Presidente do SINTRAHG solicita apoio ao Piso Regional no legislativo de Gramado

O presidente do SINTRAHG, Rodrigo Callais, esteve em visita ao presidente da Câmara de Vereadores de Gramado, Professor Daniel (PT), na tarde desta segunda-feira, 09, quando solicitou apoio a campanha da CTB e centrais sindicais em defesa do Salário Mínimo do RS, o Piso Regional, que está há dois anos congelado pelo governo.

O presidente do legislativo de Gramado manifestou seu apoio a causa do Piso Regional e irá encaminhar a moção em nome da casa ao executivo estadual.

O Piso Regional foi criado em 2001, e atinge diretamente 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos, domésticos, rurais, do comércio, da indústria e dos serviços. “Estes trabalhadores e suas famílias vivem hoje uma situação de dificuldades. Não bastasse arriscarem a saúde e a vida todos os dias na pandemia, e a perda de familiares e amigos para a doença, os trabalhadores e trabalhadoras amargam a corrosão da sua renda diante de uma inflação que aumentou em 32,5% a cesta básica nos últimos dois anos, sendo 25% no último ano”, esclareceu Callais.

O governo Leite encaminhou a Assembleia Legislativa proposta para aumentar o Piso Regional em apenas 2,7%, o que não representa sequer a metade da inflação dos últimos 12 meses, levando em conta a data-base de fevereiro de 2021. 

As centrais reivindicam o reajuste de 10,3%, o que significa o INPC dos últimos dois anos (4,5% + 5,53%), e fazem um alerta: se não houver valorização o Piso Regional poderá acabar, já que foi criado para ser um diferencial em relação ao salário mínimo nacional.

Quando foi criado, o Piso Regional equivalia a 1,28 salários mínimos do país, o que está sendo comprometido pela falta de reajustes.

Quando foi criado, em 2001, o PISO REGIONAL representava 1,28 salários mínimos nacionais. Mas está há dois anos sem reajuste.

“Sem reajuste, ou com índice rebaixado, o Piso Regional deixará de cumprir com a função para a qual foi criado: ser um poderoso dispositivo para gerar desenvolvimento com distribuição de renda, de acordo com as realidades diferenciadas do nosso estado”, alertou Callais.

O Piso Regional nos estados vizinhos de Santa Catarina (teve reajuste de 10,62%) e Paraná (teve reajuste de 12,29%) têm gerado impacto positivo na economia e uma ajuda na melhora da qualidade de vida dos trabalhadores e suas famílias.

Portanto é uma inverdade que o dispositivo causaria perda de competitividade como tentam dizer os empresários. “Os patrões, infelizmente, só enxergam o lucro máximo, sem compromisso social algum. Não conseguem enxergar que, com mais renda na mão do trabalhador, há mais produtividade e consumo, isso aquece a economia e todos saem ganhando!”, acrescentou o presidente do SINTRAHG.

CAMPANHA

Para a CTB, ao não valorizar o Piso Regional, Leite age igual a Bolsonaro que liquidou com a política nacional de valorização do salário mínimo. Leite não dialoga com os trabalhadores, só escuta os empresários, que querem acabar com o Piso do RS, e é isso que acontecerá se não houver mudança de postura no governo, considera a central. 

Essa realidade de arrocho no Piso é considerada uma falta de sensibilidade tendo em vista a crise da pandemia e as perdas na renda das famílias trabalhadoras em função da alta nos preços que atinge os economicamente mais frágeis.

A CTB deve lançar no dia 11 de agosto uma campanha para defender o reajuste imediato de 10,3% para o Piso Regional. O principal apelo da ação é “Não deixe o Piso Regional acabar”.