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Três em cada quatro brasileiros perderam alguém para a covid-19

Segundo levantamento da CNI, pandemia que já matou mais de 407 mil pessoas no Brasil é considerada muito grave ou grave por 89% dos brasileiros.

Ostentando a terrível posição entre os países campeões de mortes causadas pela covid-19 desde o início da pandemia, há mais de um ano os brasileiros vivem histórias tristes de perdas de familiares, amigos, colegas de trabalho. Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que três em cada quatro brasileiros perderam alguém para a covid-19. Segundo a pesquisa Os brasileiros, a pandemia e o consumo, divulgada nesta segunda-feira (3), dos que sofrem com alguma morte causada pela pandemia do novo coronavírus 53% perderam um amigo, 25% um parente que mora em outra residência e 15% um colega de trabalho.


Diante do cenário em que o Brasil está mergulhado, com alto número de mortes e falta de vacinas, a pesquisa da CNI revela que 89% dos brasileiros consideram a pandemia no Brasil “muito grave” ou “grave”. Outros 6% a classificam como “mais ou menos grave”, enquanto apenas 10% dos brasileiros a tratam como “pouco grave” ou “nada grave”. Em julho de 2020, 84% das pessoas consideravam a pandemia “muito grave” ou “grave”.

Pode piorar

O Brasil conta mais de 407 mil pessoas mortas pela covid-19 e pode chegar a 575 mil mortes até 1º de agosto, segundo o cenário mais provável projetado pelo Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. “No pior cenário, o país atingirá 688,7 mil óbitos no mesmo período. O instituto também avalia que é possível a ocorrência de uma terceira onda a partir do final de maio”, relata o jornalista Leonardo Sakamoto.

“As projeções da Universidade de Washington estão bem precisas, pois a série histórica é estável. Até mesmo nossas insuficiências nas testagens estão refletidas”, afirmou à Sakamoto o epidemiologista Wanderson Oliveira, secretário de Serviços Integrados de Saúde do Supremo Tribunal Federal e e ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Muito medo
Além das perdas irreparáveis, os brasileiros vivem com medo, o que também pode levar a outros tantos tipos de adoecimento. O levantamento da CNI indica que 56% dos brasileiros possui atualmente um medo “muito grande” ou “grande” da covid-19.

“Em julho do ano passado, quando outro levantamento foi realizado, este porcentual era de 47%”, relata reportagem de O Estado de S. Paulo. “Entre 22% da população o medo atual da pandemia é classificado como ‘médio’ e 9% o qualifica como ‘pequeno’ ou ‘muito pequeno’. Em julho de 2020, 29% das pessoas diziam que o medo da pandemia era ‘médio’ e 10% que era ‘pequeno’ ou ‘muito pequeno’.”

Pandemia abala economia

Realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, o levantamento da CNI entrevistou 2.010 pessoas com mais de 16 anos, nas 27 unidades da Federação, entre os dias 16 e 20 de abril. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.

Em nota à imprensa, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, defendeu que “enquanto não houver uma vacinação em massa, a pandemia será motivo de grande preocupação para a população e continuará afetando o funcionamento das empresas, dificultando a esperada retomada da economia”.

De acordo com o consórcio de imprensa formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, dão conta de que 31.875.681 pessoas haviam recebido pelo menos a primeira dose de vacina contra a covid-19 até domingo (2). “O número corresponde a apenas 15,05% da população brasileira. Na prática, de cada 20 brasileiros, somente três já receberam uma dose da vacina. O porcentual de quem já recebeu as duas doses é de apenas 7,49% da população”, informa a reportagem.

FONTE: RBA

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS: Ventilação, máscara, distanciamento e higiene das mãos, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou o protocolo com medidas de proteção contra a covid-19, com ênfase em medidas que evitem a contaminação pelo ar. Uso de máscara de boa qualidade, bem ajustada ao rosto; ventilar ambientes ao máximo; manter o distanciamento das outras pessoas; e realizar a higiene constante das mãos, sempre evitando tocar o rosto, são as ações efetivas para se prevenir contra o novo coronavírus. “Atualmente, não há caso confirmado de covid-19 transmitido por meio de alimentos ou embalagens de alimentos”, destaca também a OMS, apontando que não há necessidade de higienizar as compras.

“O vírus pode se espalhar pela boca ou nariz de uma pessoa infectada em pequenas partículas ao tossir, espirrar, falar, cantar ou respirar. Essas partículas variam de gotículas respiratórias maiores a aerossóis menores. A evidência atual sugere que o vírus se espalha, principalmente, entre pessoas que estão em contato próximo umas com as outras, normalmente dentro de um metro. Uma pessoa pode ser infectada quando aerossóis ou gotículas contendo o vírus são inalados ou entram em contato direto com os olhos, nariz ou boca. O vírus também pode se espalhar em ambientes internos mal ventilados e/ou lotados, onde as pessoas tendem a passar mais tempo. Isso ocorre porque os aerossóis permanecem suspensos no ar ou viajam a mais de um metro”, diz a OMS.

OMS: Caçadores de mitos sobre covid-19

A principal mudança se dá na orientação para ventilação dos espaços. Evidências científicas de eventos em que várias pessoas foram contaminadas no mesmo local mostram que a covid-19 se espalha principalmente por aerossóis em ambientes fechados com muitas pessoas. Nestes locais é fundamental o uso de máscaras filtrantes do tipo PFF2 ou N95, bem ajustadas ao rosto. Além disso, a OMS recomenda que se permaneça pouco tempo nesses locais e que se mantenha sempre o distanciamento das outras pessoas. Supermercados, transportes coletivos, restaurantes, teatros, cinemas, academias, salões de beleza, salões de festas, são exemplos desse tipo de ambiente.

Mas, mesmo em casa, é importante manter a ventilação dos ambientes, principalmente se precisar receber visitantes ou se alguém da família estiver contaminado com o novo coronavírus. Portas e janelas abertas, se possível com um ventilador virado para fora, funcionando como exaustor. E, sempre, manter o distanciamento e as máscaras bem ajustadas. Ao andar de carro com pessoas que não são do seu convívio, é importante manter os vidros abertos. O ideal é dividir o veículo com apenas uma pessoa e sentar-se na posição oposta dela: uma pessoa ao volante e a outra no banco de trás, no lado do passageiro.

Ao ar livre, os aerossóis se dispersam rapidamente, reduzindo significativamente o risco de contaminação. Nesse caso, a contaminação se dá principalmente por gotículas contaminadas, que demandam contato próximo por longo tempo. Por isso se deve evitar as aglomerações, mesmo em locais abertos. Parques, praças e praias são os melhores locais para realizar atividades físicas ou mesmo realizar pequenas reuniões que sejam imprescindíveis. Em todos os casos, o uso de máscara bem ajustada e o distanciamento devem ser mantidos.

Outra mudança no protocolo da OMS é quanto limpeza de superfícies. A preocupação deve ser mantida em locais de uso coletivo e estabelecimentos de saúde, onde as superfícies devem ser limpas regularmente com desinfetante comum. Em casa é importante realizar esse procedimento se algum morador estiver contaminado ou se uma pessoa contaminada tiver visitado a moradia. A antiga preocupação com a higiene de maçanetas, chaves, corrimões e etc., não se sustentou em meio às evidências científicas de como a covid-19 se propaga.

No entanto, a constante higiene das mãos com água e sabão ou álcool a 70% continua sendo de grande importância. A OMS recomenda inclusive que as pessoas sempre carreguem consigo um recipiente com álcool a 70% para utilizar após contato com superfícies em espaços de uso coletivo ou unidades de saúde.

FONTE: RBA

SINDICATO ENTRA COM AÇÃO POR MELHOR ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO FGTS

O Sindicato entrou com ação coletiva em nome dos trabalhadores e trabalhadoras nas áreas da Hotelaria e Gastronomia de Gramado para alteração no índice de correção do FGTS, de forma que este possa conferir melhor rentabilidade. Atualmente, a correção é feita pela taxa referencial (TR) fixada pelo Banco Central. O tema vai a julgamento no STF no próximo dia 13 de maio tendo em vista que há multiplas ações neste sentido.

A TR foi criada para indicar a previsão da inflação, mas com o passar do tempo tem apresentado índices diferentes e menores do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Com a TR está havendo um prejuízo, por isso muitos trabalhadores e entidades de classe estão questionando na Justiça a sua aplicação como índice de correção monetária do FGTS e pedem a aplicação de outro índice que represente a real inflação do país”, explicou o presidente do Sindicato, Rodrigo Callais.

Callais acrescenta que se a ação do Sindicato, que faz parte de um conjunto de outras com o mesmo objetivo, for julgada favorável no dia 13, todos os trabalhadores da base terão direito.

DINHEIRO NO BOLSO: SINDICATO ENCAMINHA PAGAMENTO DE VALORES REFERENTES AÇÃO QUE BENEFICIA DEMITIDOS NA PANDEMIA

Em Gramado, ainda no início da crise da Covid, empresas demitiram e não pagaram corretamente os direitos de seus funcionários. Só repassaram a metade do aviso prévio e da multa rescisória alegando uma falsa orientação que partira do próprio presidente Bolsonaro na época, a tal “demissão por motivo de força maior” da CLT.  

O Sindicato agiu rapidamente para coibir essa ilegalidade, já que as empresas não estavam fechando as portas em definitivo, haviam apenas parado temporariamente com suas atividades devido a quarentena. O Judiciário deu ganho de causa ao Sindicato e obrigou as empresas a pagar os valores devidos aos trabalhadores.

Nesta semana estamos repassando os valores para mais 11 trabalhadores e trabalhadoras.

“Muito importante essa vitória que obtivemos para corrigir essa injustiça, pois o direito de quem trabalha é sagrado! Isso também reforça o entendimento sobre a importância que tem o Sindicato para a categoria. Sem o Sindicato, esses valores e direitos seriam perdidos”, alertou o presidente do Sindicato, Rodrigo Callais.

A FOME NÃO ESPERA: 30 cestas são entregues neste Dia do Trabalhador

O Dia do Trabalhador foi marcado pela união e solidariedade em Gramado, Canela e na região, com a entrega de 30 cestas básicas oriundas das doações da campanha A FOME NÃO ESPERA, promovida pelo Sindtur, que representa os empresários do setor, e pelo Sindicato dos Trabalhadores e Hotelaria e Gastronomia de Gramado.

Segundo o presidente do Sindicato, Rodrigo Callais, a campanha busca amenizar as consequências da pandemia que vem atingindo muitas famílias de trabalhadores e trabalhadoras. “É com união que vamos seguir trabalhando para vencer essa pandemia. Como a doença só vai ser superada com a chegada da vacina, é importante que todos sigam se cuidando o máximo possível”, alertou.

Esta foi a primeira ação de entregas! A arrecadação continua e você pode levar sua ajuda até um dos sindicatos, ou pode fazer diretamente em um dos mercados parceiros, conforme a lista abaixo:

Mercado Sthal (Floresta)

Armazém 845

Mercado Sthal (Carniel)

Rissul

Nacional

Supermercado Berti

Super Gross

Drumm Mercado e Açougue

Supermercado Nossa Casa

Brombatti (Várzea)

Mercado Serra Grande

Dia pós Dia

FrutiFrango

Sulmais Supermercados

Você também pode entregar suas doações: 

no SindTur Serra Gaúcha

Av. das Hortênsias, 5041. Telefone: 54 3286-1418

no Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado

Av. das Hortênsias, 2040 sala 9A – Telefone: 54 3286-6590

CADASTRE-SE PARA RECEBER

Se sua família está passando por necessidades e precisa receber doações, entre em contato conosco e cadastre-se. Unidos, em uma grande corrente de solidariedade, vamos vencer a pandemia. 

Rede Laghetto faz doação à campanha A FOME NÃO ESPERA

A campanha A FOME NÃO ESPERA segue firme e forte, despertando união e solidariedade. A Rede Laghetto de Hotéis doou cinco cestas básicas para a campanha, que foram entregues ao nosso Diretor de Mobilização e Propaganda, Silvano “Narizinho”.

Tem chegado muita ajuda, mas sabemos que os que precisam, tanto na categoria de Hotéis e Restaurantes, como entre os trabalhadores em geral, aumentaram muito. Não deixe de participar!

Como você pode ajudar:

No Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado
Av. das Hortênsias, 2040 sala 9A – Telefone: 54 3286-6590

No SindTur Serra Gaúcha
Av. das Hortênsias, 5041. Telefone: 54 3286-1418

Também pode doar diretamente nos mercados apoiadores da campanha.

* Se sua família está passando por necessidades e precisa receber doações, entre em contato conosco e cadastre-se. Unidos, em uma grande conrrente de solidariedade, vamos vencer a pandemia.

A FOME NÃO ESPERA: VEJA OS MERCADOS PARCEIROS PARA DOAÇÃO

A nossa campanha A FOME NÃO ESPERA tem o apoio de alguns mercados onde você pode fazer sua doação, nos nossos crrinhos solidários. Aproveite o momento de fazer o rancho para contribuir com algum dos itens de alimentação que estamos arrecadando para os mais necessitados devido à crise da pandemia. Seja mais um elo nessa corrente de solidariedade e amor ao próximo!

Veja aqui a lista dos mercados parceiros:

Mercado Sthal (Floresta)
Armazém 845
Mercado Sthal (Carniel)
Rissul
Nacional
Supermercado Berti
Super Gross
Drumm Mercado e Açougue
Supermercado Nossa Casa
Brombatti (Várzea)
Mercado Serra Grande
Dia pós Dia
FrutiFrango
Sulmais Supermercados

Você também pode entregar suas doações:

no SindTur Serra Gaúcha
Av. das Hortênsias, 5041. Telefone: 54 3286-1418

no Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado
Av. das Hortênsias, 2040 sala 9A – Telefone: 54 3286-6590

* Se sua família está passando por necessidades e precisa receber doações, entre em contato conosco e cadastre-se. Unidos, em uma grande conrrente de solidariedade, vamos vencer a pandemia.

Participe!

FIQUE LIGADO: O NOVO JORNAL DO SINDICATO ESTÁ CHEGANDO ATÉ VOCÊ

Fique Ligado (nos seus direitos)! Esse é o novo jornal do Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado, que já está sendo distribuído para a categoria, com todos os cuidados de prevenção e distanciamento.

A publicação conta com quatro páginas e traz como destaque a posse da nova diretoria do Sindicato. Também fala da campanha de solidariedade que está sendo desenvolvida em parceria com o setor empresarial e informa a categoria sobre duas ações judiciais importantes que foram vencidas pela entidade: a que trata da restituição de valores descontados indevidamente pelo INSS das rescisões de contratos – a matéria traz um código QRCode para que os trabalhadores e as trabalhadoras tenham acesso a lista presente no site da entidade que mostra quem já está apto a receber seus valores – e a ação que assegurou o pagamento integral dos direitos para alguns trabalhadores que foram demitidos no início da pandemia. 

Outro destaque da edição é a lista dos atendimentos e convênios que o Sindicato disponibiliza para os associados e suas famílias.

Para o presidente do Sindicato, Rodrigo Callais, o novo formato do jornal, contendo inclusive links com as publicações do site e das redes, veio para modernizar e qualificar a relação com a categoria. “Queremos nos aproximar cada vez mais dos trabalhadores e das trabalhadoras da hotelaria e gastronomia de Gramado, eles que compõem a base da nossa categoria. Os meios de comunicação do Sindicato são ferramentas importantes para isso. Ajudam a democratizar a informação e mostrar melhor as ações e serviços da entidade, a prestar contas do nosso trabalho para a categoria”, afirmou.

A distribuição do jornal seguirá nas próximas semanas em um trabalho direcionado às visitas na base.

Relação entre covid-19 e trabalho leva a aumento de processos na Justiça

Algumas decisões judiciais já relacionam o contágio pela doença com a atividade profissional. Só no primeiro trimestre, número de casos na primeira instância cresceu 115%

Recentemente, uma decisão de primeira instância relacionou a covid-19 com o trabalho, determinando a natureza ocupacional da doença. O caso não é isolado, mas também não predomina entre os que passaram a chegar à Justiça do Trabalho desde 2020. O tema passou a aparecer com mais frequência com o avanço da pandemia. De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), por exemplo, foram 2.397 casos novos sobre covid distribuídos nas Varas do Trabalho (primeira instância) de todo o país no primeiro trimestre, crescimento de 115% sobre igual período de 2020. O total geral (372.117) caiu 3,8%.

No Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), em Campinas, em 2020 foram recebidos 1.243 casos ligados à covid, sendo 844 solucionados. O tribunal não dispõe de dados específicos sobre quais tratam de doença ocupacional. No primeiro trimestre deste ano, foram mais 141 processos.

Natureza ocupacional

Já no da 2ª Região (TRT-2), por exemplo, apenas nos últimos cinco meses, de novembro até março, foram recebidos 934 processos relacionados à covid-19. Os que relacionam covid e doença ocupacional são 42. O TRT-2 é o maior do país, abrangendo Grande São Paulo e Baixada Santista. Foi nessa região que saiu a decisão citada acima, após ação civil publica movida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Sintect) contra os Correios. O juiz Willian Alessandro Rocha, da Vara de Trabalho de Poá, na Grande São Paulo, reconheceu a natureza ocupacional da covid-19, entendendo que a ECT não adotou medidas para reduzir os riscos de contágio. Ele determinou que a empresa realizassem teste para detecção da covid-19 em todos os empregados naquela unidade, além de ações de prevenção.

Exposição ao risco

Na decisão, o magistrado observou que seis funcionários contraíram a doença na mesma época, considerando “muito provável” que a contaminação tenha ocorrido em função do trabalho, pela exposição ao risco. Assim, o nexo causal seria presumível, concluiu, ainda que não haja prova definitiva. A empresa recorreu, mas a 9ª Turma do TRT manteve a decisão.

Já a Justiça do Trabalho de Minas Gerais reconheceu como acidente de trabalho a morte, pela covid-19, de um motorista de caminhão. A decisão, nesse caso, foi do juiz Luciano José de Oliveira, na Vara de Três Corações. (MG). A empregadora do motorista, uma transportadora, foi, inclusive, condenada a pagar indenização de R$ 200 mil, por danos morais, e outra por danos materiais, em forma de pensão, até a filha do trabalhador completar 24 anos.

A família alegou que ele foi infectado devido à função que exercia. O motorista sentiu os primeiros sintomas em 15 de maio, após viagem de 10 dias de Extrema (MG) para Maceió e Recife. A empresa alegou que sempre cumpriu as normas de segurança, ofereceu os equipamentos necessários e orientou os funcionários sobre medidas de prevenção. O juiz adotou a chamada teoria da responsabilização objetiva, por assumir o risco de submeter o trabalhador em um período agudo de pandemia.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou várias notas técnicas relacionadas à covid-19. Na NT 20, por exemplo, orienta os médicos a solicitar da empresa a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) quando se confirma o diagnóstico de covid-19, “ainda que na suspeita de nexo causal com o trabalho”. Para o MPT, é “dever das empresas de reduzir os riscos inerentes ao trabalho, mediante a adoção de normas de saúde e segurança”.

Por sua vez, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho também elaborou uma nota técnica, na qual afirma que a covid-19 pode, conforme o caso, ser considerada doença do trabalho. “As circunstâncias específicas de cada caso concreto poderão indicar se a forma como o trabalho foi exercido gerou risco relevante para o trabalhador”, diz a Secretaria, admitindo também o enquadramento como acidente do trabalho.

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

Auxílio emergencial: Com benefício reduzido em 2021, Brasil terá 61 milhões na pobreza

Com o valor menor do auxílio emergencial este ano, o Brasil deve somar 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (22/04) pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo.

Mulheres e a população negra são mais afetadas pela piora das condições de vida no país

Com o valor menor do auxílio emergencial este ano, o Brasil deve somar 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (22/04) pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP).

Em 2021, são consideradas pobres as pessoas que vivem com uma renda mensal per capita (por pessoa) inferior a R$ 469 por mês, ou US$ 1,90 por dia, conforme critério adotado pelo Banco Mundial. Já os extremamente pobres são aqueles que vivem com menos de R$ 162 mensais.

Em 2019, os brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza somavam 51,9 milhões. Isto significa que, em 2021, o Brasil terá 9,1 milhões de pobres a mais do que antes da chegada do coronavírus ao país.

No ano anterior à pandemia, os extremamente pobres eram 13,9 milhões. Assim, em apenas dois anos, 5,4 milhões de brasileiros se somarão a esse grupo que convive com a carência extrema.

Para as pesquisadoras Luiza Nassif-Pires, Luísa Cardoso e Ana Luíza Matos de Oliveira, autoras do estudo, o aumento da miséria esperado para esse ano revela que o auxílio emergencial com valor médio de R$ 250 é insuficiente para recompor a perda de renda da população mais pobre em meio à pior fase da crise de saúde pública provocada pela covid-19.

“Já havia um crescimento da pobreza antes da pandemia, isso só não se agravou no ano passado devido ao auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1.200”, observa Oliveira.

“O novo modelo do auxílio, que sofreu um corte significativo, está deixando grande parte da população desamparada”, acrescenta a economista, lembrando ainda que a queda de 4,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 só não foi maior devido ao benefício, que permitiu a parcela significativa da população manter um nível mínimo de consumo.

As economistas destacam ainda que as mulheres e a população negra são as mais afetadas por essa grave piora das condições de vida no país.

Bolsa Família, salário mínimo e maior acesso à educação levaram à redução da pobreza no Brasil até 2014. Pobreza vem crescendo desde 2015

Até 2014, a pobreza diminuiu durante anos no Brasil, graças ao avanço de políticas sociais como o Bolsa Família, os ganhos reais do salário mínimo e a ampliação do acesso à educação.

Em 2015, sob efeito da crise econômica, a tendência se inverteu e a miséria voltou a crescer ano após ano. A trajetória de alta, no entanto, foi interrompida em 2020, graças ao efeito do auxílio emergencial.

O benefício foi criado em abril do ano passado, com valor de R$ 600, que podia chegar a R$ 1.200 para mães solteiras chefes de família. Foram pagas cinco parcelas nesses valores cheios e outras quatro com os valores reduzido à metade, num total de R$ 295 bilhões.

Em julho de 2020, mês em que o efeito do benefício atingiu o seu auge, a taxa de extrema pobreza do país foi reduzida a 2,4% e a de pobreza a 20,3%, estimam as pesquisadoras, com base em dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua e da Pnad Covid-19 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Foram os patamares mais baixos já registrados para esses indicadores em pelo menos 40 anos, conforme uma série mais longa produzida pelo pesquisador Daniel Duque, do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).

A título de comparação, essas mesmas taxas eram de 6,6% e 24,8% em 2019, antes da pandemia. Agora em 2021, a expectativa é de que a extrema pobreza atinja 9,1% da população e a pobreza chegue a 28,9%.

População de baixa renda ficou sem auxílio nenhum de janeiro a março de 2021

Neste ano, a população de baixa renda ficou sem auxílio nenhum de janeiro a março. Em abril, o pagamento começou a ser feito primeiramente apenas através do aplicativo da Caixa, o que dificultou o uso do recurso por parte das famílias, que têm dificuldade de acesso à internet.

O valor do benefício foi reduzido a uma média R$ 250, variando entre R$ 150 para pessoas que moram sozinhas, R$ 250 para domicílios com mais de uma pessoa e R$ 375 para mães solo.

O universo de beneficiários foi diminuído de 68,2 milhões de pessoas em 2020, para 45,6 milhões de famílias em 2021.

O saque foi restrito a uma pessoa por família e limitado a indivíduos que já receberam o auxílio em 2020 – o que significa que quem perder a renda esse ano, não poderá contar com a ajuda.

O montante autorizado pelo Congresso para o auxílio emergencial em 2021 é de R$ 44 bilhões, comparado aos R$ 295 bilhões do ano passado. Está previsto o pagamento de quatro parcelas este ano, ante nove parcelas pagas em 2020.

“Estamos no pior momento da pandemia em termos sanitários, com diversas cidades voltando a restringir atividades e, justamente agora, foi reduzido o estímulo fiscal”, observa Oliveira, que é professora visitante da Flacso Brasil (Faculdade Latino-?Americana de Ciências Sociais) e coordenadora-geral da secretaria executiva da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público.

“Isso deve ter um impacto não só para a população vulnerável, mas também um efeito macroeconômico muito grande. Então é um problema para os mais pobres e para o Brasil como um todo.”

Mulheres negras são as mais prejudicadas

Embora a redução do estímulo fiscal afete o Brasil como um todo, são as mulheres negras as mais prejudicadas pela redução do auxílio emergencial em 2021, aponta o estudo lançado nesta quinta-feira pelo Made-USP.

Antes da pandemia, a pobreza atingia 33% das mulheres negras, 32% dos homens negros e 15% das mulheres brancas e dos homens brancos. Com o auxílio reduzido de 2021, esses mesmos indicadores devem subir a 38%, 36% e 19%.

Já a taxa de extrema pobreza, antes da crise, era de 9,2% entre mulheres negras, 8,9% entre homens negros, 3,5% entre mulheres brancas e 3,4% entre homens brancos.

Com o benefício emergencial nos valores de 2021, a miséria deve chegar a percentuais muito acima dos verificados antes da crise: respectivamente, 12,3%, 11,6%, 5,6% e 5,5%.

“Como a posição das mulheres no mercado de trabalho já é mais vulnerável, quando há uma crise, elas são mais atingidas”, diz pesquisadora

“De modo geral, as mulheres estão mais sujeitas à pobreza”, observa Nassif-Pires, professora no Levy Economics Institute do Bard College (EUA).

“Elas são mais propensas a terem emprego informal, estão segregadas em ocupações que pagam menos e existe um hiato salarial entre homens e mulheres mesmo dentro de uma mesma ocupação. Além disso, elas mais frequentemente têm dependentes do que os homens”, diz a economista.

“Então, há toda uma questão que vem de antes da pandemia, mas tudo isso se agrava com a crise, porque, devido à informalidade maior, é mais fácil para elas perderem o emprego”, destaca, acrescentando que a pandemia também exigiu maior produção dentro de casa, em atividades de cuidado dos filhos e de idosos, que são no geral realizadas pelas mulheres.

“Em casais heterossexuais, frequentemente é a mulher que abre mão do emprego”, lembra a professora do Bard College. Além disso, com as escolas e creches fechadas, muitas mulheres tiveram que deixar seus trabalhos fora de casa por não terem com quem deixar as crianças.

“Em resumo, como a posição das mulheres no mercado de trabalho já é mais vulnerável, quando tem uma crise, elas são mais atingidas”, sintetiza Nassif-Pires.

Com relação à população negra, a pesquisadora é enfática quanto à origem das maiores taxas de pobreza desta parcela dos brasileiros: a herança da escravidão.

“Essa é a resposta rápida, mas, para além disso, há todo um racismo estrutural que resulta que, mesmo para um grupo de pessoas com a mesma escolaridade, há diferenças no nível salarial, nos tipos de ocupação e na taxa de informalidade entre negros e brancos.”

“Então existe um racismo muito forte dentro do mercado de trabalho que coloca a população negra numa posição um tanto mais precária em termos de trabalho formal”, observa.

“Estados deveriam complementar auxílio”

Para Oliveira, a pesquisa deixa evidente que são as mulheres negras as que mais estão sofrendo com a crise atual.

“Fica claro que precisamos de políticas específicas voltadas para esse grupo”, diz a pesquisadora. “Precisamos também entender como a política fiscal e a política econômica como um todo impactam especificamente essa parcela da população.”

A professora da Flacso-Brasil destaca, por exemplo, que cortes de recursos destinados à saúde, educação e assistência social afetam diretamente essa população mais vulnerável.

Além disso, a pandemia traz o risco de que avanços conquistados nas últimas décadas na redução da desigualdade racial e de gênero se percam, caso o Estado não dê uma resposta, na forma de medidas de apoio a essa população.

“Recomendamos a continuação do auxílio enquanto a pandemia durar e o pagamento de auxílios adicionais por Estados e municípios, para complementar esse valor tão baixo do auxílio federal de 2021”, diz Cardoso, pesquisadora de pós-doutorado na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

“A pobreza tem um caráter geracional. É muito provável que impacto que as famílias estão sofrendo agora tenha reflexos no futuro”, afirma economista

“Além disso, indicamos também a elaboração de políticas voltadas aos jovens e crianças que estão em casa, como políticas de acesso à internet para os alunos de escolas públicas, porque a pobreza tem um caráter geracional”, afirma a economista e demógrafa.

“Então esse impacto de agora que as famílias estão sofrendo não vai durar apenas um ano ou dois. É muito provável que isso se estenda e tenha reflexos no futuro também.”

Para Cardoso, a demora do governo para retomar o auxílio em 2021 e os baixos valores estabelecidos mostram o descaso do governo com a população e com o combate às desigualdades. “Essas coisas deveriam ser prioridades”, avalia.

Quanto à viabilidade de se estender o auxílio enquanto durar a pandemia, Nassif-Pires avalia que a restrição financeira imposta pelo teto de gastos é uma limitação política.

“O espaço fiscal poderia existir, mas existe um embate político por esse espaço”, afirma.

“Pensando de forma estratégica, o custo do auxílio emergencial não é somente o seu valor de face, porque há um retorno disso. Ele faz com que a economia continue funcionando, então seu custo líquido é muito menor do que aquele que vai aparecer no Orçamento.”

Além disso, a professora destaca que o auxílio emergencial tem papel fundamental no controle da pandemia.

“As pessoas que estão na extrema pobreza e na pobreza não têm a possiblidade de escolher cuidar de sua saúde. Elas estão numa situação de vida ou morte diária e não podem deixar de trabalhar, mesmo que estejam doentes ou trabalhando em situações precárias e expostas à pandemia”, diz a economista.

“Manter a economia funcionando apesar da emergência de saúde, às custas de as pessoas precisarem se expor para sobreviver, tem impacto sobre a própria continuidade da pandemia. O problema econômico é resultado do problema sanitário.”

FONTE: BBC