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FGTS deverá distribuir R$ 12,7 bilhões de lucro aos trabalhadores em agosto

O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) decidirá, no dia 25 de julho, o valor total da distribuição do resultado do lucro obtido pelo fundo no ano de 2022, que será pago até o dia 31 de agosto deste ano.

O total dos lucros no ano passado foi de cerca de R$ 12,8 bilhões. A expectativa é de que ao menos 99% desse valor (R$ 12,7 bilhões) sejam pagos aos trabalhadores e trabalhadoras que tinham contas individuais ativas ou inativas com saldo em 31 de dezembro de 2022.

No entanto, há outra possibilidade que é a divisão do valor total seja paga de forma parcelada. Mas, o trabalhador não poderá sacar este valor, apenas se for dispensado sem justa causa e comprar um imóvel, entre outras possibilidades. Isso porque o dinheiro é depositado diretamente na conta de FGTS. Veja abaixo quem tem direito e como receber.

Lucro do FGTS menor

Em 2022 o lucro do fundo apresentou uma queda de 3,7% em relação ao ano de 2021, que foi de R$ 13,3 bilhões. De acordo com o balanço do Conselho Curador do FGTS, o resultado se deu pelo aumento de provisão com perdas, que aumentou 147% de um ano para outro.

Parte dos recursos do FGTS foram usados no Fundo Garantidor de Microfinanças (FGM), criado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para cobrir eventuais inadimplências de operações financeiras relacionadas ao microcrédito na Caixa Federal, programa lançando pelo então presidente do banco, o bolsonarista Pedro Guimarães e suspenso pela atual presidente, Rita Serrano.

O programa permitia empréstimos inclusive de negativados, por meio do Sim Digital, com a garantia dos aportes de recursos do FGTS.

Até o encerramento das operações de microcrédito, o nível de inadimplência havia chegado a 80%. Cerca de R$ 3 bilhões saíram do FGTS e foram aportados no FGM para cobrir esse prejuízo. A devolução dos recursos já foi solicitada pelo Conselho Curador do FGTS à Caixa Federal, no mês passado.

“Vamos restituir os saldos líquidos do Fundo Garantidor, assegurando todos os compromissos de cobertura contratual das garantias”, disse o secretário de Proteção ao Trabalhador do MTE, Carlos Augusto Gonçalves Jr.

Ele lembrou que o programa foi criado por Medida Provisória de março de 2022, depois convertida em lei, e o fundo apenas obedeceu o repasse.

“Apesar da Caixa ter parado essas operações, a restituição é uma forma de impedir que o fundo venha garantir novas operações que sejam realizadas”, disse o secretário.

Veja quem terá direito ao lucro do FGTS:

  • Quem tem saldo na conta até 31 de dezembro de 2022
  • Quem sacou depois desta data também terá direito ao valor a partir do saldo que tinha até 31 de dezembro de 2022
  • Quem sacou o FGTS antes de 31 de dezembro de 2022, em qualquer dia e mês do ano passado, não terá direito a receber a divisão de lucros.

Como consultar o saldo?

O trabalhador pode verificar o saldo do FGTS acessando o aplicativo FGTS, disponível para os telefones com sistema Android e iOS. Também é possível consultar o extrato do fundo no site da Caixa Econômica Federal.

Quem não puder fazer a consulta pela internet deve ir a qualquer agência da Caixa pedir o extrato no balcão de atendimento.

O banco também envia o extrato do FGTS a cada dois meses para o endereço cadastrado na agência. Quem mudou de residência deve procurar uma agência da Caixa ou ligar para o número 0800-726-0101 e informar o novo endereço.

Preciso fazer alguma coisa para receber o dinheiro?

Não. O valor será depositado diretamente na conta do FGTS.
Realizei saque – aniversário e/ou emergencial, tenho direito a parte do lucro?
Quem sacou uma parte do Fundo de Garantia, seja o saque emergencial ou o saque-aniversário receberá o índice de distribuição sobre o saldo que restou em 31 de dezembro de 2021.

Pedi demissão, tenho direito ao FGTS?

O trabalhador que pediu demissão e que está com a conta inativa há três anos – ou sejam sem cair nenhum depósito na conta -, por estar desempregado ou abriu um negócio próprio, tem direito a sacar o Fundo e receber a distribuição de dividendos.
No entanto, se ele não sacou, por ter mudado de emprego, o valor da distribuição de FGTS valerá tanto para a conta do trabalho anterior como do atual, caso ele tenha saldo nas duas contas, a inativa e a ativa.

FONTE: PORTAL CUT

Reforma tributária garantirá imposto zero à cesta básica para famílias trabalhadoras e mais pobres. Entenda o que vai mudar para melhor!

Foi aprovada pela Câmara dos Deputados na quinta-feira (6) a primeira parte da reforma tributária proposta pelo governo Lula. O texto-base da Proposta de Emenda à Constituição recebeu, em votação de primeiro turno, 382 votos favoráveis (eram necessários 308), contra apenas 118 contrários e 3 abstenções. Em segundo turno, foram 375 votos a 113, e 3 abstenções.

O resultado é uma importante vitória do Brasil e, em especial, da classe trabalhadora. Com a aprovação, o país começa a deixar para trás uma legislação ultrapassada, da década de 1960, que prejudica empresas e corrói a renda dos mais pobres, que hoje veem quase um terço do que ganham ser levado por impostos (veja tira-dúvidas abaixo).

O texto prevê cashback (dinheiro de volta) para a população mais pobre; imposto menor para absorventes, insumos para pessoas com deficiência, medicamentos, edução e transporte público; cobrança de IPVA sobre jatinhos, iates e jetski e uma série de outros ajustes para tornar o sistema menos injusto.

CESTA BÁSICA COM IMPOSTO ZERO

Uma das maiores vitórias alcançadas pela classe trabalhadora com a aprovação da reforma tributária foi a definição de imposto zero para produtos da cesta básica.

Será definida uma lista de produtos que vão compor a Cesta Básica Nacional, que terá alíquota zero de impostos federais, estaduais e municipais — atualmente, a cesta é livre apenas de impostos federais. Com isso, a previsão é que o preço dos alimentos mais consumidos pelas famílias, como arroz, feijão, mandioca e outros, fiquem mais baratos.

TIRA-DÚVIDAS

Apesar de a PEC ainda poder ser alterada, pois agora será analisada no Senado, alguns pontos gerais já podem ser explicados para a população. Confira abaixo um tira-dúvidas sobre a reforma.

O que é a reforma tributária?

Como o nome já indica, é uma mudança na forma como os tributos, ou seja, os impostos, são cobrados no Brasil. Como as regras de cobrança de impostos são definidas na Constituição, a reforma tributária precisa alterar o texto constitucional. Assim, o que está sendo votado no Congresso é uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

Por que falam que a reforma terá duas partes?

Porque o governo dividiu a reforma em duas partes. Esta que foi aprovada na Câmara e segue agora para o Senado diz respeito apenas aos impostos que são cobrados sobre o consumo. São aqueles impostos que incidem, por exemplo, sobre o que compramos no supermercado, nas lojas de comércio e no posto de gasolina.

No segundo semestre, será a vez de mudar as regras do imposto de renda. Como isso será feito, porém, ainda está em elaboração. O governo quer que os mais ricos — especialmente os super-ricos — paguem mais imposto de renda e os mais pobres paguem menos.

Algumas medidas para fazer os mais ricos começarem a pagar impostos como todo mundo já foram tomadas. É o caso do IPVA para iates, jatinhos e jetskis.

Como essa primeira parte da reforma vai simplificar o sistema tributário?

A principal simplificação é a adoção dos IVAs (Impostos sobre Valor Agregado), que vão substituir cinco impostos existentes hoje:

– IPI, PIS e Cofins (federais);
– ICMS (estadual);
– ISS (municipal).

Com os IVAs, cinco impostos viram só dois:

– CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): um só imposto federal que vai substituir IPI, PIS e Cofins;
– IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): um só imposto cobrado por estados e municípios e que substitui o ICMS e o ISS.

Como essa simplificação beneficia a economia e as empresas?

Hoje, como são muitos impostos, as empresas têm dificuldade até mesmo para saber o que precisam pagar ou não. Além de dar trabalho e custar dinheiro para os empresários, isso acaba gerando brigas na Justiça e atrapalhando a arrecadação.

A simplificação, então, vai tornar o custo de produção mais baixo, o que vai ajudar a indústria brasileira a produzir mais e gerar mais empregos.

O Simples Nacional vai acabar?

Não. O Simples Nacional será mantido. A verdade é que as micro e pequenas empresas (MPEs) poderão escolher o que é melhor para elas: poderão continuar no Simples ou optar pela apuração do IVA pelo sistema de débito e crédito. Ou seja, a reforma tributária também será positiva para a MPEs!

E como a reforma vai beneficiar a população, especialmente os mais pobres?

A reforma tributária vai beneficiar os trabalhadores. O primeiro motivo é que o texto aprovado na Câmara prevê imposto zero para os alimentos da cesta básica.

Isso mesmo, os IVAs não serão cobrados para os produtos mais essenciais para a alimentação, como o arroz, o feijão, a mandioca etc. A lista de produtos que farão parte da Cesta Básica Nacional de Alimentos será definida mais tarde, por meio de uma lei complementar.

Além disso, alguns produtos importantes como absorventes, remédios, educação, transporte público e insumos para pessoas com deficiência terão imposto menor.

E o que é o cashback da reforma tributária?

Essa vai ser outra forma de beneficiar o trabalhador. Cashback quer dizer dinheiro de volta em inglês. Algumas lojas e cartões de crédito já usam esse sistema para beneficiar seus clientes e devolvem parte do que foi gasto em uma compra para ser usado em um nova compra no futuro.

O governo vai criar uma espécie de cashback do povo para as famílias mais pobres. Ou seja, um trabalhador ou uma mãe de família que forem ao supermercado e comprarem alimentos, por exemplo, poderão receber depois parte do que gastaram. Assim, o custo para manter a família vai ficar menor.

Como isso será feito?

Isso ainda está em estudo. O importante agora é colocar na PEC que o cashback existirá para, depois, por meio de uma lei complementar, definir as regras, estabelecendo quem terá direito e quais produtos vão gerar o dinheiro de volta.

Por que o cashback é importante?

Porque os impostos que incidem sobre os produtos de consumo provocam uma das maiores injustiças do país.

Estudos apontam que, por gastar a maior parte do que ganham com alimentos e outros produtos essenciais, os 10% mais pobres dos brasileiros têm 26,7% do que ganham consumidos pelos impostos.

Já entre os 10% mais ricos, o índice da renda levado pelos impostos fica em 10,1%. Logo, devolver aos mais pobres parte do que gastaram com impostos é uma forma de tornar essa relação mais justa.

Mas, se a cesta básica terá imposto zero, o cashback continua fazendo sentido?

Sim. Por dois motivos principais. O primeiro é que a isenção do imposto é para o supermercado. Como o supermercado deixa de pagar imposto ao vender aquele produto, a tendência é que o preço para o consumidor caia. Mas isso não garante que o vendedor vai repassar toda a redução do custo para o consumidor.

O outro motivo é que existem impostos embutidos nos produtos. Quando compramos arroz, feijão, mandioca, pagamos um preço que leva em conta outros impostos que não são só o da venda do produto pelo mercado. Acabamos pagando também, por exemplo, o imposto da gasolina usada para levar aquele produto até a loja. Assim, o cashback continua sendo útil para reduzir o impacto dos impostos no orçamento das famílias.

Essa reforma vai aumentar a carga tributária?

Não. O governo incuiu na proposta travas legais que impedem o aumento da carga tributária total sobre o consumo. Essa reforma está, na verdade, tornando a cobrança de imposto sobre o consumo mais justa.

Para o presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, é importante a classe trabalhadora entender mais sobre essa reforma e não cair me fake news. “Essa reforma tributária vem sendo reivindicada há mais de 40 anos, é a primeira do período democrático. É um momento histórico e uma vitória para o país. Precisamos estar mobilizados para garantir que as vitórias que ela traz, como a isenção de impostos para a cesta básica, sejam mantidos”, alertou.

Com a aprovação na Câmara, agora a reforma vai para o Senado; após a aprovação ou vai para a sanção presidencial ou volta para a Câmara se tiver mudanças.

Desenrola Brasil: conheça as regras para renegociação de dívidas

O Ministério da Fazenda publicou nesta quarta-feira (28) as regras do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas dos brasileiros. O objetivo é limpar o nome das pessoas que estão negativadas nos sistemas de crédito – como o SPC e o Serasa. Assim, poderão novamente fazer compras financiadas e adquirir empréstimos, reaquecendo a economia. O programa se divide em duas faixas, e a previsão do governo é beneficiar 70 milhões de pessoas, que receberão descontos nas dívidas.

Os bancos e instituições financeiras que aderirem ao Desenrola Brasil terão de perdoar e limpar imediatamente o nome de consumidores que devem até R$ 100. De acordo com a Fazenda, 1,5 milhão de brasileiros têm dívidas com esse valor.

O ministro Fernando Haddad disse hoje que as instituições financeiras já podem aderir ao programa. Para os devedores, a expectativa é que a renegociação comece em setembro.

Faixa 1

A Faixa 1 é para cidadãos que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Poderão participar aqueles que foram incluídos no cadastro de inadimplentes entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.

Nesse grupo, as dívidas não podem ultrapassar R$ 5 mil. E inclui todos os tipos de dívidas de consumo, como água, luz, telefone, varejo e bancárias e também as de empréstimo consignado. O pagamento da dívida poderá ser feito à vista ou por financiamento bancário, divido em até 60 vezes, sem entrada, com parcela mínima de R$ 50. A taxa de juros do parcelamento será de 1,99% ao mês, com prazo de 30 dias para quitar a primeira parcela.

No entanto, o programa não inclui dívidas com garantia real, do crédito rural, financiamento imobiliário e operações com funding ou risco de terceiros.

Assim, no caso de parcelamento, o pagamento pode ser realizado em débito em conta, boleto bancário e Pix. Por outro lado, o pagamento à vista será feito através da plataforma do programa, com repasse do valor ao credor. Caso o devedor deixe de pagar as parcelas, o banco iniciará o processo de cobrança, e poderá fazer nova negativação.

As pessoas da faixa 1 só poderão aderir ao Desenrola Brasil pela plataforma digital gov.br, com certificados prata ou ouro, onde poderão escolher o agente financeiro, as dívidas para renegociação e a forma de parcelamento.

Faixa 2

A faixa 2 destina-se atende aos devedores com renda mensal de até R$ 20 mil. Estes poderão aderir ao programa tanto pela plataforma gov.br, quanto por canais indicados pelos agentes financeiros. Eles poderão quitar as dívidas de forma parcelada, a partir de 12 prestações. Também é necessário ter sido incluído no cadastro de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022.

Similarmente, também estão fora do programa dívidas de crédito rural ou que possuam garantia, equalização de juros pela União, com entidade pública ou aporte de recursos públicos, além de dívidas que não tenham risco de crédito assumido.

Educação financeira

O programa Desenrola deve incluir um segmento de educação financeira. A intenção é evitar que os beneficiários voltem a se endividar, depois da renegociação para limparem o nome.

FONTE: RBA

Sintrahg promove 30ª edição do campeonato de Futsal; inscreva já sua equipe

Vem aí a 30ª edição do Campeonato de Futsal da Hotelaria e Gastronomia de Gramado, promovido pelo Sintrahg. As inscrições estão abertas até o dia 21 de julho, sendo que as fichas de inscrição devem ser retiradas na sede do sindicato.

O campeonato ocorrerá no Perinão, com início previsto para 10 de agosto. As partidas serão as terças e quintas, das 15h50 às 18h.

Para o presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais, o campeonato é uma oportunidade de integração para a categoria. “Para além da competição, o esporte significa a valorização da saúde, o lazer e a integração. Esses são os nossos principais objetivos com o evento”, disse.

Faça já sua inscrição e participe desse tradicional evento esportivo da nossa categoria.

Mais informações através do nosso whatsApp: 54 98429.0072

Presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais, eleito para Comissão Consultiva do Ministério do Trabalho da região da serra

Na tarde desta segunda-feira, 12 de junho, o Movimento Sindical realizou a plenária para reorganização e eleição da Comissão Consultiva do Ministério do Trabalho região serra. E evento teve apoio de centrais sindicais, CTB, CUT e CSB, e ocorreu no auditório do Sindicomerciários Caxias. O presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais, foi eleito membro da nova comissão.

A Comissão Consultiva do Ministério do trabalho havia sido criada nas primeiras gestões do governo Lula. Formada por representantes das entidades sindicais, o objetivo era debater e apontar as demandas trabalhistas e regionais do mercado de trabalho. Porém, após o impeachment da presidente Dilma, em 2016, ela fora desmantelada.

Para Callais, a reconstrução da comissão é um avanço muito importante pois trata-se de um espaço democrático de análise permanente da realidade do trabalho na região, com foco no desenvolvimento e na proteção dos direitos trabalhistas.

RESISTÊNCIA E RECONSTRUÇÃO

O superintendente do MTE, Claudir Néspolo, fez um resgate dos ataques sistemáticos sofridos pelas entidades sindicais e pela Justiça do Trabalho nos governos de Temer e Bolsonaro, com reflexo na perda de direitos dos trabalhadores, como ocorrera com a chamada reforma trabalhista, em 2017 e com a reforma da Previdência, em 2019.

Após contextualizar as lutas recentes e acentuar as principais necessidades da classe trabalhadora, Claudir reafirmou compromisso com a retomada da liberdade e autonomia sindical como elementos fundamentais na reconstrução da democracia e do país. “Precisamos defender as conquistas em andamento, sem nunca esquecer nossas bandeiras, lutar pela valorização das convenções coletivas de trabalho, CCTs. Pelos direitos dos trabalhadores”, disse.

Sobre a pauta do governo, ele informou que estão em linha de prioridade a regulamentação do trabalho em aplicativos, a revisão das NRs, e das alíquotas do IR. “Devemos combater e reverter os retrocessos. E, o reestabelecimento das comissões consultivas, faz parte desse caminho”. E, disse ainda que “precisamos de uma mesa de entendimento dos movimentos, entidades, pautando as ações do governo eleito democraticamente pelo povo”.

O presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, falou da resistência e reafirmou a luta que vem sendo realizada em defesa da organização da classe trabalhadora e suas entidades, além da Justiça do Trabalho. Para ele, o movimento sindical não pode baixar a guarda, deve continuar em luta permanente. Lembrou que a mobilização sindical será fundamental para a busca de avanços, como a consolidação da política de valorização do Salário Mínimo.

O presidente de CTB RS também fez menção a necessidade de fortalecer o fórum tripartite, e o debate sobre a sustentabilidade sindical, a preservação da unicidade sindical e a regulamentação do trabalho em aplicativos. “Temos de pautar e levar para o governo temas como o trabalho intermitente, por exemplo. Por isso, a comissão consultiva será fundamental, para que os anseios, as necessidades da sociedade, dos trabalhadores e trabalhadoras sejam ouvidos”.

Para Silvana Piroli, presidente do Sindiserv, mesmo que o povo e os trabalhadores tenham eleito um governo alinhado com seus anseios, a luta está longe de terminar. “As Centrais Sindicais formaram um pacto que foi fundamental na luta, no triste período de retrocessos que vivemos, mas, não podemos nos enganar, a luta apenas iniciou”, disse.

Silvana lembrou ainda das tentativas de destruição do serviço público, dos direitos dos trabalhadores e de seus defensores. “A retomada do governo com viés democrático foi uma grande vitória, mas precisamos continuar lutando, precisamos de um espaço de luta conjunta e permanente. Somos companheiros da mesma causa, da luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”.

O gerente regional do MTE, Vanius Corte, abordou temas bem presentes como a precarização do serviço público e da saúde, verificados no último período. Relembrou a importância da luta por temas e bandeiras como o combate ao trabalho infantil, “vale lembrar que hoje, dia 12 de junho, é o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)”.

Vanius ponderou ainda que “o nosso papel é entender o momento e, principalmente, que não podemos ficar apenas esperando. Devemos cobrar do governo sim, fazer a nossa parte enquanto sociedade, manter a luta, buscar reverter os retrocessos da Reforma Trabalhista. Contudo, temos a responsabilidade com o governo que ajudamos a eleger, de dar sustentação, mas sem esquecer jamais nossas bandeiras, as demandas da sociedade”.

Para ele, a comissão consultiva é um mecanismo para que a luta se mantenha, para criar uma agenda combativa e propositiva de demandas dos trabalhadores e trabalhadoras.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias e Região, Assis Melo, registrou que a vitória do atual governo tem como significado a defesa da democracia e da reconstrução da nação. “Devemos manter a luta, mas também defender as conquistas do atual governo, que em apenas seis meses fez muito mais que o antecessor”. Assis afirmou que o movimento sindical deve participar mais, buscar a integração com o governo.

Já o presidente do Sindicomerciários Caxias, Nilvo Riboldi Filho, lembrou que a luta do presente é um grande desafio para construir um novo futuro para a juventude e a classe trabalhadora.

Integrantes eleitos para a Comissão Consultiva do Ministério do Trabalho região da serra:

Vanius Corte, gerente regional do MTE
José Carlos Monteiro – Simpro
Ademar Sgarbossa – Sintep/Serra
Sérgio Poletto – Sind. Rural
Eremi Melo – Sindicato do Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região
Silvana Pirolli – Sindiserv
Ivanir Perrone – Sindicomerciários Caxias
Nestor Borges – Sindilimp
Luiz Carlos Azevedo – Sindicato do Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região
Rodrigo Callais – Sintrahg

Sintrahg faz parte da união de forças por uma unidade do Instituto federal de Educação em Gramado

Uma solenidade antes da sessão ordinária da Câmara nesta segunda-feira, 05 de maio, às 17h30, com a presença de todos os vereadores de Gramado, marcou a adesão do Sindicato dos Trabalhadores e Hotelaria e Gastronomia de Gramado, o Sintrahg, à união de forças pela implantação de uma Unidade de Educação Profissional, UEP, do Instituto federal de Educação em Gramado.

Segundo o presidente do Sintrahg, Rodrigo Callais, “a formação profissional é decisiva para o nosso futuro e o desenvolvimento de Gramado. Por isso é importante que o nosso sindicato, o principal no âmbito dos trabalhadores do município, esteja fazendo parte da união de esforços para que tenhamos o Instituto federal de educação aqui. Isso é fundamental para que nós, trabalhadores e trabalhadoras, e os nossos filhos, tenhamos mais oportunidades, direitos e salários melhores. O presente e o futuro de Gramado passam pelo investimento em formação profissional”, disse.

Na oportunidade, Callais fez a entrega de um documento ao presidente da Câmara de Vereadores, Celso Fioreze, no qual o Sintrahg elencou conjunto de razões para reforçar a iniciativa. “É preciso unir Gramado em torno dessa pauta”, reforçou.

No documento, é citada a perspectiva de crescimento do segmento do turismo em Gramado.
“Considerando que existe a projeção de crescimento de 2.702 quartos, totalizando 9.177 leitos até 2027, para Gramado e, ainda, a projeção de que no setor do turismo serão gerados mais de 5 mil empregos até 2027, em nossa região. (..) que nossa categoria já conta com mais de 6.500 profissionais, muitos deles vindos de outras regiões do estado e do país, muitos sem experiência nas profissões relacionadas ao turismo e hospitalidade, (…) a projeção citada de aumento de demanda por mão de obra vai acarretar num crescimento populacional e certamente a maioria destas pessoas irá buscar emprego no setor do turismo, principal atividade econômica da região”.

E segue: “Nesse sentido os cursos profissionalizantes têm uma grande importância para o mercado de trabalho, uma vez que preparam profissionais para atuarem em áreas específicas como tecnologia, gastronomia, hotelaria, entre outras. (…) Aliás, é uma opção excelente para jovens trabalhadores em sua diversidade e busca de qualificação, primeiro trabalho ou novas oportunidades. Sem dúvidas, os cursos profissionalizantes podem ser uma das soluções para a carência de mão de obra”.

Além de Callais, esteve presente pelo Sintrahg o diretor Silvano. Já os vereadores presentes foram Rosi Ecker Schmitt, Rodrigo Paim, Neri da Farmácia, Joel da Silva Reis
Roberto Cavallin, Renan Sartori, Professor Daniel, Cícero Altreiter e o já citado presidente do legislativo, Celso Fioreze.

4º Festival Nacional da Juventude Rural: construir novas perspectivas para a juventude e o Brasil

Um grande evento com cerca de 5 mil jovens de todo o Brasil: é o 4º Festival Nacional da Juventude Rural, que iniciou no dia 25 e encerra neste dia 27 em Brasília, e conta com a presença de representantes do Rio Grande do Sul e do secretário de Juventude da CTB RS, Rodrigo Callais que é presidente do SINTRAHG.

O evento é coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag). O objetivo do evento é debater políticas públicas, trocar experiências e promover formação, formas de pressão política e mobilização, bem como apresentar expressões culturais e da produção agrícola.

A secretária nacional de Políticas para a Juventude Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Beatriz Calheiros, destacou, nesta terça-feira (25), a importância do 4º Festival Nacional da Juventude Rural.
“A juventude da Agricultura Familiar pode contar com a CTB para construir a luta no campo e garantir que a memória dos que vieram antes de nós na luta, será honrada. Como disse Guimarães Rosa, ‘o que a vida quer da gente é coragem’. Viva a juventude”, exclamou Bia.

“Depois de um grande trabalho de formação, mobilização e construção, a expectativa é de uma celebração entre as juventudes de cada canto do país, além das delegações de outros países. Seguimos juntos e juntas para alcançar nossas reivindicações, para assim seguirmos firmes na construção de um mundo novo”, completou a secretária adjunta da CTB, Aline Aparecida Maier.

Rodrigo Callais também destacou o papel da juventude na construção de uma política transformadora, no campo e na cidade. “O Brasil está diante de grandes desafios, que passam agora pela redução dos juros, retomada dos empregos e do desenvolvimento; mas em perspectiva, é preciso construir políticas públicas para a juventude de forma a gerar oportunidades de futuro, seja no campo, seja na cidade”, disse.

Já foram realizadas três edições do Festival Nacional da Juventude: nos anos de 2007, 2010 e 2015. Cada um deles trouxe avanços como o Consórcio Social da Juventude Rural Rita Quadros, assinaturas de editais de fomento para projetos de cooperativas e associações de jovens e proposta de elaboração do Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural.

De acordo com a Contag, os festivais sempre tiveram como objetivo destacar o protagonismo da juventude no projeto de desenvolvimento rural que valoriza a agricultura familiar, para promover a soberania alimentar e condições dignas de vida e de trabalho no campo, com sustentabilidade e solidariedade.

Centrais propõem política de valorização do salário mínimo para os próximos 25 anos

As centrais sindicais formalizaram nesta segunda-feira (3) ao governo sua proposta para uma política de longo prazo – 25 anos – para valorização do salário mínimo. Ou seja, não apenas para o atual governo, mas até 2053. Com reajuste pelo INPC, aumento real equivalente ao PIB mais um “piso” e revisão da aplicação das medidas a cada 10 anos. O documento foi entregue ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Apenas para os três próximos anos, até o final do mandato do governo Lula, a proposta das centrais preserva fórmula utilizada nos governos Lula e Dilma, com acréscimo no ganho real (acima da inflação). Assim, em 2024, 2025 e 2026 o salário mínimo seria reajustado pelo INPC do ano anterior e o percentual do PIB de dois anos antes mais 2,40%.

Aumento da renda

“É reconhecida como um dos fatores mais importantes para o aumento da renda da população mais pobre e marca o sucesso de uma luta que promoveu um grande acordo salarial na história do país”, afirmam as centrais sobre a política de valorização do salário mínimo, implementada no primeiro governo Lula. “A política estabeleceu, ao mesmo tempo, regra permanente e previsível, promovendo a recuperação gradativa e diferida no tempo, com referência, para os aumentos reais, no crescimento da economia. A valorização do SM induz a ampliação do mercado consumidor interno e, consequentemente, fortalece a economia brasileira.”

Nos governo Lula/Dilma, de 2003 a 2016, o salário mínimo teve reajuste acumulado de 340%, enquanto o INPC-IBGE somou 148,34%. Assim, houve aumento real de 77,18%. A política de valorização foi aplicada apenas até 2019.

Metade do valor original

No documento, as entidades sindicais, com assessoria do Dieese, observa que o mínimo atual corresponde a apenas metade do valor real do período de sua criação, em 1940. Atualizado para valores de dezembro último, o piso estaria em R$ 2.441,38, diferença de 87,51% em relação ao valor atual, de R$ 1.302. O mínimo subirá para R$ 1.320 em maio.

“Dessa forma, um primeiro objetivo deve ser que ele recupere seus valores, em termos reais, do que era em sua implementação, dada sua importância para as famílias de menor renda – garantiria ser ação anticíclica e com considerável retorno via arrecadação de impostos”, afirmam. Os sindicalistas criticam a atuação do Banco Central e a “herança problemática” do governo anterior.

Aumento de longo prazo

Assim, as centrais estimam que, pelas projeções de momento, haveria aumento real médio de 3,85% ao ano de 2023 a 2026. E de 4,2% considerando apenas o período 2024-2026. A variação média desde o Plano Real, de 1994 a 2022, é de 2,4% ao ano.

“Com essa política de valorização e supondo que o PIB cresça igual ou abaixo da média histórica desde o Plano Real (2,4% aa), seriam necessários 28 anos para que se retornasse ao valor real do salário mínimo no ano de sua criação (R$ 2.441,38) e 34 anos para que seu valor atingisse 50% do Salário Mínimo Necessário do DIEESE (R$ 3.273,89)”, concluem as centrais. “Desse modo, garante-se que ao final do período da política, independente dos ciclos econômicos, se chegará ao valor definido, o que ocorrerá mas rapidamente com a aplicação do aumento real do PIB nos anos em que ele crescer acima dos 2,4% a.a.”

FONTE: RBA

Imposto de Renda 2023: entrega da declaração começa nesta quarta-feira e vai até 31 de maio

A Receita Federal começa a receber nesta quarta-feira (15) as declarações do Imposto de Renda de 2023. O Leão espera receber entre 38,5 milhões e 39,50 milhões de declarações até o fim do prazo, que vai até 31 de maio. Quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano, média de R$ 2.380 por mês, incluindo salários, aposentadorias, pensões e aluguéis, precisa declarar o IR.

Os contribuintes que entregarem a declaração antes têm mais chance de receber a restituição primeiro, pela opção pré-preenchida, se não houver problemas com a declaração. Também terá prioridade no recebimento da restituição quem optar por receber o valor por chave Pix, desde que a chave seja o CPF do cidadão.

A declaração pré-preenchida está disponível para contribuintes com conta no sistema gov.br, de nível de segurança ouro ou prata. Segundo a Receita Federal, o objetivo é reduzir irregularidades que podem levar o contribuinte à malha fina, até mesmo por erros de digitação.

O modelo possibilita preencher quase todas as informações automaticamente a partir do declarado no ano anterior. São incluídos nesse caso os dados relativos a rendimentos, deduções, bens e direitos, dependentes e dívidas e ônus reais. Pagamentos dedutíveis em 2022, como médicos, planos de saúde, escolas, devem ser conferidos na pré-preenchida e, se for o caso, alterados ou excluídos. O mesmo para o campo bens e direitos.

Quem pretende fazer a declaração em smartphones precisa baixar nova versão do app Meu Imposto de Renda. A Receita prevê que liberação da nova versão no Google Play (Android) e na App Store (Apple) durante este dia 15 de março.

Segundo o supervisor nacional do programa do Imposto de Renda, José Carlos da Fonseca, a responsabilidade pela declaração é do contribuinte. Assim, ele deve conferir atentamente as informações recuperadas pela pré-preenchida com os comprovantes de rendimentos recebidos.

É preciso atenção

O contribuinte deve ser o responsável por complementar informações não recuperadas. A Receita alerta que, assim como o contribuinte pode errar no preenchimento da declaração, a fonte da informação da pré-preenchida (como empresas, bancos, imobiliárias, clínicas médicas etc.) também pode fornecer informação errada.

Quem deve declarar

As regras para declarar o Imposto de Renda em 2023 dizem respeito à movimentação financeira do trabalhador em 2022, que é o ano-base da declaração. Nem todo contribuinte que pagou IR no ano passado está obrigado a declarar. No entanto, se enviar o IR sem estar enquadrado nos critérios de obrigatoriedade, recebe de volta tudo o que for descontado.

É obrigado a declarar IR em 2023:

  • Quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2022. O valor é o mesmo da declaração do IR do ano passado e inclui salário, aposentadoria e pensão do INSS ou de órgãos públicos;
  • Contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 40 mil no ano passado;
  • Quem obteve, em qualquer mês de 2022, lucro em operações em bolsas de valores cuja soma foi superior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).
  • Quem obteve, em qualquer mês de 2022, lucro líquido na transferência de propriedade de bens ou direitos sujeitos à incidência do imposto (por exemplo, venda de carro com valor maior do que o pago na compra);
  • Quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
  • Quem teve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50 em atividade rural;
  • Quem tinha, até 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil;
  • Quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro.

Prazos

De acordo com a Receita Federal, o programa de declaração do Imposto de Renda será liberado para download em computadores, celulares e tablets somente em 15 de março, mesmo dia em que começa o prazo de entrega do documento.

Quem é obrigado a declarar e deixa de enviar o documento no prazo determinado paga multa mínima de R$ 165,74, que pode chegar a 20% do imposto devido no ano.

FONTE: RBA

Seminário das centrais em Caxias do Sul é manifestação contundente contra o trabalho análogo à escravidão

A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul foi palco, desta vez, para uma contundente resposta de mobilização social contrária à barbárie. Na tarde desta sexta-feira, 10 de março, centenas de pessoas se reuniram em torno do seminário “Trabalho Decente sim, Trabalho Escravo não” promovido pelo Fórum das Centrais Sindicais do RS. O encontro aprovou o manifesto “TRABALHO DECENTE, SIM! TRABALHO ESCRAVO, NÃO!” (veja abaixo, no final da matéria) que passa a ser uma ferramenta de mobilização em defesa das mudanças necessárias no mundo do trabalho. Além disso será entregue às autoridades competentes e aos poderes executivo, legislativo e judiciário.

Câmara de Caxias do Sul ficou lotada

Ainda muito abalados e revoltados pelos casos do resgate de 207 pessoas em trabalho em situação análoga à escravidão na colheita de uva para vinícolas da região e das mortes de trabalhadores adolescentes em Caxias do Sul, representantes sindicais, lideranças políticas, além de amigos e familiares das vítimas se reuniram para debater sobre a gravidade dos fatos ocorridos e a necessidade urgente de soluções para que não se repitam.

O presidente da CTB RS, Guiomar Vidor, considerou que o evento foi uma resposta à precarização e aos crimes que vem sendo cometidos contra os direitos dos trabalhadores. “Saímos daqui fortalecidos para enfrentar um debate urgente na sociedade, que passa pela recuperação dos direitos e da proteção social ao trabalho e aos trabalhadores”, disse.

UNIDADE CONTRA A BARBÁRIE

Assis Melo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região, lembrou da luta contra a Reforma Trabalhista, quando o movimento sindical denunciou seus efeitos e retrocessos, a retirada de direitos e precarização do trabalho. “Avisávamos que o que estava em andamento era a volta da escravidão dos trabalhadores. A terceirização, e todas as mazelas da Reforma foram colocadas ali, e aprovadas, apenas para aumentar o lucro, tirando ainda mais dos trabalhadores”.

Autoridades e lideranças sindicais exigem medidas urgentes

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), desembargador Francisco Rossal de Araújo, salientou a responsabilidade da sociedade em não deixar que casos como os registrados de trabalhos análogos a escravidão se repitam. Também lembrou o ataque contra a Justiça do Trabalho e Direitos dos trabalhadores nos últimos anos. “Não se faz desenvolvimento sem uma distribuição de riquezas justa! Devemos manter viva a chama pela justiça social! ”

Rafael Foresti Pego, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS), afirmou ser preciso acabar com o círculo vicioso do trabalho escravo, através de mais políticas públicas, garantindo um encaminhamento e acompanhamento das vítimas, para que possam se qualificar e obterem trabalho digno, com a garantia de seus direitos. “É preciso criar medidas de apoio para acabar com este círculo vicioso, com a reincidência da escravidão, exploração, combatendo as causas, como impunidade, falta de políticas públicas e a miséria”.

Senador Paim e deputada federal Daiana Santos receberam Manifesto

Em um relato emocionado, Vanius Corte, gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Caxias do Sul, falou sobre os registros de casos de resgates de trabalhadores em regime análogo a escravidão feitos nos últimos 40 dias e das mortes de adolescentes que estavam exercendo atividades que os colocavam em perigo eminente. “Em pleno século XXI, a presença de trabalho escravo é a prova de que a sociedade foi derrotada. Tudo isso é fruto do pensamento implementado nos últimos anos, de retrocesso, de ódio e violência, da perseguição as entidades que lutam pelos trabalhadores e, da retirada de direitos”. E completou: “Estamos agora num momento de reconstrução”.

Vanius resgatou o caso dos jovens de 13 a 16 anos resgatados em Caxias do Sul em trabalho insalubre, até mesmo com produtos químicos, da idosa resgatada, e, dos dois jovens de 16 anos falecidos recentemente. Também lembrou da frase do Papa Francisco, que disse que “Diante das modernas escravidões, não se pode ficar indiferente. A escravidão é a nossa ‘indignidade’, porque retira a dignidade a todos nós, para não fechar os olhos para as feridas de tantos irmãos e irmãs”.

O evento também contou com a presença do Senador Paulo Paim (PT-RS), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e Cidadania. Ele apresentou os dados sobre a escravidão moderna, que atinge mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais de 60 mil só em nosso país.

O Senador afirmou que o trabalho escravo está fortemente relacionado com a terceirização do trabalho fim. “De cada 10 pessoas resgatadas do trabalho escravo, 9 estão submetidas à terceirização”. Relatou a aprovação da Emenda Constitucional 81/2014, visando combater o trabalho escravo, que falta ser regulamentada, que determina a desapropriação das propriedades envolvidas com trabalho análogo a escravidão.

DOIS JOVENS PERDERAM A VIDA EM CAXIAS DO SUL

Não foi somente o escandaloso caso das vinícolas que mexeu com as pessoas na serra nos últimos dias. No dia 2 de março, um jovem de 16 anos faleceu em um acidente na empresa de autopeças na qual trabalhava, quando utilizava um elevador de carga, sem a devida manutenção, visto que estava sem o motor, para transportar um amortecedor veicular.

Poucos dias antes, em 17 de fevereiro, um caso semelhante foi registrado no bairro São Ciro, quando um adolescente, também com 16 anos, morreu após um acidente enquanto operava uma empilhadeira. A máquina pesava aproximadamente quatro toneladas e acabou prensando a vítima.

Para Nilvo Riboldi Filho, presidente do Sindicomerciários Caxias, “o aumento de casos de acidentes de trabalho envolvendo menores aprendizes é assustador. É urgente a apuração e punição de possíveis culpados”. Em menos de um mês tivemos o registro de duas mortes de adolescentes de apenas 16 anos em seus locais de trabalho. Para que novos casos de mortes e acidentes sejam evitados, entendemos ser crucial a ampliação na fiscalização e, punição, para que as empresas não utilizem mão de obra de menores aprendizes e estagiários para funções que não estejam conforme o especificado em lei. A Consolidação das Leis do Trabalho é clara no que se refere ao trabalho de menores aprendizes.” Não podemos aceitar que jovens entrando no mundo do trabalho, para aprender, corram este risco! Não podemos deixar que a ganância pelo lucro fácil tire a vida deles, a aprendizagem foi criada para que os jovens aprendam uma profissão”, alertou.

A presença da mãe, amigos e familiares de um dos jovens que perdera a vida no acidente de trabalho emocionou os presentes. Eles fizeram a entrega de documento pedindo justiça e que seja ampliada a fiscalização do trabalho de menores aprendizes. “Fatalidades acontecem, mas o que aconteceu com meu filho, meu único filho, não é uma fatalidade, mas sim uma irresponsabilidade! ”, disse a mãe. “Vamos lutar, incessantemente, para que isso não aconteça mais”.

Compuseram a mesa Guiomar Vidor, presidente da CTB-RS e Fecosul; Silvana Pirole, CUT; o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), desembargador Francisco Rossal de Araújo; Rafael Foresti Pego, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS); o senador Paulo Paim (PT-RS) presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e Cidadania; Felipe Carmona (AGETRA); e a deputada federal DAIANA SILVA DOS SANTOS, PCdoB-RS. Também estiveram presentes a deputadas federal Reginete Bispo (PT); vereadores Stela Balardin (PT) e Renato Oliveira (PCdoB); deputadas estaduais Laura Sito (PT), Miguel Rossetto (PT), e Pepe Vargas (PT) e Amarildo Amarildo Cenci (CUT).

REDAÇÃO: RODRIGO POSITIVO E CLOMAR PORTO
FOTOS: RODRIGO POSITIVO

MANIFESTO: http://www.ctbrs.org.br/uploads/files/Manifesto_Trabalho_Decente_Caxias_do_Sul.pdf