Sindicato firma acordo com patrões para garantir empregos nos períodos mais graves da pandemia

Após semanas de negociações e diálogo intenso com o setor patronal, o Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado firmou um acordo coletivo cujo objetivo principal é a manutenção dos empregos da categoria durante os períodos mais críticos da pandemia. Além disso, o Sindicato segue lutando para que o governo federal implemente o mais rápido possível o programa que complementa salários e apoia as empresas nestes momentos nos quais a economia tem de parar para conter a gravidade da doença e as mortes.

O que o acordo define?

– Possibilidade de redução de jornada com redução salarial até, no máximo, 25%;

– Banco de Horas: possibilidade da compensação até o dia 31 de outubro deste ano;

– Taxa de Serviço: deverá ser mantida a divisão normal, independente de sofrer uma redução de jornada.

O presidente do Sindicato, Rodrigo Callais, afirma que a grande prioridade deste acordo é a preservação dos empregos diante de cenários de agravamento da pandemia. “O objetivo é salvar empregos, garantir postos de trabalho. No início da pandemia, em dois meses tivemos mais de 1000 demissões. Agora estamos vendo que esse cenário pode se repetir se alguma atitude não for tomada, Neste sentido foi realizado o acordo”, afirma Rodrigo Callais. Ele lembra que o acordo garante a manutenção do emprego durante o período em que estiver em redução e por igual período quando voltar a carga horária normal. Pode ser aplicado por no máximo três meses e fica proibida a realização de horas extras caso esteja em período de redução.

Cobrar do governo mais atenção

Callais ainda chamou a atenção para a necessidade de apoio por parte do governo federal através do “BEM”, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda. Com essa medida, os salários reduzidos excepcionalmente teriam um complemento por parte do governo. Além disso, Callais levanta a necessidade de se ter mais apoio governamental para que as pequenas e médias empresas não tenham que fechar suas portas. “É isto que está ocorrendo no mundo todo: os governos estão aportando recursos para manter as empresas e os trabalhadores, mas aqui no Brasil isso não tem ocorrido dessa forma. O investimento do governo tem sido muito baixo se comparado com outros países”, alertou.

Esperança

Callais crê que, com o avanço da vacinação, aos poucos a economia retomará seu vigor. “Não é mais hora de negacionismo. Seguimos pressionando o governo para que acelere a vacina que ainda está em ritmo muito lento. Só a vacinação da população vai assegurar o retorno da normalidade”.

Os segmentos da hotelaria e gastronomia contam hoje com cerca de 3.500 trabalhadores. Desde o início da pandemia, mais de mil vagas foram foram fechadas. “Esperamos, com isso (o acordo), manter os empregos dos trabalhadores e trabalhadoras desta categoria que está sendo uma das mais atingidas pela crise”, concluiu Callais.