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SINDICATOS DEBATEM FORTALECIMENTO DA LUTA CONJUNTA DAS CATEGORIAS E FILIAÇÃO NA CTB

A luta integrada da classe foi a pauta de uma reunião ocorrida na última sexta-feira, 21, na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Calçadistas e do Vestuário de Gramado, Canela e São Francisco de Paula, que contou com o presença do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado, Rodrigo Callais, e do diretor Silvano “Narizinho”.

Na conversa com o presidente daquele Sindicato, Nelson Gross e seu tesoureiro, Selivio Klement, foram avaliadas as realidades das duas categorias na região, os desafios do movimento sindical na atualidade, o enfrentamento à pandemia, a recuperação dos empregos, interromper a desindustrialização do país e aquilo que considera-se o maior desafio para a classe trabalhadora em uma visão de perspectiva: a retomada de um projeto nacional de desenvolvimento que recupere nossa democracia e coloque a valorização do trabalho e o combate às desigualdades como prioridade.

Isto, para os dois Sindicatos, passa necessariamente pelo enfrentamento a política de desmonte do Estado e ataque aos direitos trabalhistas que têm sido características do governo Bolsonaro.

Unidade e luta

Para levar adiante todas essas lutas, a unidade de ação da classe trabalhadora é fundamental, por isso também tratou-se da possibilidade de filiação da entidade na CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. A federação dos trabalhadores do setor tornou-se filiada à CTB em um evento realizado no último dia 15 de maio.

É LEI: gestantes não podem trabalhar de forma presencial

A trabalhadora que estiver grávida deve exercer suas atividades em sua residência na modalidade remota, teletrabalho ou home office. Esse grupo é considerado mais vulnerável ao contágio e efeitos da contaminação pela Covid-19. O Projeto é da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que originou a Lei 14.151, sancionada pelo executivo.

Desta forma, a substituição do trabalho presencial pelo remoto deve ser feita de imediato e não pode haver nenhum tipo de redução no salário ou em seus direitos previstos em lei.

O que muda?

A nova lei estabelece que as colaboradoras grávidas sejam afastadas das atividades presenciais.

Assim, as suas funções devem ser cumpridas à distância, para isso existem modalidades que podem ser adotadas pelos empregadores. Essa determinação vale enquanto durar a pandemia e o estado de emergência em saúde.

Remuneração

A empresa deve ficar atenta à seguinte regra: não pode haver qualquer tipo de redução no salário da gestante. Assim, o Departamento Pessoal deve manter os mesmos cálculos da folha de pagamentos, como se a mesma estivesse atuando na empresa.

Caso a função exercida pela trabalhadora não possa ser cumprida em regime de teletrabalho, ainda assim ela deve permanecer em afastamento, em casa.

Após o parto, a gestante permanece afastada do trabalho através da licença-maternidade, que se trata de um período de 120 dias, podendo ser estendido quando há riscos para a mulher e o bebê.

Outra opção é verificar se a empresa em que atua faz parte do Programa Empresa Cidadã, que estende o prazo da licença-maternidade por mais 60 dias.

Para mais informações, entre em contato com o Sindicato.

SINDICATO REALIZA ASSEMBLEIA NO CONDOMÍNIO GRAMADO EXCLUSIVE RESORT PARA DEFINIÇÕES SOBRE A TAXA DE SERVIÇO

O Sindicato realizou assembleia geral com os trabalhadores e as trabalhadoras do Condomínio Gramado Exclusive Resort para efetivação do Acordo Coletivo de Trabalho, ACT, referente a forma de distribuição da taxa de Serviço entre os funcionários.

Após debate sobre a proposta apresentada, o ACT foi aprovado. Junto com ele, houve a eleição dos conferentes para fiscalizar a arrecadação e distribuição dos 10%.

CAMPANHA DE SÓCIOS

Os represetantes do Sindicato, presidente Rodrigo Callais e o diretor, Silvano “Narizinho” aproveitaram a oportunidade para conversar com a categoria sobre as vantagens e a importância de serem associados. Além disso, foi distribuído jornal FIQUE LIGADO e foi informado sobre o andamento da campanha de solidariedade A FOME NÃO ESPERA, ação do Sindicato para enfrentar as necessidades oriundas da crise gerada pela pandemia.

“A assembleia para definição do ACT sobre a Taxa dos 10% também é um momento importante de conversa e proximidade com a categoria. É um ambiente no qual conseguimos ouvir diretamente as reivindicações e colocar o Sindicato à disposição para as necessidades de cada trabalhador e cada trabalhadora”, relatou Callais.

A assembleia foi presencial e seguiu todas as normas de segurança e distanciamento.

Banco Mundial: trabalho informal em massa pode retardar recuperação pós-COVID

A recuperação da Covid-19 pode ser ameaçada pela expansão do trabalho informal. Isto é o que diz o estudo “A Grande Sombra da Informalidade: Desafios e Políticas”, encomendado pelo Banco Mundial.

A análise revela que uma grande parcela dos trabalhadores e empresas, que operam na informalidade, em mercados emergentes, o fazem longe da fiscalização dos governos.

SÃO PAULO,SP,26.10.2018:DISTRIBUIÇÃO-JAQUETAS-CAIXAS-TÉRMICAS-IFOOD – Motoboys enfrentam fila para receber novas jaquetas e caixas térmicas que estão sendo distribuídas pelo aplicativo Ifood, na sede da empresa na região da Rebouças, em São Paulo (SP)Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress)

Proteção social

Para ajustar o rumo dessas atividades e investir na recuperação da pandemia, os países precisariam adotar pacotes abrangentes de políticas que enfrentem os desafios do setor informal.

O estudo mostra que a maioria dos trabalhadores é de mulheres e jovens com baixas qualificações profissionais. São pessoas que não têm proteção social e estão à margem de políticas de investimentos e auxílio.

O setor informal abriga mais de 70% desses empregos e, em média, quase um terço do Produto Interno Bruto, PIB, das economias emergentes.

Essas é uma das causas para a falta de recursos fiscais dessas nações para levar a cabo medidas macroeconômicas eficazes e construir capital humano para o desenvolvimento de longo prazo.

Em casos, onde a informalidade está acima da média, as despesas dos governos também diminuíram em até 10 pontos percentuais do PIB.

Sistemas financeiros

Com isso, a capacidade dos bancos centrais de apoiar as economias também fica limitada por sistemas financeiros pouco desenvolvidos associados à informalidade generalizada.

A análise do Banco Mundial sugere que o alto índice de informalidade também mina os esforços políticos contra a disseminação da Covid-19 e de levar ao crescimento econômico.

Com pouco acesso a pacotes de estímulo fiscal ou com auxílios baixos durante a pandemia, muitos trabalhadores tiveram que sair às ruas mesmo com o risco de contaminação para alimentar suas famílias.

O Banco Mundial afirma que países com setores informais maiores têm menor renda per capita, maior índice de pobreza, maior desigualdade de renda, mercados financeiros menos desenvolvidos e menos investimentos e estão mais longe de alcançar as metas de desenvolvimento sustentável.

Regiões

A informalidade em econômicas emergentes varia muito entre regiões e países. Em termos de percentual do PIB, é mais alta na África Subsaariana, com 36%. É mais baixa no Oriente Médio e do Norte da África, com 22%.

No Sul da Ásia e na África Subsaariana, a informalidade generalizada é em grande parte o resultado do baixo capital humano e de grandes setores agrícolas.

Na Europa e Ásia Central, América Latina e Caribe, Oriente Médio e Norte da África, os pesados encargos regulatórios e fiscais e as instituições deficientes são fatores importantes que impulsionam a informalidade.

Entre 1990 e 2018 a informalidade caiu, em média, cerca de 7 pontos percentuais do PIB, para 32% do PIB.

Cinco recomendações

O estudo apresenta cinco recomendações gerais para os formuladores de políticas: primeiro, adotar uma abordagem abrangente – porque a informalidade reflete o subdesenvolvimento na base mais ampla e não pode ser tratada de forma isolada; segundo, adaptar as medidas às situações de cada país porque as causas da informalidade variam muito; terceiro, melhorar o acesso à educação, aos mercados e aos financiamentos para que os trabalhadores informais e as empresas possam se tornar suficientemente produtivos e passar para o setor formal; quarto, melhorar a governança e o ambiente de negócios de modo que o setor formal possa florescer; e quinto, racionalizar a regulamentação tributária a fim de diminuir o custo da operação formal e aumentar o custo da operação informal.

FONTE: RPB

AGORA É LEI: AS GESTANTES NÃO PODEM ESTAR EM TRABALHO PRESENCIAL DURANTE A PANDEMIA

Foi sancionada nesta quarta-feira, 12 de maio, e já está valendo a Lei Nº 14.151, que dispõe sobre o afastamento das trabalhadoras gestantes de suas atividades de trabalho presencial durante a pandemia da covid-19. A nova lei, projeto de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), foi aprovado pela Câmara em agosto do ano passado e pelo Senado em abril.

 

AFASTAMENTO DO TRABALHO PRESENCIAL

De acordo com a determinação da Lei, a empregada gestante deverá permanecer afastada das atividades presenciais, sem prejuízo de sua remuneração, ficando à disposição para exercer as atividades em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de trabalho a distância.

Para o presidente do Sindicato, Rodrigo Callais, “essa nova Lei tem um objetivo muito claro e justificável neste momento: garantir a vida das mulheres gestantes e seus bebês. Neste sentido a Lei é clara ao estabelecer em seu artigo 1º que todas as empregadas que estiveram grávidas devem ser afastadas do trabalho presencial, ficando garantido, às mesmas, a integralidade de seus direitos, não podendo haver qualquer prejuízo”. E acrescenta que “diante dessa determinação legal, as empregadas gestantes devem ser afastadas do trabalho presencial imediatamente, recebendo de forma integral seus salários e demais vantagens diretamente do empregador”.

Callais reforça que o empregador poderá, a seu critério, e desde que forneça todos os meios necessários, solicitar que a empregada gestante cumpra suas obrigações contratuais em sua residência, através de trabalho remoto, teletrabalho ou qualquer forma de trabalho à distância.

Em caso de dúvida, entre em contato com o Sindicato através do número 54 3286 6590 e marque um horário de atendimento com nossa assessoria.

Leia a íntegra da lei:

LEI Nº 14.151, DE 12 DE MAIO DE 2021

Dispõe sobre o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho presencial durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do novo coronavírus.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do novo coronavírus, a empregada gestante deverá permanecer afastada das atividades de trabalho presencial, sem prejuízo de sua remuneração.

Parágrafo único. A empregada afastada nos termos do caput deste artigo ficará à disposição para exercer as atividades em seu domicílio, por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de trabalho a distância.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 12 de maio de 2021; 200º da Independência e 133º da República.

CTB RS REALIZA PLENÁRIA DA JUVENTUDE TRABALHADORA

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado, Rodrigo Callais, que também é dirigente da CTB RS como secretário da Juventude Trabalhadora, coordenou uma atividade preparatória para o Vº Congresso da CTB RS que teve como pauta as demandas da Juventude Trabalhadora. O evento, voltado para os sindicatos filiados à central, ocorreu nesta terça-feira, 11 de maio.

Os dois eixos do debate foram: a organização e os desafios da juventude trabalhadora urbana, apresentado pela professora da rede estadual de ensino de São Paulo, Aline Rodrigues, e a organização e os desafios da juventude trabalhadora rural, apresentado por Jaciara Muller, secretária geral da Fetag e coordenadora estadual da juventude.

As principais intervenções realizadas pelas lideranças presentes serão sistematizadas em um relatório que será usado como base dos debates da CTB Jovem no Congresso.

CONGRESSO

O Vº Congresso Estadual será realizado nos dias 24 e 25 de junho, na modalidade virtual por decorrência da crise sanitária provocada pelo coronavírus. Por essa razão, a Comissão Organizadora optou pela realização de plenárias virtuais temáticas com diferentes categorias e segmentos. As plenárias temáticas têm como objetivo formular as propostas e o plano de lutas para o próximo período.

O Congresso também tem a finalidade de eleger a nova Direção 2021/2025, que terá, dentre outras deliberações, aprovar a unificação da CTB/CGTB.

O tema central do V Congresso Estadual é Esperançar o Rio Grande e o Brasil pela vida, democracia, soberania e direitos.

SINDICATO APRESENTA PROPOSTAS PARA ENFRENTAR A PANDEMIA COM FOCO NOS EMPREGOS E PROTEÇÃO AOS TRABALHADORES

O Sindicato dos trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado esteve reunido com a Frente Parlamentar na Câmara Municipal de Vereadores de Gramado na manhã desta quarta-feira, 12, para tratar dos impactos da pandemia, a retomada econômica e o
enfrentamento a Covid.

O Sindicato esteve representado pelo seu presidente, Rodrigo Callais, e pelo diretor de Mobilização e Propaganda da entidade, Silvano Silva. Entre as propostas apresentadas pelo Sindicato estão:

– intensificar a pressão pela Vacina já, sendo esta a única maneira de retomar integralmente a economia e salvar vidas;

– seguir lutando para que o governo federal conceda um auxílio emergencial de 600 reais, tendo em vista que o atual é muito baixo;

– mais apoio às pequenas e médias empresas para que não fechem;

– no município: melhorar a fiscalização no município para o efetivo cumprimento das normas de distanciamento e enfrentamento da pandemia;

– a criação de um auxilio emergencial municipal;

– divulgação e implantação do auxilio emergencial aprovado pelo governo do Estado que beneficia o setor;

– mais assistência para as famílias que estão passando por dificuldades no município;

– criação de programas de qualificação e retomada dos empregos no âmbito local;

– e ampliação da promoção da cidade de Gramado como principal destino nacional para o turismo seguro e responsável durante a pandemia.

Além dessas propostas, o Sindicato solicitou apoio para a campanha A FOME NÃO ESPERA que é realizada em um esforço conjunto entre as entidades que representam os trabalhadores e empresários locais do setor. “O momento exige que estejamos unidos e articulemos políticas públicas seguras e ousadas para a recuperação econômica e dos empregos em Gramado e na região”, apontou Callais.

“Sabemos que esta é a principal atividade econômica do município, portanto estamos entre os mais atingidos. Muitos desses trabalhadores até retornaram para suas cidades-natais, visto que o valor dos aluguéis em Gramado é muito alto”, alertou Callais.

A Frente Parlamentar é integrada pelo presidente Renan Sartori (MDB), o vice é o vereador Neri da Farmácia (Progressistas) e conta ainda com Cícero Altreiter (MDB). “A finalidade destes encontros é justamente ouvir as sugestões dos segmentos da sociedade e buscar o melhor para todos”, afirmou o presidente Renan. Também participou da reunião o vereador Celso Fioreze (PSDB).

As demandas apresentadas pelo Sindicato farão parte de um relatório a ser apresentado pela Frente Parlamentar ao município.

“Esperamos que possa haver um esforço conjunto e investimento local para a retomada da economia e proteção aos mais vulneráveis, e que se leve em conta todos os sacrifícios e riscos que os trabalhadores, trabalhadoras e suas famílias têm vivenciado desde o início dessa pandemia”, disse Callais.

“País não está quebrado. Aumento da fortuna de milionários é a prova”, diz economista

Os percentuais de desemprego e endividamento neste período de pandemia estão em patamares mais elevados do que seria possível devido a decisões políticas, que priorizam milionários, como acionistas de grandes empresas e investidores estrangeiros, em detrimento do trabalhador brasileiro. Essa é a avaliação dos economistas Ladislau Dowbor e Juliane Furno, professores da Pontifícia Universidade Católica de Sao Paulo (PUC-SP) e da Universidade de Campinas (Unicamp), respectivamente.


De acordo com dados do ministério da Economia, o PIB (Produto Interno Bruto) de 2020 foi de R$ 7,5 trilhões. Atualmente, a população brasileira, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 212 milhões de pessoas.

Para Ladislau Dowbor, professor titular de pós-graduação da PUC/SP, com esse PIB, não era para a maior parte da população brasileira viver como vive. “O que a gente produz hoje dá 11 mil reais por mês, por família de quatro pessoas; a gente produz muito mais do que o necessário para assegurar a todo mundo uma vida digna e confortável”, resume.

Dos 212 milhões de habitantes, 150 milhões são adultos, no entanto, apenas 44 milhões tem empregos formais. “Ou seja, num país que tem tanta coisa para fazer, tem tanta gente no setor informal, ou desempregados, ou desalentados, isso aqui é um problema! A gente está subutilizando a força de trabalho. Nosso problema não é econômico, é de organização política e social”, pontua.

Ricos mais ricos; pobres mais pobres

Apesar do discurso amplamente divulgado inclusive pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, de que “o Brasil está quebrado“, Ladislau Dowbor, que também foi consultor de agências econômicas e de fomento das Nações Unidas, governos e municípios, lembra que, em 2020, durante a pandemia, em apenas quatro meses, “42 bilionários no Brasil aumentaram as suas fortunas em 180 bilhões de reais”.

Assim, ele chama a atenção para o seguinte paradoxo: como é que aumenta o lucro dos mais ricos, quando a economia está recuando? E responde ao seu próprio questionamento com uma série de elementos, que apontam decisões que privilegiam ricos em detrimentos dos mais pobres: “Desde 1995, os lucros e dividendos distribuídos são isentos de impostos, ou seja, os ricos no Brasil não pagam tributos por seus lucros; além disso, temos 19 milhões de pessoas passando fome e 112 milhões com insegurança alimentar, em contraponto a isso, produzimos, em cereais, 3,2kg por pessoa, por dia”.

Outro ponto levantado por Dowbor diz respeito às elevadas taxas de juros e à condução da Economia no Brasil. “Temos hoje 62 milhões de pessoas que estão enforcadas na dívida, das quais 25% estão simplesmente em bancarrota pessoal. Em contraponto a isso, o governo Bolsonaro transferiu bilhões para os bancos sob o pretexto de gerar crédito às empresas, mas as instituições financeiras não fizeram esse repasse, e o resultado foi mais lucro para estes, e quebradeira nacional. É o caos que está favorecendo grandes grupos internacionais, está favorecendo bancos, e não está favorecendo o país”.

Dowbor lembra ainda que, conforme divulgado pela revista The Economist, o ministro da Economia, Paulo Guedes, é um dos fundadores do banco BTG Pactual, que possui “38 filiais em paraísos fiscais. Para que você tem 38 filiais em paraíso fiscal? Para canalizar para fora o dinheiro. E o cara que é fundador do BTG Pactual, que aliás estava associado com o Credit Suisse nesse processo, é o ministro da Economia”.

Governo nacionalista? Não, “entreguista”

Ladislau Dowbor e Juliane Furno, que é doutora em Desenvolvimento Econômico (Unicamp), concordam que o governo Bolsonaro está longe de ser nacionalista e que tem provocado uma série de prejuízos para a economia brasileira. “Enquanto não mudar esse governo, enquanto se mantiver esse sistema que é essencialmente entreguista, as coisas não vão mudar. Nós precisamos do Estado, mas o Estado é uma ferramenta, depende nas mãos de quem está. Atualmente está nas mãos de uns oportunistas nacionais associados com grandes corporações internacionais”, constata Furno.

Ambos economistas foram entrevistados do Canal Amigos ENFF no YouTube no dia 3 de maio, com transmissão simultânea na TVT, canais do Barão e Ju Furno, para falar de desemprego e conjuntura econômica brasileira.

FONTE: BRASIL DE FATO

Três em cada quatro brasileiros perderam alguém para a covid-19

Segundo levantamento da CNI, pandemia que já matou mais de 407 mil pessoas no Brasil é considerada muito grave ou grave por 89% dos brasileiros.

Ostentando a terrível posição entre os países campeões de mortes causadas pela covid-19 desde o início da pandemia, há mais de um ano os brasileiros vivem histórias tristes de perdas de familiares, amigos, colegas de trabalho. Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que três em cada quatro brasileiros perderam alguém para a covid-19. Segundo a pesquisa Os brasileiros, a pandemia e o consumo, divulgada nesta segunda-feira (3), dos que sofrem com alguma morte causada pela pandemia do novo coronavírus 53% perderam um amigo, 25% um parente que mora em outra residência e 15% um colega de trabalho.


Diante do cenário em que o Brasil está mergulhado, com alto número de mortes e falta de vacinas, a pesquisa da CNI revela que 89% dos brasileiros consideram a pandemia no Brasil “muito grave” ou “grave”. Outros 6% a classificam como “mais ou menos grave”, enquanto apenas 10% dos brasileiros a tratam como “pouco grave” ou “nada grave”. Em julho de 2020, 84% das pessoas consideravam a pandemia “muito grave” ou “grave”.

Pode piorar

O Brasil conta mais de 407 mil pessoas mortas pela covid-19 e pode chegar a 575 mil mortes até 1º de agosto, segundo o cenário mais provável projetado pelo Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. “No pior cenário, o país atingirá 688,7 mil óbitos no mesmo período. O instituto também avalia que é possível a ocorrência de uma terceira onda a partir do final de maio”, relata o jornalista Leonardo Sakamoto.

“As projeções da Universidade de Washington estão bem precisas, pois a série histórica é estável. Até mesmo nossas insuficiências nas testagens estão refletidas”, afirmou à Sakamoto o epidemiologista Wanderson Oliveira, secretário de Serviços Integrados de Saúde do Supremo Tribunal Federal e e ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Muito medo
Além das perdas irreparáveis, os brasileiros vivem com medo, o que também pode levar a outros tantos tipos de adoecimento. O levantamento da CNI indica que 56% dos brasileiros possui atualmente um medo “muito grande” ou “grande” da covid-19.

“Em julho do ano passado, quando outro levantamento foi realizado, este porcentual era de 47%”, relata reportagem de O Estado de S. Paulo. “Entre 22% da população o medo atual da pandemia é classificado como ‘médio’ e 9% o qualifica como ‘pequeno’ ou ‘muito pequeno’. Em julho de 2020, 29% das pessoas diziam que o medo da pandemia era ‘médio’ e 10% que era ‘pequeno’ ou ‘muito pequeno’.”

Pandemia abala economia

Realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, o levantamento da CNI entrevistou 2.010 pessoas com mais de 16 anos, nas 27 unidades da Federação, entre os dias 16 e 20 de abril. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.

Em nota à imprensa, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, defendeu que “enquanto não houver uma vacinação em massa, a pandemia será motivo de grande preocupação para a população e continuará afetando o funcionamento das empresas, dificultando a esperada retomada da economia”.

De acordo com o consórcio de imprensa formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, dão conta de que 31.875.681 pessoas haviam recebido pelo menos a primeira dose de vacina contra a covid-19 até domingo (2). “O número corresponde a apenas 15,05% da população brasileira. Na prática, de cada 20 brasileiros, somente três já receberam uma dose da vacina. O porcentual de quem já recebeu as duas doses é de apenas 7,49% da população”, informa a reportagem.

FONTE: RBA

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS: Ventilação, máscara, distanciamento e higiene das mãos, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou o protocolo com medidas de proteção contra a covid-19, com ênfase em medidas que evitem a contaminação pelo ar. Uso de máscara de boa qualidade, bem ajustada ao rosto; ventilar ambientes ao máximo; manter o distanciamento das outras pessoas; e realizar a higiene constante das mãos, sempre evitando tocar o rosto, são as ações efetivas para se prevenir contra o novo coronavírus. “Atualmente, não há caso confirmado de covid-19 transmitido por meio de alimentos ou embalagens de alimentos”, destaca também a OMS, apontando que não há necessidade de higienizar as compras.

“O vírus pode se espalhar pela boca ou nariz de uma pessoa infectada em pequenas partículas ao tossir, espirrar, falar, cantar ou respirar. Essas partículas variam de gotículas respiratórias maiores a aerossóis menores. A evidência atual sugere que o vírus se espalha, principalmente, entre pessoas que estão em contato próximo umas com as outras, normalmente dentro de um metro. Uma pessoa pode ser infectada quando aerossóis ou gotículas contendo o vírus são inalados ou entram em contato direto com os olhos, nariz ou boca. O vírus também pode se espalhar em ambientes internos mal ventilados e/ou lotados, onde as pessoas tendem a passar mais tempo. Isso ocorre porque os aerossóis permanecem suspensos no ar ou viajam a mais de um metro”, diz a OMS.

OMS: Caçadores de mitos sobre covid-19

A principal mudança se dá na orientação para ventilação dos espaços. Evidências científicas de eventos em que várias pessoas foram contaminadas no mesmo local mostram que a covid-19 se espalha principalmente por aerossóis em ambientes fechados com muitas pessoas. Nestes locais é fundamental o uso de máscaras filtrantes do tipo PFF2 ou N95, bem ajustadas ao rosto. Além disso, a OMS recomenda que se permaneça pouco tempo nesses locais e que se mantenha sempre o distanciamento das outras pessoas. Supermercados, transportes coletivos, restaurantes, teatros, cinemas, academias, salões de beleza, salões de festas, são exemplos desse tipo de ambiente.

Mas, mesmo em casa, é importante manter a ventilação dos ambientes, principalmente se precisar receber visitantes ou se alguém da família estiver contaminado com o novo coronavírus. Portas e janelas abertas, se possível com um ventilador virado para fora, funcionando como exaustor. E, sempre, manter o distanciamento e as máscaras bem ajustadas. Ao andar de carro com pessoas que não são do seu convívio, é importante manter os vidros abertos. O ideal é dividir o veículo com apenas uma pessoa e sentar-se na posição oposta dela: uma pessoa ao volante e a outra no banco de trás, no lado do passageiro.

Ao ar livre, os aerossóis se dispersam rapidamente, reduzindo significativamente o risco de contaminação. Nesse caso, a contaminação se dá principalmente por gotículas contaminadas, que demandam contato próximo por longo tempo. Por isso se deve evitar as aglomerações, mesmo em locais abertos. Parques, praças e praias são os melhores locais para realizar atividades físicas ou mesmo realizar pequenas reuniões que sejam imprescindíveis. Em todos os casos, o uso de máscara bem ajustada e o distanciamento devem ser mantidos.

Outra mudança no protocolo da OMS é quanto limpeza de superfícies. A preocupação deve ser mantida em locais de uso coletivo e estabelecimentos de saúde, onde as superfícies devem ser limpas regularmente com desinfetante comum. Em casa é importante realizar esse procedimento se algum morador estiver contaminado ou se uma pessoa contaminada tiver visitado a moradia. A antiga preocupação com a higiene de maçanetas, chaves, corrimões e etc., não se sustentou em meio às evidências científicas de como a covid-19 se propaga.

No entanto, a constante higiene das mãos com água e sabão ou álcool a 70% continua sendo de grande importância. A OMS recomenda inclusive que as pessoas sempre carreguem consigo um recipiente com álcool a 70% para utilizar após contato com superfícies em espaços de uso coletivo ou unidades de saúde.

FONTE: RBA