Outubro Rosa destaca a necessidade de empoderar a saúde da mulher no país

Todos os anos a campanha Outubro Rosa destaca a importância do combate ao câncer de mama. Dados do Instituo Nacional de Câncer (Inca) mostram que o câncer de mama é o que mais atinge as mulheres no mundo. Somente em 2020, foram estimados cerca de 2,3 milhões de casos novos.

No Brasil não é diferente e “a campanha traz à tona o cuidado da mulher, que na rotina do seu dia a dia, não tem tempo para cuidar de si”, afirma Elgiane Lago, secretária da Saúde da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). “Durante o mês de outubro, por causa da campanha, a mulher acaba olhando mais para seu corpo e para os cuidados necessários para a preservação da saúde”.

Uma reportagem de Bárbara Miranda, na revista AzMina aponta o pouco caso do desgoverno de Jair Bolsonaro com a saúde pública, especificamente com a saúde da mulher. Segundo o levantamento feito “entre janeiro de 2019 e julho de 2021, o desgoverno gastou aproximadamente R$ 376,4 milhões dos R$ 1,1 bilhão disponível para as políticas que têm as mulheres como público-alvo no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos e no Ministério da Saúde”. Cerca de 1/3 da disponibilidade, recurso que já significa pouco.

“Desde o golpe que tirou a Dilma da Presidência, em 2016, as políticas públicas em favor de melhorias de vida para as mulheres têm sofrido cortes de verbas e na gestão de Bolsonaro essa queda de investimentos tem sido completamente abandonada”, diz Celina Arês, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.

“Questões como a Casa da Mulher Brasileira, Rede Cegonha e diversos outros programas de atendimento e colhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade estão praticamente abandonadas”, assinala.

Por isso, ressalta Elgiane, “no Brasil, a campanha do Outubro Rosa vai muito além do combate ao câncer de mama e destaca a necessidade de luta pelos direitos da mulher e por consequência de toda a população”. Coisas para a prevenção de doenças, como “trabalho digno, moradia, alimentação adequada à sua família e segurança”, além de “combate à violência doméstica, à discriminação no mercado de trabalho e na sociedade como um todo”.

Durante a pandemia a situação se agravou

“Além do negacionismo, do atraso proposital na compra de vacinas e da acusação de ilícitos em compra de vacinas e insumos para o combate ao coronavírus”, como mostra a revista AzMina, “o período da pandemia marcou os piores desempenhos de Bolsonaro na execução do orçamento voltado às mulheres”.

Além disso, “as quatro rubricas analisadas pela reportagem no Ministério da Saúde, que tiveram 86,3% dos recursos próprios empregados em 2019 – seu primeiro ano de mandato – passaram um patamar de execução inferior a 70% em 2020 e 2021”.

Relatório do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostra a ligação direta entre o corte de gastos com o número de mortos por covid no Brasil. As conclusões do relatório mostram que “enquanto o número de mortos pela covid-19 no Brasil atingiu seu pico nos meses de março e abril de 2021, uma execução orçamentária destinada para o combate ao coronavírus esteve nos níveis mais baixos no início deste ano”, aponta a reportagem da AzMina.

Com tudo isso, Débora Melecchi, secretária adjunta da Saúde da CTB, ressalta a importância da campanha do Outubro Rosa que, desde os anos 1990, destaca a necessidade de prevenção ao câncer de mama em mais de 160 países.

No Brasil, “já tivemos campanhas muito mais efetivas por parte dos governantes, mas na atualidade dependemos exclusivamente da sociedade civil para informarmos a importância dos exames de prevenção”, lamenta.

Para ela, o “Outubro Rosa é um importante momento para divulgar informações sobre o câncer de mama e fortalecer as recomendações para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento da doença” porque “no Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres, como informa o Inca”.

Francisca Rocha, a Professora Francisca, secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), reforça o argumento de Débora ao analisar as causas de adoecimentos no quinto país mais violento contra as mulheres. “A violência doméstica se agravou na pandemia e as dificuldades para denunciar e tirar a mulher da presença do agressor são causas fundamentais de adoecimentos”.

Esse fato “unido à extinção de diversas políticas públicas de atendimento das vítimas de todo o tipo de violência, o encarecimento dos alimentos básicos, o desemprego e o trabalho precário”, argumenta, “dificultam as mulheres até de cuidarem de si mesmas, pois todas as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos recai sobre as mulheres, que ainda sofrem com a violência e o assédio”.

Débora destaca também que “somado a isso, com o avanço da covid-19 no Brasil, diante das ações intencionais do governo federal que representa um projeto político pautado na contramão das conquistas e das vidas, os atendimentos de diferentes doenças foram represadas, e com isto as pessoas ficaram desassistidas do monitoramento de suas saúdes”.

Muitas causas são citadas para o agravamento da situação da saúde pública, como a Emenda Constitucional 95, aprovada em 2016, no desgoverno de Michel Temer. “A EC-95 congelou por 20 anos todos os investimentos públicos, o que acarretou enormes prejuízos à nação”, assinala Celina.

Ao concordar com Celina, Elgiane lembra da Emenda Constitucional 109, já no período do desgoverno Bolsonaro, “quando o Ministério da Economia, comandando por Paulo Guedes, joga todo o ônus dos investimentos nos serviços públicos sobre os ombros dos servidores, congelando de vez os salários, com isso implodindo os serviços públicos do país”. Com consequências drásticas à saúde.

Débora reafirma a importância do Outubro Rosa porque “no caso do câncer de mama, se faz necessário ampliar e agilizar a realização de mamografias, que perpassa pela elaboração de Protocolo Clínico e de um Programa de Capacitação voltados à qualificação de ações de detecção precoce e rastreamento do câncer de mama”. Além de “garantir o acesso de todas as mulheres à equipe multidisciplinar para seu atendimento integral. Com a implementação efetiva da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres”.

Principalmente para as mulheres com 50 anos ou mais, “a mamografia deve se anual”, reforça Elgiane. “Também são necessárias campanhas com orientações sobre a prevenção da doença” porque “o diagnóstico precoce pode evitar consequências mais graves e até a morte”.

Além de tudo isso, Débora acentua a necessidade de “fortalecer a maior política inclusiva conquistada no Brasil com a Constituição de 1988, que é o SUS (Sistema Único de Saúde)”. Sabendo que mais de 75% da população depende exclusivamente do SUS para ter atendimento médico.

Saiba como prevenir o câncer de mama

Autoexame: o autoexame deve ser praticado mensalmente entre o 7º e o 10º dia contados a partir do 1º dia da menstruação. As mulheres que não menstruarem devem escolher um dia do mês.
Praticar atividade física regularmente
Alimentar-se de forma saudável
Manter o peso corporal adequado
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
Amamentar


Reconheça os sinais e sintomas a tempo

Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
Alterações no bico do peito (mamilo)
Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço
Saída espontânea de líquido dos mamilos

Brasil não aguenta mais 15 meses de insanidade e incompetência, afirmam centrais

“O Brasil não aguenta mais 15 meses de incompetência, negacionismo e insanidade”, afirmam, em nota, as centrais sindicais, pedindo ampliação do leque político para aprovar o impedimento do presidente da República. “Não podemos esperar até o próximo ataque à nossa democracia, que pode ser fatal.”

No próximo sábado (2), haverá novas manifestações de protesto, no Brasil e no exterior pelo Fora Bolsonaro.Segundo os dirigentes, é uma questão de “matemática” e não de ideologia. “Para derrubar Bolsonaro, é preciso ir além do nosso campo, pois precisamos de 342 votos na Câmara dos Deputados para aprovar o impeachment“, lembram. “Neste momento, um dos mais graves da nossa história, é necessário focar no que nos une, e não no que nos separa. Para podermos continuar a ter o direito de discordar, de disputar eleições livres e de manter a nossa democracia, Bolsonaro tem que sair já.”

Mais de 20 partidos
Representantes de pelo menos 21 partidos políticos estarão na Avenida Paulista, em São Paulo, segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. De todos os espectros políticos. Também participam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além das centrais e outros movimentos sociais. Até o fechamento deste texto, havia confirmação de 260 atos em 251 cidades e 16 países – #2OutForaBolsonaro.

Os sindicalistas querem insistir na pressão sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que inclua na pauta “um dos mais de 130 pedidos de impeachment que se acumulam vergonhosamente em suas gavetas”. Caso contrário, acrescentam, será cúmplice nos crimes de responsabilidade.

Íntegra da nota das centrais sobre o Fora Bolsonaro

Centrais apoiam ampliação dos atos para outros campos do espectro político
Para aprovar o impeachment de Bolsonaro, é preciso unidade entre diferentes neste momento grave.

As Centrais Sindicais têm participado de todas as manifestações contra Bolsonaro neste ano, a maioria de forma unitária. Neste 2 de outubro, mais uma vez CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Intersindical Instrumento de Luta e Pública estarão juntas na luta pelo impeachment do pior presidente do Brasil de todos os tempos.

Além de milhares de trabalhadores, estudantes e ativistas de movimentos sociais, desta vez também estarão lado a lado nas ruas lideranças e militantes de partidos de todos os campos do espectro político – todos unidos pelo Fora Bolsonaro.

As Centrais Sindicais apoiam a ampliação da diversidade de atores nas ruas pois entendem que nada é mais urgente do que impedir que Bolsonaro continue o seu desgoverno criminoso. Um governo responsável por grande parte das quase 600 mil mortes por Covid, pelo desemprego recorde, pela devastação ambiental, pela volta da inflação e da carestia.

E que ameaça diariamente a nossa democracia e as nossas instituições, apesar de falsos recuos momentâneos e estratégicos que não enganam mais ninguém.

Para derrubar Bolsonaro, é preciso ir além do nosso campo, pois precisamos de 342 votos na Câmara dos Deputados para aprovar o impeachment. Não é questão de ideologia, mas sim de matemática. Neste momento, um dos mais graves da nossa história, é necessário focar no que nos une, e não no que nos separa.

Para podermos continuar a ter o direito de discordar, de disputar eleições livres e de manter a nossa democracia, Bolsonaro tem que sair já.

O Brasil não aguenta mais 15 meses de incompetência, negacionismo e insanidade
Não podemos esperar até o próximo ataque à nossa democracia, que pode ser fatal. Por isso, neste sábado estaremos todos juntos, exigindo que o presidente da Câmara, Arthur Lira, paute um dos mais de 130 pedidos de impeachment que se acumulam vergonhosamente em suas gavetas. Se não ouvir a voz das ruas, Lira estará sendo cúmplice dos inúmeros crimes de responsabilidade de Bolsonaro contra o povo brasileiro.

Brasil, 30 de setembro de 2021

Sérgio Nobre
Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah
Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores

Adilson Araújo
Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

José Reginaldo Inácio
Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores

Antonio Neto
Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

Atenágoras Lopes
Secretaria Executiva Nacional – CSP-Conlutas

Edson Carneiro Índio
Secretário-geral – Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Emanuel Melato
Coordenação da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

José Gozze
Presidente – Pública Central do Servidor

Direção Nacional da CTB convoca militância para manifestação do próximo sábado contra Bolsonaro

Leia a resolução política aprovada na reunião realizada nesta terça-feira (28) pela Direção Nacional Plena da CTB:

1- A cada novo dia do governo comandado por Jair Bolsonaro, presenciamos o crescimento do número de vítimas da tragédia sanitária e o aprofundamento da crise econômica, política e institucional que perturba o país;

  1. Após o fracasso da empreitada golpista no 7 de setembro ele recuou das ameaças contra o STF. Mas não demorou muito para voltar a exibir seu DNA fascista;

3- Durante a semana passada, nos EUA, patrocinou espetáculos grotescos, submetendo o Brasil a dias de doloroso vexame internacional. Seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 21 de setembro, foi recheado de mentiras. Afirmou que seu governo patrocina um auxílio emergencial de US$ 800,00, valor equivalente a R$ 4,5 mil; que protege o meio ambiente e é amigo dos indígenas; que o Brasil estava às portas do socialismo antes de sua posse. Disse que a economia brasileira vai de vento em popa e atribuiu a governadores e prefeitos a culpa pela carestia, não só no Brasil, como “em todo o mundo”. Fez questão de exibir seu negacionismo e prescrever remédios ineficazes para o tratamento da Covid-19;

4- As fantasias reacionárias do chefe da extrema direita traduzem uma completa inversão da realidade. No Brasil real, a fome já castiga cerca de 20 milhões e ronda os lares de 117 milhões de brasileiros e brasileiras. A renda média do trabalho é a mais baixa desde 2017 e cerca de 33 milhões de pessoas estão desempregadas, desalentadas ou subempregadas. Nada menos que 2 milhões de famílias (41 milhões de pessoas) foram lançadas à condição de extrema pobreza entre janeiro de 2019 e junho deste ano;

5- Aos dramas do mercado de trabalho, marcado também pela crescente precarização, aliam-se a carestia, a estagflação, a crise hídrica, a fuga de capitais, a alta do dólar e a tragédia sanitária, com o Brasil hoje se aproximando de 600 mil mortes pela Covid-19 e uma média ainda superior a 500 mortes por dia. Tudo isto é coroado por um assombroso esquema de corrupção descoberto pela CPI da Covid, envolvendo negociações para aquisição das vacinas indianas covaxin e astrazeneca com a intermediação de empresas comandadas por empresários picaretas como a Prevent Senior, a Precisa e o FIB Bank;

6- Os fatos mostram que a permanência de Bolsonaro na Presidência da República cobra ao povo um preço muito alto e deve ser interrompida para o bem da nação;

7- Por esta razão, a Direção Nacional da CTB reitera a centralidade da campanha Fora Bolsonaro. Afastar Bolsonaro é, neste momento, o principal objetivo do sindicalismo classista e do povo brasileiro;

8- A orientação à militância e às direções estaduais é de redobrar os esforços de conscientização e mobilização das trabalhadoras e trabalhadores para a participação nos atos convocados para os dias 2 de outubro e 15 de novembro da campanha Fora Bolsonaro, que ganhou as ruas após as manifestações nacionais realizadas em todo o país desde maio;

9- Para alcançar esses objetivos, é imperioso ampliar o movimento, incorporando novas forças políticas e concretizando a formação de uma frente ampla na campanha Fora Bolsonaro, à margem e acima das diferenças partidárias e ideológicas;

10- A Direção Nacional da CTB reitera a proposta de realizar, no curso do próximo ano, uma nova Conclat com o objetivo de fortalecer e ampliar a unidade do movimento sindical, atualizar a agenda da classe trabalhadora aprovada no 2º CONCLAT, realizado em junho de 2010, e elaborar uma plataforma unificada para as eleições de 2022;

11- Na agenda legislativa são prioridades as lutas contra a PEC 32 (a Reforma Administrativa de Bolsonaro) e os projetos entreguistas de privatização dos Correios e da Eletrobras;

12- A reunião também foi marcada pela posse da nova direção nacional da CTB, eleita no 5º Congresso, que tem pela frente o desafio de intensificar a luta em defesa da classe trabalhadora e da democracia, barrar o retrocesso e o perigo fascista e criar condições para a retomada de um novo projeto nacional de desenvolvimento, com democracia, soberania e valorização do trabalho.

A PEC 32 PODE ACABAR COM O SERVIÇO PUBLICO, DIGA NÃO!

O serviço público é essencial na vida de todos nós e sabemos que sua qualidade depende de funcionários qualificados e experientes. Mas a chamada reforma administrativa do governo Bolsonaro pode liquidar com o serviço público em nome dos interesses de políticos corruptos, prejudicando a população e a própria carreira dos servidores.

Quem cuida da sua saúde, da sua segurança e da educação dos seus filhos é um funcionário público. Não podemos permitir que esses serviços tão essenciais à população sejam prejudicados pela reforma administrativa.Ajude a defender o serviço público do Brasil, diga não à PEC 32!

Entenda:

• A reforma facilita a corrupção, com as rachadinhas, por exemplo, e as indicações políticas sem critérios técnicos, causando a perda da qualidade dos serviços e a eficiência no atendimento;

• A falta de continuidade com a substituição dos servidores sem estabilidade irá prejudicar a evolução dos serviços e o atendimento à população;

• O serviço público será transformado numa ferramenta de governo com interesses políticos e privados.

MTST ocupa Bolsa de Valores em protesto contra a fome, a inflação e o desemprego

Ativistas do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocuparam no início da tarde desta quinta-feira a B3, sede da Bolsa de Valores brasileira, no centro São Paulo, em protesto contra a fome, a inflação e o desemprego.

O local foi escolhido por simbolizar a “especulação” e a “desigualdade social”, segundo líderes do movimento. “Ocupamos a Bolsa de Valores de São Paulo, maior símbolo da especulação e da desigualdade social. Enquanto as empresas lucram, o povo passa fome e o trabalho é cada vez mais precário. Quem segura o Bolsonaro lá são os donos do mercado!”, publicou o perfil da organização no Twitter.

“Os lucros recordes dos bancos, o aumento de grandes fortunas e o surgimento de 42 novos bilionários no mesmo país onde a insegurança alimentar atinge mais de 116 milhões de pessoas e a fome já é uma realidade para mais de 19 milhões precisa acabar”, continuaram.

Em nota, o movimento disse que essa manifestação dá início a uma campanha que irá realizar ações nos próximos meses em todo o país.

FONTE: CTB

O que explica a disparada no preço dos alimentos e até quando vão subir?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quinta-feira (9) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação, fechou o mês de agosto em 0,87%, a maior taxa para um mês de agosto desde 2000. No acumulado dos 12 meses, chegou a 9,68%, o maior percentual desde fevereiro de 2016, quando o acumulado de 12 meses estava em 10,3%.

Segundo o IBGE, a alta nos preços foi generalizada, com 8 dos 9 grupos de produtos registrando alta, com exceção de saúde e cuidados pessoais. Os maiores vilões foram os grupos dos transportes (alta de 1,46% apenas no mês de agosto), puxada pelo aumento da gasolina, e de alimentação e bebidas (1,39%).

A subida no preço dos alimentos não é novidade para o brasileiro, que tem sido obrigado nos últimos meses a procurar substitutos para diversos produtos que apresentaram forte alta nos preços.

Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais, a cesta básica subiu em 13 destas cidades no mês de agosto. Em agosto, o valor médio da cesta básica em Porto Alegre foi de R$ 664,67, o maior do país.

Contudo, o Brasil se encaminha para fechar o ano com recordes de produção. O mesmo IBGE estimou, em agosto, que a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deverá fechar o ano em 256,1 milhões de toneladas, o que seria a maior da história. O que explica então a alta no preço dos alimentos?

Pandemia e preço internacional

O professor Alessandro Donadio Miebach, do Departamento de Economia e Relações Institucionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que o primeiro elemento que precisa ser levado em conta para explicar a inflação brasileira é o impacto da pandemia no preço internacional dos alimentos.

De acordo com o Indicador de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), a média dos preços iniciou 2020 em um patamar acima, mas ainda próximo, do que fora registrado em 2018 e 2019. Após uma leve queda nos primeiros meses do ano, começou a subir a partir de maio e manteve uma trajetória de alta que perdurou até maio de 2020, atingindo patamares mais de 30% superiores aos do início da pandemia.

Índice de preços dos alimentos medido pela FAO | Foto: Reprodução
A trajetória apontou para queda em junho e julho, mas já voltou a subir globalmente em agosto. Na avaliação de Miebach, em razão das incertezas geradas pelo variante Delta do coronavírus. Mas por que a pandemia influenciou o preço dos alimentos? “Ninguém sabia o que era a pandemia de março de 2020, o que os países foram fazer? Compor estoques e garantir a segurança alimentar. Isso explica para nós o pico nos preços. Tu não tem outro motivo para a subida de preços nessa magnitude que a gente viu”, diz.

Se o preço dos alimentos sobe no mercado internacional, sobe no Brasil também. Contudo, há um agravante para o cenário brasileiro: a disparada no dólar verificada nos últimos anos tornou mais atrativo para o produtor nacional vender para o exterior. “A nossa agricultura é mercantil, visa lucro, então ‘eu vou vender onde eu tenho um preço mais alto’. Se o preço internacional subiu, eu vou subir aqui também, não vou vender mais barato para o mercado doméstico. Se o mercado doméstico quiser comprar o meu cereal, vai ter que pagar o mesmo preço”, diz o professor.

Patrícia Costa, economista e Supervisora de Pesquisa de Preços do Dieese, explica que essa priorização das exportações gera um segundo elemento inflacionário, que é a falta de oferta de produtos para o mercado interno. “A gente começou a exportar muito feijão, muito arroz, carne bovina, soja, óleo de soja, açúcar, e tudo isso vem elevando o preço dos alimentos, porque grande parte da nossa produção é para fora e aqui dentro não tem oferta suficiente para cumprir a demanda, então você tem aumento de preço”, explica.

Um terceiro elemento, também relacionado à variação de preços no mercado internacional e ao dólar, é a alta de combustíveis e derivados do petróleo, como gasolina, diesel e gás de cozinha, que são insumos essenciais tanto para o produção de alimentos como para o transporte. “A política da Petrobras mudou para priorizar o lucro dos acionistas e quem paga esse lucro é a população brasileira, porque vai comprar o gás e a gasolina na bomba”, diz a economista.

Soma-se a isso a alta em mais um insumo essencial, a energia elétrica, que está relacionada à crise hídrica e à falta de planejamento do governo federal para enfrentá-la.

“A gente precisa lembrar que luz, combustível e gás também são custos de produção. Milho e soja, que a gente também está mandando para a fora, são insumos para a produção de gado, que produz carne e leite. Então, os problemas da economia brasileira neste momento estão do lado da oferta dos produtos. Porque, do outro lado você tem uma demanda extremamente reprimida, as pessoas não têm renda, tem muita gente pulando refeições porque não tem dinheiro para comprar as três refeições para a família, tem muita gente que está cozinhando com lenha porque não tem dinheiro para o botijão de gás. O produtor olha para o Brasil e vê um país empobrecido e olha para o mercado internacional, vê a demanda da China e ainda recebe o dólar, então é extremamente vantajoso para ele exportar esses alimentos”, diz Patrícia Costa.

Por outro lado, Costa e Miebach apontam que o Brasil deixou de usar instrumentos que tinha à disposição para controlar a variação dos preços internacionais, como os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma reportagem do publicada pelo portal UOL em setembro de 2020 apontou que o Brasil registrava uma redução de 96% na média anual dos estoques públicos de alimentos em uma década. A soja, por exemplo, não era armazenada desde 2013.

“Flutuações nos mercados de preços de alimentos são comuns. O que os países como China, EUA e outros fazem? Tu faz estoques de alimentos para preservar o preço e também para proteger os agricultores, porque tu pode ter o contrário, uma queda pronunciada do preço, aí o estoque regulador entra comprando e sustenta o preço. Quando o preço sobe, ele entra vendendo e joga para baixo”, diz Alessandro Miebach.

Segundo o professor, a redução de estoques passar por uma decisão política dos últimos governos federais, que, nutridos pela lógica liberal, passaram a defender que o mercado seria mais eficiente para reger a economia sem a participação do governo. “É uma concepção muita ingênua. O que acontece? Todo o choque de preço é transmitido direto, sem mediação. Mais ou menos o que acontece com a gasolina, toda a variação e volatilidade é transmitida para o consumidor”, afirma.

Soma-se a isso também a decisão de priorizar os grandes produtores em detrimento de realizar políticas voltadas para a agricultura familiar, que tem por característica uma produção mais voltada para abastecer o mercado interno.

Patrícia Costa diz que já é possível perceber a queda em alguns preços de alimentos, como arroz e feijão. Para a economista, contudo, isso é um reflexo do fato de que eles subiram a patamares tão altos que as pessoas deixaram de comprar, o que força uma redução nos preços.

“Você começa a ter uma guerra em que a oferta pressiona para cima e a demanda pressiona os preços para baixo, porque as pessoas não conseguem absorver os impactos do preço mais. O patamar de preço da carne bovina hoje é em torno de R$ 40 o quilo, se a gente pegar uma média de preços entre patinho, acém, coxão duro e coxão mole. Era R$ 20 em 2015. É um aumento muito grande, então o consumo diminuiu”, diz.

Alessandro Miebach diz que a avaliação de órgãos internacionais é que o preço dos alimentos começaria a cair com a retomada econômica pós-pandemia. No entanto, ele destaca que o aparecimento e os surtos da variante Delta trouxeram mais incertezas sobre os prognósticos. No caso do Brasil, a crise política perpetuada pelo presidente Bolsonaro influi para acentuar ainda mais o ambiente econômico, segundo o professor.

“Eu esperava que os preços cairiam, mas talvez não caiam, continuem num patamar alto. A taxa de inflação tende a estabilizar, é a impressão que dá. Provavelmente terá uma subida nos juros, que deve levar a uma apreciação do real. Ao apreciar o real, tu vai ter uma menor variação de preços desses bens exportáveis do Brasil. Agora, tem um problema, o problema é o governo, que cria instabilidade e insegurança”, diz.

Já a economista do Dieese avalia que a tendência ainda é de aumento no preço dos alimentos. “O café, por exemplo, a produção e o preço têm muito a ver com a expectativa dos agentes, que vende com base na produção futura. A expectativa é que a geada [ondas de frio e geada atingiram o sudeste no final de julho, provocando perdas nas safras de café, cana e laranja] já comprometeu a safra de 2022, então, com isso, a tendência é que os preços agora sejam maiores e, com isso, continua subindo”, diz.

Ela também pondera que a contínua alta nos preços de combustíveis e de energia, esta última anunciada recentemente e ainda podendo ser majorada pela continuidade da crise hídrica, seguirá pressionando para cima os preços dos alimentos. “Se você pensar que precisa levar um alimento de uma cidade para outro canto do País, o que vai incluir nesses custos? Gasolina, diesel. Se você precisar processar minimamente, vai entrar a energia elétrica. Então, a gente entra numa espiral de aumento de preços que vai se espraiando por tudo”, afirma.

FONTE: SUL 21

Disparada da inflação atingiu 9,68% em agosto

A disparada da inflação, que atingiu 9,68% em agosto, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatisca (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (9), corroeu o poder de compra dos brasileiros, em especial dos mais pobres que ganham um salário mínimo, hoje de R$ 1.100.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor ideal do salário mínimo para uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, seria de R$ 5.583,90.

Para definir o valor do mínimo ideal, o Dieese se baseia na Constituição que prevê que o piso nacional seja capaz de atender as necessidades vitais básicas de uma pessoa e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Por isso, é importante incluir nesta conta o peso do valor da cesta básica de alimentos.
Em sua pesquisa mensal de preços, feita em 17 capitais, segundo o último levantamento, divulgado esta semana, o valor da cesta básica chegou a subir até 34,13% nos últimos doze meses.

Os preços dos produtos que compõem os gêneros de primeira necessidade, em agosto deste ano, variaram de R$ 664,67 em Porto Alegre (RS), o mais alto, a R$ 458,44, o mais baixo, em Salvador (BA). Os preços foram pesquisados em 17 capitais do país, sendo que em 13 houve aumentos no valor da cesta básica.
Alheio a esse drama das famílias brasileiras, Jair Bolsonaro (ex-PSL) mantém sua política de arrochar salários, mesmo o piso nacional. E, com ele no poder, o valor ideal do salário mínimo nunca será alcançado, até porque ele foi o responsável por acabar, logo em seu primeiro ano de mandato, com a Política de Valorização do Salário Mínimo, criada pela CUT, que conseguiu o apoio das demais centrais e convenceu o então presidente Lula da necessidade de aprovar a medida. Nos governos de Lula e Dilma, de 2003 até 2017, o ganho real do mínimo, ou seja, com reajustes acima da inflação, foi de 77,01%.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que, em média, de 17 capitais, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% do salário líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em julho, o percentual foi de 55,68%.

A consequência dessa disparada nos preços dos alimentos é uma queda de 1,15% no volume de vendas nos supermercados, em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado, diz a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Ainda segundo a entidade, o custo da cesta com os 35 produtos mais vendidos em supermercados, em agosto deste ano, foi em média de R$ 668,55 – uma alta de 23,44% em relação ao mesmo período do ano passado. A região Norte é a mais afetada, com esses produtos chegando a R$ 752,89, seguida pela região Sul, com R$ 734,10.

Ou seja, o brasileiro está comendo cada vez menos e mal, uma triste realidade confirmada pelo aumento do consumo do miojo, macarrão instantâneo, mais barato e nenhum pouco nutritivo.

E o que está ruim pode ainda piorar com a seca que acaba com os pastos do gado, aumentando os custos de produção do leite e da carne, cujos preços já estão em patamares altíssimos, impossibilitando a maioria das famílias brasileiras de consumirem esses produtos. O alerta é da coordenadora de preços da cesta básica do Dieese, Patrícia Costa.

“O que mais chama atenção mais do que o aumento nos preços é a queda no consumo do arroz, feijão e carne. O arroz, por exemplo, tem tido menos demanda das indústrias de processamento do grão porque os centros consumidores não estrão comprando. Por outro lado, o produtor segura o produto para o preço não cair, mas num preço muito alto inibindo o consumo das famílias”, diz Patrícia.

Pesquisa Cesta Básica

A pesquisa Dieese da Cesta Básica mostra que nos últimos 12 meses, de agosto de 2020 a agosto de 2021, a cesta subiu em todas as 17 capitais pesquisadas, com aumentos que oscilaram entre 11,90%, em Recife, e 34,13%, em Brasília.


Já de janeiro a agosto deste ano, o preço médio dos alimentos subiu em 16 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%). A cesta mais cara foi a de Porto Alegre, (R$ 664,67), seguida pelas de Florianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18). As únicas quedas foram apuradas em Aracaju (R$ 456,40) e Salvador (R$ 485,44).

Preços do café, leite, açúcar e batata sobem e arroz e feijão caem
O café subiu em 17 capitais. O quilo em pó teve a maior alta em Vitória com 24,78%. Em Recife , a oscilação foi bem menor, com uma alta de 0,71%.
Já o preço do açúcar registrou alta em 16 capitais. Os maiores aumentos ocorreram em Florianópolis (10,54%), Curitiba (9,03%), Belo Horizonte (5,61%) e Recife (5,01%).

Segundo Patrícia Costa, a redução da oferta do leite por causa das pastagens secas para o gado, causou disputa acirrada entre as indústrias de laticínios, o que fez o litro do leite subir. As maiores altas foram em Aracaju (5,70%), João Pessoa, PB, (2,41%), Salvador (2,20%) e Rio de Janeiro (2,01%). Já a manteiga teve os principais aumentos em Curitiba, PR, (4,57%), Salvador (4,20%) e São Paulo (3,04%).

O clima quente e seco também reduziu o ritmo da colheita da batata e a oferta de tubérculos foi menor no varejo. O quilo do produto teve aumento de preço em nove das 10 capitais onde é pesquisado. As maiores altas ocorreram em Brasília (39,64%), Rio de Janeiro (36,36%) e Belo Horizonte (33,09%).

Com o arroz e do feijão nas alturas, o consumo desses produtos reduziu, e por isso que os produtores foram obrigados a segurar os preços, mas apesar da queda, o valor continua proibitivo para os mais pobres.

O quilo do preço do feijão recuou em 13 capitais. O tipo carioquinha registrou queda entre -3,94%, em Campo Grande, e -0,11%, em Fortaleza. No entanto, altas ocorreram em Belo Horizonte (1,41%), São Paulo (0,58%) e Salvador (0,54%). Já o feijão preto diminuiu em Curitiba (-6,93%), Vitória (-3,89%), Florianópolis (-3,10%) e Rio de Janeiro (-2,61%).

O preço do quilo do arroz recuou em 13 capitais, com quedas que variaram entre -7,67%, em Aracaju, e -0,54%, em Fortaleza.

COM AGÊNCIAS

Senado impõe derrota ao governo Bolsonaro e rejeita Reforma Trabalhista

O plenário do Senado rejeitou por 47 votos a 27, a Medida Provisória (MP) 1045, do governo Bolsonaro, que impunha uma reforma trabalhista que retirava direitos de empregados com carteira assinada. A votação, cujo resultado saiu na noite desta quarta (1º), representa uma derrota para o governo federal que tinha a MP entre as prioridades da agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A medida, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados, criava um programa de contratação que extinguia garantias básicas dos trabalhadores, como direito a férias, 13º salário e FGTS. Também previa modalidade de contratação sem carteira assinada (chamada de “Requip”) e sem direitos previdenciários. Na prática, significava a retirada de direitos e conquistas elementares existentes há décadas na legislação trabalhista.

Outro ponto do texto reduzia, por exemplo, o pagamento de horas extras para determinadas categorias profissionais, como jornalistas, bancários e operadores de telemarketing. A MP ainda criava embaraços para a fiscalização trabalhista, incluindo os casos de trabalho análogo à escravidão.

Parlamentares de oposição comemoraram o resultado da votação nas redes sociais. O senador Weverton (PDT-MA), por exemplo, fez menção à dificuldade política que circundou as prévias da avaliação da MP pelo plenário.

“Foi duro, mas conseguimos uma vitória para os trabalhadores ao rejeitar no Senado a MP 1045. Chega de precarizar direitos com a desculpa de gerar trabalho. Não há novos empregos e a fome está voltando. Paulo Guedes falhou. Mas não vamos deixar a conta com os assalariados”, disse, pelo Twitter.

O senador Paulo Paim (PT-RS), tradicionalmente ligado às pautas trabalhistas, também celebrou o placar, via Twitter: “Vitória dos trabalhadores e trabalhadoras, dos jovens, do povo negro, das pessoas com deficiência, dos pobres, daqueles que acreditam e lutam por um Brasil justo, igualitário, democrático, com emprego, renda e proteção social para todos”.

Como as medidas provisórias têm efeitos imediatos, a MP estava em vigor desde 27 de abril, quando foi editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e por Paulo Guedes, mas agora fica invalidada. Com isso, o texto será arquivado.

A redução de jornadas e salários, também prevista na MP, não fica afetada pela votação desta quarta-feira porque tinha previsão de duração de 120 dias e esse intervalo se encerrou em 26 de agosto. Por conta disso, esse trecho em particular não estava mais valendo.

COM INFORMAÇÕES BDF

Veja como economizar água para não pagar um conta astronômica

Com aumentos das tarifas, contas de água, gás e luz estão consumindo os orçamentos das famílias. Para tentar manter as despesas dentro do orçamento do mês, vamos dar dicas de como economizar.

Os preços subiram muito acima da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), para as famílias com rendimentos de um (R$ 1.100) a cinco salários mínimos (R$ 5.500), de 9,85% nos últimos 12 meses e isso derrubou o poder de compra e renda desses brasileiros, resultando num saldo negativo todo mês.

Hoje 71,4% das famílias estão endividadas, sem conseguir pagar as prestações, o cartão de crédito e até contas básicas.
Diante da seca, que diminuiu de 70% para 22% o índice de armazenamento dos reservatórios das regiões sudeste e centro-oeste, chamadas de caixas d’água do país, a preocupação das famílias com a água aumentou.

Outro motivo de preocupação com a água é a privatização do saneamento básico, já aprovado no Congresso. Um exemplo de como as contas podem ser afetadas é a cidade de Ouro Preto (MG). Lá a população está revoltada com os novos preços, após a companhia municipal ter sido vendida.

Para piorar a situação das famílias brasileiras, o governo de Jair Bolsonaro não enfrenta a crise econômica , agravada pela pandemia, com programas de geração de emprego e renda, e o jeito é tentar economizar onde der.

Veja aqui 20 dicas de como economizar água:

1 – Veja se não há vazamentos na sua residência
Por mês, 96 mil litros de água potável são desperdiçados por um buraco de dois milímetros em um cano.

2 – Verifique se as torneiras não estão pingando.
Uma torneira gotejando chega a desperdiçar 46 litros de água por dia, o que representa 1.380 litros por mês.
Um filete de mais ou menos dois milímetros desperdiça 4.140 litros de água por mês; e um filete de quatro milímetros, 13.260 litros de água por mês.

3 – Desligue a torneira enquanto escova os dentes ou ensaboa as mãos. Mantendo a torneira fechada você economiza 12 litros (casa) e 80 litros (apartamento) enquanto escova os dentes. Na hora de fazer a barba a economia é de 9 litros (casa) e 79 litros (apartamento).

4 – Tome banhos mais curtos.

5 – Desligue o chuveiro enquanto se ensaboa.
O consumo cai de uma média de 180 para 48 litros a cada banho.

6 – Evite usar mangueiras para lavar o quintal.

7 – Regue as plantas com água em vasilhas, no lugar da mangueira.

8 – Se puder faça xixi durante o banho.

9 – Se possível, troque as válvulas da descarga do banheiro pelas que economizam. Cada descarga do vaso sanitário consome entre 6 e 10 litros de água, a cada seis segundos pressionada. Não jogue lixo no vaso sanitário. Válvulas novas chegam a economizar 50% da água durante a descarga. Já uma válvula defeituosa pode chegar a gastar até 30 litros.

10 – Junte água da máquina de lavar para limpar o quintal.

11- Juntar roupa suja e lavar no máximo uma vez por semana.
Uma máquina de cinco litros consome em média 135 litros de água a cada uso.

12- Lavar a louça do almoço ou do jantar de uma única vez
Limpe os restos de comida e ensaboe antes do enxague.
Você também pode encher a pia com água e detergente até a metade e coloque a louça. Deixe-a de molho por uns minutos e ensaboe. Repita o processo e enxágue.

13 – Evite lavar o carro com mangueira. Em 15 minutos, o uso da mangueira consome 180 litros de água.

14 – Lave frutas e verduras em bacias. Assim você evita que a torneira fique aberta por muito mais tempo.

15- Cozinhe com menos água. Não precisa encher a panela para cozimentos. O ideal são dois dedos de água acima dos legumes, por exemplo.

16 – Prefira varrer a calçada em vez de lavar.

17 – Armazene a água da chuva. Use baldes, tonéis ou bacias para armazenar a água da chuva. Sempre tampe o recipiente para evitar infestações de mosquitos.

A água da chuva pode ser usada para regar as plantas, limpar a casa, lavar o carro, o quintal e até dar um banho no seu cachorro.

18 – Regue as plantas pela manhã ou à noite. Nesses horários é possível evitar o desperdício causado pela evaporação da água.

19 – Cubra a piscina. A cobertura evita até 90% de evaporação da água. Em uma piscina de tamanho médio, a perda chega a ser de 3.785 litros por mês, o suficiente para consumo de quatro pessoas por um ano.

20- Ao viajar, feche o registro. Para evitar surpresas desagradáveis ao voltar para a casa com uma conta de água mais cara, feche o registro. Enquanto você se diverte, pode ocorrer um vazamento.

*Com informações da Sabesp

“Minirreforma” cria trabalhadores com menos direitos, alerta magistrado

De acordo com o juiz titular da 1ª Vara do Trabalho de Taubaté, Guilherme Feliciano, ex-presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), a MP 1.045, que renova o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) possui “graves inconstitucionalidades” formais e substantivas. Conhecida como MP da Minirreforma Trabalhista, em seu texto, aprovado na Câmara em 10 de agosto, foram “contrabandeados” outros temas alheios à proposta original, que cria os programas Priore e Requip. Há ainda, um suposto modelo de “trabalho voluntário”, mas com remuneração prevista.

Na prática, trata-se de uma tentativa de recriar a famigerada “carteira verde e amarela“, precarizando ainda mais as relações de trabalho. Nessas novas modalidades a serem criadas pela MP 1.045, direitos básicos previstos na Constituição – como salário mínimo, limite de jornada, aviso prévio indenizável, fundo de garantia etc. – seriam relativizados.

“Esses três novos modelos de contratação, a rigor, estabelecem quebras na isonomia entre os trabalhadores brasileiros. Porque reduzem direitos sociais, em hipóteses que não resistem a uma análise constitucional”, afirma o magistrado.

Após passar em Comissão Especial, o texto da MP 1.045 foi aprovado pela Câmara dos Deputados há duas semanas. Caso não fosse votada no Senado até 7 de setembro, a MP perderia validade.

Nesse sentido, acabaram produzindo um grande “imbróglio”, ao aprovarem os “jabutis” inseridos pelo relator, deputado Christino Áureo (PP-RJ). O ideal, segundo o magistrado, seria que os senadores eliminassem esses “temas estranhos”, aprovando apenas os itens referidos ao BEm. “Mas, no limite, é melhor que caduque”, disse Feliciano, que também é professor associado da Universidade de São Paulo (USP).

Barateamento da mão de obra

O ex-presidente da Anamatra alerta que projetos como esse, – assim como a “reforma” trabalhista aprovada em 2017 – apostam na redução de direitos trabalhistas como forma de criar empregos. Segundo ele, trata-se de uma “noção ingênua” dos legisladores. “Na medida em que quem trabalha vai tendo seus direitos corroídos, diminuídos, tendo suas relações de trabalho precarizadas por essas novidades, o que o Brasil faz é sacrificar o que ele tem de melhor no aspecto da competição econômica, que é o seu mercado consumidor”.

Ele cita o exemplo da China, que atualmente baseia sua estratégia de desenvolvimento ao estimular a capacidade do seu gigante mercado interno. “Se a economia não cresce, o empregador não vai contratar, por mais barato que esteja o emprego. Este é o equívoco especialmente do Requip, que pretende oferecer uma mão de obra mais barata, com direitos trabalhistas precarizados”, ressaltou.

FONTE: RBA