Após muito trabalho de articulação junto aos vereadores gramadenses e apresentação dos números sobre a necessidade de recuperar o poder de compra do Piso Regional, os parlamentares aprovaram a moção de apoio à campanha da CTB e das centrais sindicais pela recuperação e valorização do salário mínimo do estado do RS, o Piso Regional.
A única resistência que havia estava situada na bancada do PP, mas após muitas conversas com o Presidente do SINTRAHG, Rodrigo Callais, os vereadores se convenceram da necessidade de apoiar e o documento foi aprovado opor unanimidade na sessão da última segunda-feira, 30/8.
ENTENDA
O Piso Regional, que está há 2 anos sem reajuste, atinge diretamente 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos, domésticos, rurais, do comércio, da indústria e dos serviços. Não bastasse arriscarem a saúde e a vida todos os dias na pandemia, e a perda de familiares e amigos para a doença, os trabalhadores e trabalhadoras amargam a corrosão da sua renda diante de uma inflação que aumentou em 32,5% a cesta básica nos últimos dois anos, sendo 25% no último ano.
O impasse está no fato de que o governo Leite encaminhou proposta de reajuste de apenas 2,7% para o Piso, o que pode significar até a sua extinção já que, quando foi criado, em 2001, correspondia a 1,28 salários mínimos nacionais.
“O Piso Regional já provou que é instrumento decisivo em favor do desenvolvimento com mais justiça social e distribuição de renda no nosso Estado. Ele faz a economia girar, algo que é muito necessário agora, no enfrentamento da pandemia. As famílias trabalhadoras do RS estão precisando, por isso nossa luta é pelos 10,3% de reajuste Já!”, enfatizou Callais.
“O arroz aumentou 53%; o feijão 37%; o óleo de soja 98%; a carne subiu 35%. Diante dessa inflação que liquida com o poder de compra do salário, o índice de 2,7% proposto pelo governador Leite é imoral e desumano”, acrescentou.
O Salário Mínimo do RS, o nosso Piso Regional, foi criado em 2001 pelo governo do Rio Grande do Sul para ser um instrumento de valorização e distribuição de renda e, consequentemente, gerador de desenvolvimento, de acordo com as características próprias da economia do nosso estado.
O Piso Regional também é importante porque beneficia trabalhadores e trabalhadoras que não têm mínimo salarial definido em lei federal, além de profissionais informais ou de categorias não contempladas em convenções e acordos coletivos.
Todos os anos, o governo do RS precisa enviar ao Legislativo proposta para reajustar o valor do piso. Em 2021, o governo Leite, que só ouviu os empresários, encaminhou índice rebaixado de apenas 2,7%. Esse número, além de não responder às necessidades das famílias gaúchas, ameaça a própria existência do Piso Regional.
A CTB e as centrais sindicais defendem reajuste de 10,3% – índice que corresponde a inflação dos dois últimos anos nos quais o Piso ficou sem aumento. Também levando em consideração 2019 e 2020, a cesta básica no RS subiu 32,5%. Além disso, busca-se a criação de uma mesa de negociação para superar o impasse.