e volatilidade é transmitida para o consumidor”, afirma.

Soma-se a isso também a decisão de priorizar os grandes produtores em detrimento de realizar políticas voltadas para a agricultura familiar, que tem por característica uma produção mais voltada para abastecer o mercado interno.

Patrícia Costa diz que já é possível perceber a queda em alguns preços de alimentos, como arroz e feijão. Para a economista, contudo, isso é um reflexo do fato de que eles subiram a patamares tão altos que as pessoas deixaram de comprar, o que força uma redução nos preços.

“Você começa a ter uma guerra em que a oferta pressiona para cima e a demanda pressiona os preços para baixo, porque as pessoas não conseguem absorver os impactos do preço mais. O patamar de preço da carne bovina hoje é em torno de R$ 40 o quilo, se a gente pegar uma média de preços entre patinho, acém, coxão duro e coxão mole. Era R$ 20 em 2015. É um aumento muito grande, então o consumo diminuiu”, diz.

Alessandro Miebach diz que a avaliação de órgãos internacionais é que o preço dos alimentos começaria a cair com a retomada econômica pós-pandemia. No entanto, ele destaca que o aparecimento e os surtos da variante Delta trouxeram mais incertezas sobre os prognósticos. No caso do Brasil, a crise política perpetuada pelo presidente Bolsonaro influi para acentuar ainda mais o ambiente econômico, segundo o professor.

“Eu esperava que os preços cairiam, mas talvez não caiam, continuem num patamar alto. A taxa de inflação tende a estabilizar, é a impressão que dá. Provavelmente terá uma subida nos juros, que deve levar a uma apreciação do real. Ao apreciar o real, tu vai ter uma menor variação de preços desses bens exportáveis do Brasil. Agora, tem um problema, o problema é o governo, que cria instabilidade e insegurança”, diz.

Já a economista do Dieese avalia que a tendência ainda é de aumento no preço dos alimentos. “O café, por exemplo, a produção e o preço têm muito a ver com a expectativa dos agentes, que vende com base na produção futura. A expectativa é que a geada [ondas de frio e geada atingiram o sudeste no final de julho, provocando perdas nas safras de café, cana e laranja] já comprometeu a safra de 2022, então, com isso, a tendência é que os preços agora sejam maiores e, com isso, continua subindo”, diz.

Ela também pondera que a contínua alta nos preços de combustíveis e de energia, esta última anunciada recentemente e ainda podendo ser majorada pela continuidade da crise hídrica, seguirá pressionando para cima os preços dos alimentos. “Se você pensar que precisa levar um alimento de uma cidade para outro canto do País, o que vai incluir nesses custos? Gasolina, diesel. Se você precisar processar minimamente, vai entrar a energia elétrica. Então, a gente entra numa espiral de aumento de preços que vai se espraiando por tudo”, afirma.

FONTE: SUL 21

Disparada da inflação atingiu 9,68% em agosto

A disparada da inflação, que atingiu 9,68% em agosto, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatisca (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (9), corroeu o poder de compra dos brasileiros, em especial dos mais pobres que ganham um salário mínimo, hoje de R$ 1.100.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor ideal do salário mínimo para uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, seria de R$ 5.583,90.

Para definir o valor do mínimo ideal, o Dieese se baseia na Constituição que prevê que o piso nacional seja capaz de atender as necessidades vitais básicas de uma pessoa e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Por isso, é importante incluir nesta conta o peso do valor da cesta básica de alimentos.
Em sua pesquisa mensal de preços, feita em 17 capitais, segundo o último levantamento, divulgado esta semana, o valor da cesta básica chegou a subir até 34,13% nos últimos doze meses.

Os preços dos produtos que compõem os gêneros de primeira necessidade, em agosto deste ano, variaram de R$ 664,67 em Porto Alegre (RS), o mais alto, a R$ 458,44, o mais baixo, em Salvador (BA). Os preços foram pesquisados em 17 capitais do país, sendo que em 13 houve aumentos no valor da cesta básica.
Alheio a esse drama das famílias brasileiras, Jair Bolsonaro (ex-PSL) mantém sua política de arrochar salários, mesmo o piso nacional. E, com ele no poder, o valor ideal do salário mínimo nunca será alcançado, até porque ele foi o responsável por acabar, logo em seu primeiro ano de mandato, com a Política de Valorização do Salário Mínimo, criada pela CUT, que conseguiu o apoio das demais centrais e convenceu o então presidente Lula da necessidade de aprovar a medida. Nos governos de Lula e Dilma, de 2003 até 2017, o ganho real do mínimo, ou seja, com reajustes acima da inflação, foi de 77,01%.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que, em média, de 17 capitais, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% do salário líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em julho, o percentual foi de 55,68%.

A consequência dessa disparada nos preços dos alimentos é uma queda de 1,15% no volume de vendas nos supermercados, em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado, diz a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Ainda segundo a entidade, o custo da cesta com os 35 produtos mais vendidos em supermercados, em agosto deste ano, foi em média de R$ 668,55 – uma alta de 23,44% em relação ao mesmo período do ano passado. A região Norte é a mais afetada, com esses produtos chegando a R$ 752,89, seguida pela região Sul, com R$ 734,10.

Ou seja, o brasileiro está comendo cada vez menos e mal, uma triste realidade confirmada pelo aumento do consumo do miojo, macarrão instantâneo, mais barato e nenhum pouco nutritivo.

E o que está ruim pode ainda piorar com a seca que acaba com os pastos do gado, aumentando os custos de produção do leite e da carne, cujos preços já estão em patamares altíssimos, impossibilitando a maioria das famílias brasileiras de consumirem esses produtos. O alerta é da coordenadora de preços da cesta básica do Dieese, Patrícia Costa.

“O que mais chama atenção mais do que o aumento nos preços é a queda no consumo do arroz, feijão e carne. O arroz, por exemplo, tem tido menos demanda das indústrias de processamento do grão porque os centros consumidores não estrão comprando. Por outro lado, o produtor segura o produto para o preço não cair, mas num preço muito alto inibindo o consumo das famílias”, diz Patrícia.

Pesquisa Cesta Básica

A pesquisa Dieese da Cesta Básica mostra que nos últimos 12 meses, de agosto de 2020 a agosto de 2021, a cesta subiu em todas as 17 capitais pesquisadas, com aumentos que oscilaram entre 11,90%, em Recife, e 34,13%, em Brasília.


Já de janeiro a agosto deste ano, o preço médio dos alimentos subiu em 16 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%). A cesta mais cara foi a de Porto Alegre, (R$ 664,67), seguida pelas de Florianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18). As únicas quedas foram apuradas em Aracaju (R$ 456,40) e Salvador (R$ 485,44).

Preços do café, leite, açúcar e batata sobem e arroz e feijão caem
O café subiu em 17 capitais. O quilo em pó teve a maior alta em Vitória com 24,78%. Em Recife , a oscilação foi bem menor, com uma alta de 0,71%.
Já o preço do açúcar registrou alta em 16 capitais. Os maiores aumentos ocorreram em Florianópolis (10,54%), Curitiba (9,03%), Belo Horizonte (5,61%) e Recife (5,01%).

Segundo Patrícia Costa, a redução da oferta do leite por causa das pastagens secas para o gado, causou disputa acirrada entre as indústrias de laticínios, o que fez o litro do leite subir. As maiores altas foram em Aracaju (5,70%), João Pessoa, PB, (2,41%), Salvador (2,20%) e Rio de Janeiro (2,01%). Já a manteiga teve os principais aumentos em Curitiba, PR, (4,57%), Salvador (4,20%) e São Paulo (3,04%).

O clima quente e seco também reduziu o ritmo da colheita da batata e a oferta de tubérculos foi menor no varejo. O quilo do produto teve aumento de preço em nove das 10 capitais onde é pesquisado. As maiores altas ocorreram em Brasília (39,64%), Rio de Janeiro (36,36%) e Belo Horizonte (33,09%).

Com o arroz e do feijão nas alturas, o consumo desses produtos reduziu, e por isso que os produtores foram obrigados a segurar os preços, mas apesar da queda, o valor continua proibitivo para os mais pobres.

O quilo do preço do feijão recuou em 13 capitais. O tipo carioquinha registrou queda entre -3,94%, em Campo Grande, e -0,11%, em Fortaleza. No entanto, altas ocorreram em Belo Horizonte (1,41%), São Paulo (0,58%) e Salvador (0,54%). Já o feijão preto diminuiu em Curitiba (-6,93%), Vitória (-3,89%), Florianópolis (-3,10%) e Rio de Janeiro (-2,61%).

O preço do quilo do arroz recuou em 13 capitais, com quedas que variaram entre -7,67%, em Aracaju, e -0,54%, em Fortaleza.

COM AGÊNCIAS